A corrida matinal me cansou, mas fez os meus ossos voltarem ao normal. Depois de uma boa refeição e de matar a saudade da minha família, descobri que Cecília aguardava um novo bebê, e que Harry, Apolo e Christian tinham se tornado grandes amigos que jogavam esportes masculinos juntos.

É claro que a primeira informação era mais importante.

Em um momento que eu precisava com minha mãe e irmãs, as abracei com o coração aquecido, e, depois de muito tempo chorando juntas, percebi que tinha alguém me esperando para conversar.

— Fico feliz que você esteja bem. — Aland me lançou um sorriso sincero.

O abracei, sabendo que não precisávamos mais desse tipo de distância e formalidade.

— Não acredito que tenha ficado três meses aqui por mim.

— A sua família é muito acolhedora. — ele olhou para baixo, envergonhado. — Eu não fiquei aqui o tempo todo. Voltei para Dazzo, e... bom, eu fui coroado.

Sorri, sem conseguir acreditar.

— Aland, isso é muito bom! Por que não me avisou antes? Eu teria me curvado, já que agora estou diante de um Rei.

— Você sabe que nunca irá precisar se curvar para mim, Qhana.

Eu sabia. Isso me deixava ainda mais orgulhosa do homem que ele era.

— Sempre que precisar de uma amiga, sabe que estarei aqui.

— Você já fez demais por mim. Eu sei que quando você voltou sem vida daquela caverna, alguma coisa aconteceu, mesmo que não se lembre. Não posso acreditar que o destino é bom demais e Arthur virou uma estátua por pura coincidência, mesmo sabendo que você jamais seria capaz de pedir a morte dele apesar de tudo que ele nos fez. — ele acariciou o meu rosto com o polegar. — Obrigado. Obrigado, por tudo.

Senti um nó na garganta. Era uma despedida. Ele estava indo embora, e, mesmo sabendo que ele precisava ir, uma parte de mim queria que ele estivesse sempre por perto.

— Não deixe Dazzo parecer sempre tão longe. Venha nos visitar.

— Não me olhe com essa cara de choro. — ele sorriu, parecendo emocionado também. — Sempre que precisar de um melhor amigo que solta fogo, eu estarei aqui. É só me mandar uma carta, e eu virei.

Ele beijou a minha testa.

— Seja feliz. Não há nada que eu queira mais do que isso.

Enxuguei uma lágrima.

— Seja feliz também.

Ele se virou de costas, e eu percebi que ele carregava um colar na mão.

— Aland?

— Oi. — ele parou no caminho da carruagem, e voltou a me olhar.

— Você não vai direto para Dazzo, não é?

Sorri, vendo ele sorrir de volta.

— Acho que vou passar em Àquiles. Preciso devolver um colar a uma certa princesa.


 Preciso devolver um colar a uma certa princesa

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Insensato AmorWhere stories live. Discover now