Sônia, uma mulher corajosa que há três anos vive aprisionada em um relacionamento abusivo, sendo vítima das constantes agressões de seu marido. Em meio a uma noite sombria, movida por uma força interior inabalável, ela decide fugir enquanto seu mari...
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Eu não estava preparada para esse homem quando cheguei na empresa no dia seguinte. Poseidon já estava lá, andando de um lado para o outro, como se estivesse nervoso e até mesmo com medo de eu não ter levado Perséfone comigo.
O sorriso no rosto daquele homem era tão radiante que simplesmente não se parecia em nada com o homem que havia encontrado comigo no primeiro dia, e muito menos com o homem que havia tomado medicamentos no segundo dia e quase desmaiado em cima de mim.
Poseidon estava apenas sorrindo o tempo todo e brincando com Perséfone, mesmo que ela ainda estivesse assustada com a forma amorosa e carinhosa com que ele a tratava. Realmente, era isso que eu esperava de Brandon para com a própria filha, e não de um completo desconhecido.
Mas eu sabia que isso, uma hora ou outra, vai acabar. Quando o coração dele se curar da dor da perda, ele vai começar a procurar outras mulheres para começar a ter uma vida, e minha filha vai ficar sozinha. Eu só espero que isso seja logo, para que ela não sinta a dor da perda.
Não sei se sou egoísta por pensar uma coisa dessas, mas eu tenho medo, tenho muito medo do que vai acontecer com a minha filha se ela crescer e acabar se apegando a ele.
Eu não quero que Perséfone passe pela mesma dor que eu passei com o pai dela, por amar um homem e não ser correspondida e muito menos amada em troca.
Atena: "Bom dia, Sônia. Que bom que você veio, porque meu primo já estava ansioso, acreditando que você não iria vir ou até mesmo não trazer Perséfone." Ele não deu nem mesmo tempo para que eu pudesse falar alguma coisa, pegou a bolsa do meu ombro e entrou na sua sala, me deixando ali com Atena na recepção da presidência. "Não tem ideia de como eu estou feliz por saber que meu primo está se recuperando depois de tudo que passou."
Sônia: "Eu também estou muito feliz com ele estar se recuperando, mas eu não sei o que vai acontecer quando ele melhorar. Será que ele ainda vai se lembrar da existência dela?" Eu falei essa última parte para mim, mas parece que ela ouviu, porque tocou no meu ombro, chamando a minha atenção.
Atena: "Acredite! Poseidon jamais vai esquecer você e muito menos Perséfone, eu te dou toda a certeza disso." Ela ainda estava com um sorriso quase bobo nos lábios quando seu telefone começou a tocar. Ela me olhou e revirou os olhos, como se estivesse cansada disso, mas atendeu tranquilamente. "Empresa Smith, bom dia. Com quem eu falo?" O seu sorriso foi morrendo aos poucos, como se ela não gostasse nem um pouco de saber quem era a pessoa que estava do outro lado da linha. "Ele não quer aqui, numa reunião com você e muito menos com seu pai, então, por favor, eu espero que não ligue de novo para a empresa. Como pode ver, ele já tem filhos e não quer entrar em nenhum relacionamento com a senhorita. Se mantenha longe, por favor." Audrey! Eu sabia que ela não iria desistir, até porque qual tipo de mulher iria desistir de um homem tão bonito quanto Poseidon? "A senhorita já foi avisada. Se aparecer na empresa mais uma vez, te garanto que vai sair daqui com a polícia, e vou fazer questão de ligar para os jornais locais e até mesmo do país, para virem na frente da empresa esperar para tirar várias fotos e gravarem a senhorita sendo levada embora." Ela falou com uma voz de ameaça, mas não demorou muito para que eu pudesse desligar e olhar para mim. "Não tem ideia de como essa garota me irrita!"
