13: RACHADURAS NA COROA

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Conrad King.


Ter Chanel por perto era uma maldição.

Uma enlouquecedora.

Ela estava conosco havia um mês e uma semana, o que era tempo suficiente, para querer fazer muitas coisas ruins. O que era estranhamente horrível, já que fazia dezenas de coisas ruins, todos os dias.

Porém, as vontades abrasadoras, não paravam. Na verdade, elas variavam, desde a arrastá-la para meus braços e a beijar alucinadamente, a matá-la jogando-a do penhasco atrás da casa.

Uma catástrofe.

E, não era o único.

Nesse momento, Killian, Viktor e eu, estávamos todos na sala, escutando, enquanto Chanel e Linda, se arrumavam para ir ao shopping.

Como um irmão mais velho com uma irmãzinha mimada, cresci com as risadinhas histéricas, todavia, ver Chanel rindo com minha irmã, me aquecia por dentro.

Elas eram amigas.

Melhores amigas. E sem precisar mover um músculo para isso. E exatamente por esse motivo, não me neguei a levá-las para o shopping e ficar de babá.

Ficar perto das duas, era um bônus muito bom. Não poderia negar.

Mais risadas vieram e Killian bufou irritado.

Meu irmão sempre estava irritado, era seu método padrão de vida, porém, desde Chanel ele estava ainda mais irritado.

Provavelmente por toda a sua armadura sair completamente de seu corpo quando a garota começou a sorrir para nós, ou quando seu cheiro ameaçou invadir tanto os nossos sentidos que quis morrer.

E tudo era culpa de Chanel.

Chanel e seus sorrisos. Chanel e suas piadas. Chanel e seu medo esquecido, no momento em que deixamos de ser uma ameaça diária.

Chanel e seus toques. Chanel e seus beijos nas bochechas, suas palavras sussurradas, o humor ácido e a maldita perfeição com que ela foi feita.

Sua pele era minha agonia. Tão bonita, escura e lisa, cheirando sempre a algo que gostaria de lamber. Os cabelos me consumiam. Cachos milimetricamente enrolados em formas de me torturar, principalmente quando ela os balançava para lá e para cá, ou os prendia sobre a cabeça. Quando eles saltavam em seu rosto de boneca e queria apanhá-los em meus dedos.

E tinha aqueles olhos. Minha ruína, brilhantes e encantadores, ou aquela boca que me enlouqueceria para sempre, rosa, carnuda e em forma de coração. E seu corpo... iria para o inferno por cobiçar aquele corpo. Era pura arte. E nem mesmo Viktor, que agora tinha seus olhos escuros nas duas garotas que entravam na sala, podia refazer aquele nível de beleza.

Tortura. Do melhor tipo. E mesmo quando Linda, veio até mim, vestida com um conjunto vermelho que ficava lindo nela,  nenhum de nós pôde parar o olhar cobiçador que cercou Chanel. Ela deveria saber que tinha pernas espetaculares. Que sua cintura era tão esbelta que fez Viktor engolir em seco, ou que o decote profundo do vestido revirou a cabeça de Killian.

E Linda percebeu. Honestamente, todos percebiam. Todos menos ela.

— Con, você irá conosco, não irá? — Lindinha se apoiou em mim e assenti, levantando do sofá com meu terno perfeitamente alisado.

Ele era de muito bom gosto, o que fez Chanel erguer uma sobrancelha. Ergui minha mão, e minha garota veio até mim em um segundo.

Tão obediente. Fazia minha pele coçar.

— Você está exuberante, princesa. — Falei em alta voz e orgulho frívolo brilhou no castanho dos seus olhos. Ela não precisava de elogios. Era linda e sabia disso a sua vida toda. Ainda assim, falaria como era uma beldade, todos os dias da sua vida. — Esse vestido é novo?

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