Família e Sentimentos.

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Em ti, Pai, meu Criador, coloco minha confiança. 

Eu confio em você; não me deixes ser envergonhado, nem que os meus inimigos triunfem sobre mim.

Faça-me conhecer seus caminhos, pai. 

Ensine-me seus caminhos. 

Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o deus da minha salvação; por você eu espero o dia todo.

As manhãs na casa real poderiam ser agitadas. O dia começaria antes mesmo do sol nascer, por ordens da rainha, e se desligaria logo após o último raio de sol tocar o horiente.

Após este período, somente os empregados de maior confiança e guardas ficariam próximos aos apartamentos reais.

Contudo, ninguém poderia negar que seus dias não eram corridos. Polirys chateou-se inúmeras vezes ao acordar sem o marido por perto ou não ter chance de vê-lo durante o dia.

Esse, no entanto, não era um desses dias.

Interrompida suas orações e tentando lhe levar de volta a cama inúmeras vezes, A Princesa Consorte se sentiu irritada o suficiente para enviar ao marido um travesseiro no rosto. E depois o castiçal de velas ao lado da cama.

Imediatamente lágrimas chegaram aos seus olhos e uma culpa assolou seu ser. Fazendo seu marido correr ao seu lado e acolhe-la em seus braços, jurando que não havia sido nada demais.

Muitos diziam que a gravidez combinava consigo. Que a gestação, uma dádiva dada às mulheres pelo divido, era um dos maiores milagres da vida.

Polirys não poderia descordar mais.

Suas costas doíam como um inferno… perdoe-lhe os Deuses. Sentia tonturas constantes, vomitava praticamente tudo o que comia e suas emoções estavam a flor da pele.

Ela já expulsou seu marido de seus aposentos uma dúzia de vezes, e na maioria delas usaria seus quartos conectados para ir até ele no meio da noite o chamando de volta a sua cama para conseguir dormir melhor, com seus braços e cabeça apoiados gentilmente em seu peito, aproveitando seu calor quente.

Ainda, acima de tudo, havia um pavor a percorria internamente, acumulando receios e traçando inseguranças.

O fato do sexo deste pequeno ser em sua barriga determinar sua utilidade na sociedade atual. Sobre o fato de como isso definiria todo o futuro a partir do momento em que fosse identificado em seu nascimento.

No entanto, sabia que o amaria independentemente.

O protegeria com todo o seu ser e alma. E não duvidava que seu marido faria o mesmo.

Aquele pequeno serzinho, que a fazia vomitar e sentir dores absurdas, que a deixava enjoada todas as manhãs e a fazia sofrer acidentes vergonhosos por não conseguir chegar ao toalete a tempo. Ela o amava com toda a sua vida, e só conseguia imaginar como seria seu rostinho, seu cabelo, com quem se pareceria mais.

E por isso ela orava, pedindo orientação e segurança aos deuses da antiga Valíria. Clamando pela segurança dela e de seu filho. Mas também, garantia que não fosse só os deuses a proteger os seus. Todos deveriam fazer sua parte.

Sangue do ConquistadorWhere stories live. Discover now