NOVAS HISTÓRIAS

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Quem pediu por Laenor de volta???
Aqui está uma ideia MireliLeFay e JulianyNeriFerreiraR.

Espero que gostem!!!

Me digam se gostem, para saber se é uma ideia realmente válida ou não, okay?!

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UM DRAGAO FEITO DE SAL E FOGO

A última coisa que ouviu antes de morrer foi o pedido de perdão de seu amante. O Covarde que lhe atingiu com sua própria espada ao dizer que voltaria para Westeros.

Tão covarde quanto ele.

E ainda assim, pior.

Pois ele o amava. Tanto que abandonou sua família por ele. Comprometeu tudo o que tinha, esqueceu tudo o que poderia ter sido como Senhor das Marés para estar ao seu lado.

Ele deveria estar morto.

Empalado na barriga com sua espada. Aquela com a qual seu pai lhe presenteu quando virou Cavaleiro, nas festas de seu casamento. Um tanto tarde a maioria diria.

Então o que deveria pensar ao se ver banhado em sangue, mas claramente não o seu pela falta de dor física, para ver seu então verdadeira amado, Joffrey, caído abaixo de si morto.

Morto.

Casamento.

Sua união. Com Rhaenyra.

Ao olhar para cima, encontrando os olhares de choque, descrença e nojo da maioria dos nobres presentes, sentiu seu peito se fechar enquanto mesmo insconcientemente, permitia que mais lágrimas escorressem.

Esse era seu purgatório?

O seu fim? Reviver o momento onde tudo o que foi verdadeiro para si foi destruído graças a um cavaleiro com inveja de algo que nunca poderia ter?

Lorde Corlys, seu pai, ultrapassou a multidão parando a sua frente. O arrancado dos braços de seu amado moribundo e sussurrando em seu ouvido para se recompor, enquanto fingia parecer preocupado com saúde.

E no próximo segundo, tentando dar um passo para trás e se afastar, pisou em falso. Caindo por cima do corpo de Joffrey e simplesmente ficando inconsciente ao ver os olhos castanhos de seu amante.

O mundo desapareceu ao redor de Laenor Velaryon, deixando para trás apenas um vazio de escuridão. Confusão e incerteza dominaram seu espírito enquanto lutava para compreender as circunstâncias surreais que o trouxeram até aqui.

Em sua última instância pensou estar com Qarl, seu amante em Lys, quando insistiu em voltar e ajudar Rhaenyra e seus filhos na guerra. 

Tanto quanto ele aparentemente, seu segundo amante era covarde demais para precisar encarar a verdade do que fizeram e as consequências e preferiu por matá-lo no final.

Ou então seu pai, no grande salão real, com toda a polpa e luxos que o casamento da filha do rei e do herdeiro de Driftmark merecia.

A cena de Joffrey morreu se revirou em sua mente por muitos e muitos anos desde que aconteceu, mas em sua morte parecia ser constante. Ao menos até que o vazio e a escuridão ocupassem tudo.

Mas agora ele estava sozinho, cercado por uma presença etérea que não conseguia entender. Enquanto seus sentidos se ajustavam ao vazio, um brilho suave emergiu das profundezas do vazio.

"Olá?" Ele gritou para o vazio, esperando entender o que quer que estivesse acontecendo.

Gritou tanto quanto podia, sentia a presença constante ao seu redor, mas nada era dito ou se poderia ver. Sua garganta parecia rachar com tamanha força e frequência usada, mas ainda assim nada aparecia. 

E então sim.

O vazio foi repentinamente preenchido por uma luz ofuscante. A rapidez disso o fez cobrir os olhos, para evitar ficar cego. Gritos, sussuros e palavras entravam em sua mente sem que pudessem compreende-las totalmente.

Por um segundo, ele pensou que este poderia ter sido seu castigo eterno pelo mesmo pecado que os levou a isso, mas então seus olhos se abriram com brusquidão e em sua frente, assustado como nunca veria em outro momento na vida, estava Corlys Velaryon, Senhor da Maré Alta, o temível Serpente do Mar, pulando da cama como um sapo e com olhos tão abertos quanto um peixe.

" Porra…"

Gritou bruscamente antes de cair de volta para trás arfando pesadamente, sentindo todo o seu corpo trêmulo como o mar mais agitado e seu coração tomando como uma das canções mais antigas e agitadas dos marinheiros.

" Laenor!"

Seus olhos ficaram turvks ao ouvir a voz de seu pai. Não o ouvia a tantos anos, mas ali parecia tão… casual… tão… comum.

Como algo dito a todos os momentos do dia aqui e ali, e então sentiu seu corpo fraquejar mais. Com certeza aquele era seu inferno. Por abandonar sua família, por não cumprir com seus deveres e manchar o nome de sua família.

Mesmo fugindo constantemente em vida, o pagará na morte.

Poético de uma forma mordaz.

E no entanto, a verdadeira situação só veio em sua mente aos poucos, com seu pai tão agitado quanto estava, assim como sua mãe, fazendo tantas perguntas quanto possível e citando a febre e sintomas estranhos que teve durante três dias inteiros.

Três dias? Isso nunca aconteceu quando estava vivo!

" Os mestres não entenderam o que foram. Mandei chamar o nosso curandeiro de Driftmark, não se preocupe, ele deve chegar em poucas horas agora meu filho!"

Se algo era claro naquele momento, como o herdeiro nunca viu, foi a turbulência emocional de seu pai para com ele.

Muitas vezes, em vida, viu seu pai olhar assim para sua mãe ou irmã, e embora tivesse suavizado um pouco em seus últimos anos juntos, o homem não era reconhecido como um dos mais gentis para com ele. Seu herdeiro.

Nunca satisfeito com suas ações como o próximo a ser Lorde Velaryon. Nunca a altura com suas atitudes, estudos, esgrima ou batalhas. Nada era o suficiente para a Serpente do Mar.

Tão ganancioso ao ponto de vender seu próprio filho simplesmente para alcançar o que praticamente todos no continente gostariam. Mesmo contra sua vontade.

E ainda assim estava ali, parecendo genuinamente preocupado com seu filho.

" Você continuou dizendo palavras soltas, em Valiriano e então em língua comum, querido…"

Citou Rhaenys inconscientemente do que abriu ao menino. Seus olhos então se arregalaram, como se uma realização tivesse sido feita, embora ainda houvesse confusão em sua face.

" O que eu disse?"

" Não era algo importante."

" Mãe… o que eu disse?"

Perguntou tão altivamente que assustou a ambos os outros na sala, que se entreolharam antes de acenar respondendo.

" Frases desconexas, palavras soltas como Segunda chance. Sangue do céu e do mar… um novo começo… sangue…guerras.."

E pela segunda vez, ou terceira, Laenor Velaryon desmaiou, ao mesmo tempo que de uma forma extremamente perturbadora conseguia entender agora como tais palavras tinham um grande significado por trás.

Estás que parecia que nem mesmo seus pais sabiam. Algo que poderia ouvir na escuridão de sua mente.

Uma segunda chance.



Sangue do ConquistadorDonde viven las historias. Descúbrelo ahora