04: ESPINHOS NO TRONO

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Londres, numa manhã nublada.

Conrad King

É a terceira ameaça só essa semana.

Sempre o mesmo. O mesmo padrão.

O mesmo miserável louco o suficiente para mexer com minhas coisas.

Elas começaram há um mês, com algo sutil. E agora, é sempre a mesma ladainha.

Dizem que possuem filmagens dos meus crimes e dos meus irmãos.

Bobagem.

Não deixo pistas.

E tudo começou por um deslize. A primeira imagem veio, um corpo bem escondido. Não sou tolo. Sou um assassino, mas um experiente.

E também sei que aquele corpo não é meu. Sempre queimo os meus. E do jeito que foi encontrado, é provavelmente de Killian.

Suspirando, muito irritado com mais essa, afasto a gravata do pescoço e entro na casa que divido com meus irmãos.

Está limpa e organizada, sem um fio de cabelo do lugar, e devo agradecer ao bastardo do Viktor e sua obsessão por limpeza.

Não que seja diferente. Limpar nossa bagunça é nosso trabalho desde sempre.

A mansão imperial tem dois andares e cinco quartos, projetada especialmente para nós e nossos irmãos, todavia apenas nós três moramos aqui, já que Michael, o irmão de Killian e Linda, minha irmãzinha, preferem morar nas fraternidades e viver a experiência completa da Royal College. Não os julgo. Também viveria assim, se não tivesse nada a esconder.

Mas tenho, e esse é um dos motivos de encarar as paredes claras, móveis escuros e de luxo e toda a riqueza que Killian fez. Ele é o arquiteto do grupo, e se divertiu aqui. Eu apenas moro.

Como Viktor.

Falando nisso, eles já deveriam estar nas aulas da manhã, todavia escuto música clássica pelas escadas, o que significa que Cox está em casa e esculpindo.

Estranho.

Normalmente Viktor só faz arte a noite e apenas após observar seu vício favorito, numa outra sala. Ele estar aqui agora, não é normal.

Tirando meu terno, muito caro e de ótimo gosto, sigo até meu irmão e encontro a porta do seu ateliê aberta, como normalmente fica. Tudo, porém, não parece como no nosso dia a dia, e se não fosse por um Sawyer preocupado sobre uma cadeira a observar, seria o homem sentado sobre uma cadeira, formando caos.

Todos temos talentos. Sou um musicista nato, ainda que faça faculdade para liderar minha herança. Kill é ótimo em arquitetar, atirar em coisas e dar velocidade nos seus carros.

Viktor é... fabuloso. Ele é um artista nato. Literalmente tudo que ele põe a mão se transforma em uma obra-prima, e nosso irmão já vendeu metade de tudo que nem fez ainda.

Somos bons juntos e sabemos o que está certo um com outro sempre. E por isso, também sabemos o que está errado e isso? A concentração, os olhos turvos e a imobilidade não combina com ele.

O que só pode significar uma coisa.

Já, que apenas uma pessoa pode deixá-lo dessa maneira.

— O que minha princesa da moda fez? — Entro no quarto, um sorriso de desculpas pelo atraso no rosto, e olhos de Kill vêm para mim, retribuindo o sorriso, com um preocupado. Não Vik. Ele continuar a moldar e moldar um pouco mais.

— King. Que bom que chegou. — Ele se levanta do lugar, com cabelo bagunçado e vestido em suas roupas amarrotadas. É mais do que ele veste normalmente em casa, já que ainda tem sua camisa, o que ainda me causa inquietação. O que aconteceu? — Achei que vinha ontem.

REIS DO IMPÉRIO Where stories live. Discover now