12 - Problemas

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Win

Conta em atraso.
Vencido.
Fundos insuficientes.
Suspirei e olhei para a tela do meu laptop. Entre a culpa e a vergonha havia uma sensação avassaladora de afogamento. Nem mesmo quando eu comecei o meu negócio, nunca tive preocupações com dinheiro. Assim não. Agora chegavam contas que eu não podia pagar e os pedidos não eram entregues porque não podia pagar adiantado, então eu trocava dinheiro entre contas, brincando de gato e rato com devedores e credores, tentando manter minha cabeça acima da água.

Digitei outro e-mail rápido, pedindo a minha gerente de caso para procurar as indenizações trabalhistas e de prejuízo. Fazia apenas algumas semanas desde que arquivamos a papelada, mas nossa carga de trabalho havia diminuído para quase a metade, mas as contas nunca pararam de chegar.
Eu nunca tinha escondido nada de Bright antes, mas ele não podia saber sobre isso. Apenas aumentaria seu estresse e prejudicaria sua recuperação.

Fechei meu laptop e suspirei. Prometi a ele um pouco de comida chinesa no jantar, então acrescentei isso ao meu crescente débito no cartão de crédito e fechei a porta do escritório.
Depois que Guns e Mike foram embora, tranquei a oficina, tranquei o portão da frente e levei a comida chinesa pelas escadas. Apesar da preocupação com o dinheiro, eu estava animado para esta noite. Uma noite no sofá em frente à TV provavelmente soava ruim para qualquer outra pessoa, mas me parecia perfeito.

Todas as pequenas coisas que eu uma vez dava por certo, agora eram como bolsas de ouro. Assistir TV, aconchegar no sofá, ficar de mãos dadas.
Eu nunca os subestimaria novamente.
Quase tudo foi tirado de mim, e agora que eu sabia o seu verdadeiro valor, nunca mais desconsideraria nada.
A espreguiçadeira estava vazia, então coloquei a comida chinesa no balcão da cozinha e vi a porta do banheiro aberta.

"Eu pedi o jantar mais cedo."

Eu disse. Assim eu não teria que sair novamente.
Sem resposta.
Fui até o banheiro e espiei lá dentro, meio que esperando que ele estivesse na banheira ou fazendo xixi ou algo assim.
Ele não estava.
Tentando não entrar em pânico, eu me virei para o quarto dele. Talvez ele tivesse ido se deitar de verdade, mas sua cama estava vazia.
Eu gritei mais alto dessa vez.

"Bai?"

Foi então que notei que a porta do meu quarto estava entreaberta. Que diabos?
Eu espiei lá dentro, quase com medo do que poderia encontrar, com meu coração na garganta. Mas lá estava ele, dormindo na minha cama.
Ah, Bai.

Meu coração estava fazendo todo tipo de coisa louca, tentando se acalmar, depois que quase tive um ataque de pânico, mas cheio de amor e tristeza. Por que minha cama? Ele precisava estar perto de mim?
Sentei em silêncio ao lado dele e coloquei minha mão em seu braço.

"Ei, Bai."

Ele acordou sonolento e confuso a princípio, até que me notou.

"Ah, ei."

"Você está bem?"

"Sim, por quê?" Ele sentou e olhou em volta. Claramente levou alguns segundos para se lembrar. "Ah."

"Você estava me procurando?"

"Não, eu..." Ele balançou a cabeça. "Não quis adormecer. Eu quero ser melhor. Para você. E pensei que talvez se visse suas coisas, me lembrasse... Mas eu estava cansado."

Deslizei minha mão pelo braço dele.

"Você quer ser melhor para mim?" Eu balancei minha cabeça. "Bai, você não precisa fazer nada por mim."

"Eu quero." Ele fechou os olhos e esfregou a mão no rosto. "Eu quero ser melhor."

"Vai levar tempo." Sussurrei, pegando sua mão. "E, gatinho, nós temos tempo."

Pedaços de nós dois Where stories live. Discover now