— Qhana, vamos embora...

— Não!

— Se não retirá-la daqui, eu mesma terei que prendê-la. — o guarda pareceu perder a pena que sentia, e segurou um bastão que tinha na cintura.

Aland me puxou mais forte, e dessa vez, as minhas pernas fraquejaram e eu me deixei ir.
Olhei para a sacada de novo. Eles não estavam mais lá.

— Eu sei o que eu vi! Você tem que acreditar em mim...

— Eu acredito. — Aland enxugou a lágrima do meu rosto e me abraçou. — Eu acredito, Qhana. Se quiser mesmo conferir, vamos dar um jeito.

— Como? — engoli o nó da garganta.

— Fique aqui e confie em mim. Nós vamos entrar e procurá-lo, mas antes você precisa de uma capa para esconder o cabelo.

— Capa? — comecei a perguntar, mas Aland já tinha ido abordar uma moça nobre que passava ao lado de uma serva, usando uma bela capa de cor vinho.

Eu não consegui escutar o que eles conversavam, mas ela sorriu e ele pareceu flertar com ela. Depois do que durou, no máximo, três minutos, a moça retirou a capa e deu a ele, como se não fosse nada.

Quando ele voltou, colocou a capa em meus ombros e puxou a capuz em minha cabeça.

— Quer me explicar como fez isso?

— Não fiz nada. Só falei que não tinha combinado com os olhos dela, e que se ela me entregasse, eu poderia doar para a minha irmã mais nova. — ele deu de ombros, como se não fosse nada. Em que momento Aland se tornou tão ciente do charme que tinha?

— Você podia ter comprado.

— Não sobrou tantas moedas das coisas que vendi, Bella, além do mais aqui os preços são absurdos. Não viu o preço que o anão cobrou por uma mísera pulseira?

— Tudo bem, isso não importa. Como faremos agora para entrar?

— Você não fará nada. Me espere aqui.

Tentei o chamar, mas ele já tinha saído de novo. Andando na direção do mesmo guarda da porta, ele o chamou em um canto para conversar e, antes que eu pudesse reagir, ele virou o homem de costas e o apagou com o braço em seu pescoço.

Olhei ao redor, desesperada com medo de alguém ter visto, mas todo mundo parecia estar ocupado demais comprando coisas fúteis para reparar em alguma coisa. Aland arrastou o corpo do guarda desmaiado rapidamente e o deixou por trás de uma árvore escura. Quando voltou, estava vestido com o uniforme dele.

— Você... você o matou?

— Não, ele irá acordar, por isso temos pouco tempo. — ele puxou a minha mão e entrou comigo pela porta. — Não diga nada e abaixe a cabeça.

O guarda chamado Zack nos encarou, curioso, quando fechamos a porta.

— Ambrose liberou a entrada? Nunca te vi por aqui.

— Trabalho no outro posto de vigia. — Aland me puxou pelo braço, como se eu fosse uma mercadoria sendo levada. — O Príncipe solicitou que eu trouxesse uma diversão para ele hoje.

Zack me olhou, desconfiado, e soltou o ar.

— Outra. Pode subir. Deixe ela na sala dele, é a primeira do último andar.

Me senti enjoada ao imaginar as mulheres que eram levadas ali. Entramos em um dos becos e seguimos as escadas. Aland afrouxou a mão em meu braço, e fez uma leve carícia com o polegar.

— Não fique nervosa, eu estou aqui, não vou deixar que nada te aconteça. Olhe para os guardas. Se encontrar o Harry, me avise.

Fiz o que ele instruiu. Procurei entre cada um deles, e quando passei pela primeira torre, meu coração parou.

Insensato AmorWhere stories live. Discover now