Chorei sozinha no quarto, sem saber o que fazer com tantas emoções juntas, explodindo e fazendo o meu corpo tremer. Minha boca estava seca. Eu precisava dele. Agora que o tinha de volta, não conseguia me livrar da sensação de que, a qualquer momento, o perderia de novo.
Eu estava tão sensível que podia sentir Harry me chamar. Eu podia sentir o calor dele clamando pelo meu, de forma tão intensa que me sufocava. Como se fosse uma necessidade.
Abri a porta, pronta para ir até ele quando encontrei seu corpo parado do outro lado.Ele estava me esperando. Seus olhos azuis como o oceano penetraram os meus. Ele sentia o mesmo. A mesma necessidade. O mesmo sofrimento por termos ficado separados por tanto tempo. O arrependimento que corroía a alma por não termos ficado juntos quando podíamos.
Eu me forcei a dar um passo adiante, quando ele atravessou a distância e me tomou para si, fechando a porta do quarto atrás de mim. Harry me beijou com tanta urgência e saudade que eu senti a parte vazia em mim se encher de
novo. A parte quebrada, machucada e dolorida estava inteira.Uma onda forte de calor me invadiu. Meus braços agarraram o seu pescoço enquanto os meus dedos entravam em seu cabelo. Eu me perdi nele, deixando para trás tudo o que nos separava. Chorei enquanto o beijava, sentindo o meu coração se entregar.
Eu sempre fui dele, e sempre seria.
Faíscas efervescentes percorreram meus braços e pernas conforme o beijo ficava mais calmo e suplicante. Quando terminamos, não conseguimos nos soltar.
As mãos de Harry continuaram em minha cintura, fazendo círculos carinhosos com o polegar, e os meus braços continuaram enroscados no pescoço dele. Sua testa descansou na minha.
— Eu te amo, estrela. Você entrou em mim, tornou-se parte de mim. Eu sou incondicionalmente seu, desde o dia em que nos casamos.
— Eu também te amo, me perdoe por todas as coisas que eu te disse...
Ele me interrompeu com outro beijo.
— Você sempre mentiu mal, meu bem. Eu não chorei porque acreditei no que você me disse, e sim porque percebi que Arthur estava te torturando tanto que obrigou você a dizer aquilo. Me odiei por ter deixado você ir embora sozinha e por ter feito você cair nas mãos daquele homem maldito.
— Não me deixe, nunca mais pense que me esquecer é a solução. Se fizer isso, não irei suportar.
— Eu não teria forças para isso.
Ele entrelaçou a mão na minha, e levou meu pulso aos lábios, sussurrando baixo:
"Um amor que não se pode morrer, lembra?"
Cada toque dele me queimava e me reconstruía ao mesmo tempo. Deixei todas as minhas emoções fluírem em direção a ele, à flor da pele, expostas e sensíveis. Um baque no barco, então, fez o nosso corpo ir, com força, ao chão. Harry me abraçou forte, levando a queda inteira nas costas.
— O que foi isso?
— Eu não sei.
Outro baque surgiu, como se o barco tivesse batido em uma grande pedra. Harry me ajudou a levantar sem deixar de segurar a minha mão e me guiou para fora.
Aland andava de um lado para o outro, lutando para arrumar o barco enquanto eu procurava freneticamente por algo firme para me segurar, em meio a uma tempestade furiosa que não nos dava trégua. Harry correu para ajudá-lo.
— Foi um iceberg. — ele explicou, inteiramente preocupado. — O barco não vai aguentar por muito tempo, precisaremos descer.
— Descer? No meio do mar?
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Insensato Amor
Historical FictionSérie irmãs Beaumont - Livro 3 Arabella é a filha mais nova das três princesas do reino de Beaumont, sendo considerada a próxima a se casar. Após ver as duas irmãs se casarem por amor e sonhar, por tantos anos, com o mesmo, Bella se vê obrigada a se...
Capítulo XXXVII
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