07: LEGADOS DE FUMAÇA

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Nada está tão ruim que não possa piorar.

Odeio esse ditado. A veracidade dele.

O fato dele ser incrível nesse momento da minha vida, que chamo de: completo caos em dobro.

Ah, não, desculpe.

Triplo.

Acordar na cama desconhecida é confuso e me debato meio sonolenta, até lembrar de tudo. E, na verdade, não sei como dormi. Exaustão? Adrenalina?

Trauma, quem sabe, por isso me levanto rapidamente. Marie está deitada sobre o lençol e a janela, que não me dei o trabalho de fechar, está aberta.

Chove lá fora.

Um acordo com meu humor e com os toques do celular, enquanto o apanho junto a mensagens de Linda.

Conrad me disse que está com eles. Não vi quando chegou na festa, mas estou feliz que esteja com Con! Estou indo para aí mais tarde"

Diz e arregalo os olhos.

Ah, não. Não, não!

Mas que droga! Como se não bastasse tudo, Linda ainda acharia que tinha passado a noite na cama de Conrad? Sério?

— Por favor, há como melhorar? — Saio do quarto, disposta a encontrar respostas, e dou de cara com o diabo.

Conrad já está parado lá, bem assim, e me assusto voltando para o quarto, quando ele diz:

— Bom dia, princesa. — Sussurra, baixo. É muito cedo, mas ele já está completamente vestido com um terno de três peças, e o cabelo penteado como um maldito príncipe. — Já acordada? Está cedo.

Fala sério.

— Falei no diabo. Então, seu rabo me cutucou. — Digo e ele inclina a cabeça confuso, antes que meus olhos observem os entornos e decidam que não quero ter essa conversa ali. Abro a porta. — Entre aqui, King. Agora.

Ele ri.

— Um dia na minha casa e já me convida para seu quarto? Sou mais difícil que isso, sabe.

— Mesmo? Eu não poderia me importar menos. — Ele entra e bato a porta enquanto o encaro furiosamente.

— O que disse para Linda? — Sou direta. Porque ele disse algo. Muito mais que só um aviso.

— Ah! — Olhos verdes, cabelo com gel, áurea de um bilionário. Conrad alisa seu Armani. — É por isso que está com esse humor, tão cedo? Linda?

— Não, King. Na verdade, estou com esse humor após ser perseguida, violada e ser testemunha de assassinatos. Porque terei que inventar uma desculpa para meus pais e Linda sobre como preciso me mudar. E já que você não está me ajudando, porque terei que mentir para sua irmã, que acha que passou a noite entre meus lençóis! — Esbravejo e o desgraçado ri.

Ri!

Meu temperamento pisca e preciso parar antes de atacá-lo.

Já que o miserável acha minha situação frágil, hilariante!

Ele se aproxima furtivamente. Passos suaves e empina aquele nariz aristocrático para mim com malícia.

— Do que está falando, princesa? — Desdenha. — Não disse nada para Linda sobre nós dois. Só disse que dormiu aqui, e falemos sério, Chanel, se tivesse você na minha cama, não passaria a noite entre os lençóis. Passaria entre suas pernas. — Bate em meu nariz, antes de abrir a porta. — O café da manhã é em quinze minutos. Arrume-se e desça. Temos algumas coisas para conversar. Coisas sérias.

REIS DO IMPÉRIO Where stories live. Discover now