26 - A portadora da Desgraça.

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Win

Bright foi inflexível sobre sair para o pub com os caras. Depois de nossa conversa sobre a possibilidade de ele ter demência quando estivesse mais velho, jantamos e passamos a noite aconchegados no sofá com Bright como a conchinha menor. Eu assisti o futebol, mas ele se virou e me encarou, aconchegado no meu peito durante a maior parte do jogo.

Ele cochilava, mas claramente, seu dia de angústia havia cobrado seu preço.
Nós fomos para a cama depois disso e ele dormiu até de manhã, então ele acordou se sentindo melhor. Quero dizer, ele ainda era o seu habitual eu de mau humor, mas estava se sentindo menos inseguro com relação ao futuro.
Por isso que ele estava inflexível de que deveríamos sair com os caras. Ele queria aproveitar tudo o que podia agora. Como eu disse ontem à noite, devemos aproveitar ao máximo cada minuto de cada dia, e sair e sermos sociáveis, mesmo que por pouco tempo, deu a ele uma sensação real de normalidade, então foi o que fizemos.

***
Bright estava bem durante a maior parte do domingo. Fui à mercearia de manhã e de tarde fomos de carro até a praia para um banho de sol. Ele pegou sua scooter porque as calçadas na praia eram de concreto liso e comprido.

Bright optou por shorts porque suas pernas estavam mais pálidas do que o normal, e a primavera estava chegando a Newcastle, então o sol estava quente, mas eu coloquei um moletom com capuz porque a brisa do Pacífico ainda estava fria.
Ele não se importava se as pessoas vissem as cicatrizes na perna dele. O fato de ele usar uma scooter de mobilidade e ter uma enorme cicatriz na lateral da cabeça os mantinha olhando o suficiente. Mas ele ainda estava de bom humor.

"O que temos nesta semana?" Bright perguntou.

Estávamos deitados em um cobertor na grama diante da areia, olhando o céu mais azul, de mãos dadas.

"Apenas um dia útil amanhã, mas terça-feira temos a sua consulta fisioterapêutica e depois a sua sessão com a doutora Chane. Temos que estar lá às oito. Podemos sair para tomar o café da manhã antes, se você quiser, comer alguns ovos chiques. Ou depois."

"Parece bom."

"O resto da semana é bem normal. Você tem uma ressonância na próxima semana."

Ele sorriu para mim antes de voltar a olhar para o céu.

"Eu odeio aquela máquina de ressonância magnética. E eles me injetam aquelas coisas."

"Pense por esse lado: Você tem o próximo compromisso de ressonância, mas depois, só precisa ir para consultas a cada duas semanas."

"Graças a Deus."

"E sem mais ressonâncias por mais três meses."

Era difícil acreditar que já haviam se passado três meses...
Ele ficou quieto por um tempo.

"Dizem que seis meses é o tempo limite." Disse ele. "Para que as memórias voltem. Se elas não voltarem até lá, é provável que não voltem."

Apertei a mão dele.
"Gostaria de saber o que dizer, Bright. Eu sei que você as quer de volta e odeio que elas tenham sido levadas. Mas temos que fazer novas."

"Como essa? Deitados aqui, de mãos dadas e olhando para o céu?"

"Sim."

"É o encontro número seis ou algo assim? Acho que perdi a conta."

"Podemos voltar para o número um, se você quiser. Jantar, velas e um filme."

Ele riu.
"Não. Já chega de voltar. Podemos continuar com o encontro número seis, certo?"

"Inferno, sim, nós podemos." Eu ri.

"Podemos fazer isso hoje à noite, se você quiser. Eu comprei bife para o jantar. Vou deixar você escolher o filme."

Pedaços de nós dois Onde as histórias ganham vida. Descobre agora