14 - A melhor lembrança

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Win

Guns abaixou a bancada móvel e travou as rodas com força, dando a Bright um local de trabalho mais adequado à sua scooter. Carreguei o primeiro motor para ele, mas o deixei encontrar todas as ferramentas e equipamentos sozinho. Afinal, fazia parte do processo: Colocá-lo de volta na equipe e mantê-lo ocupado e produtivo.
Fiquei de olho nele, e mesmo com o braço direito ainda na tipóia, ele não parava de sorrir.
Mesmo quando ele se cansou pouco antes do almoço, ele parecia muito mais feliz.

Ele encontrou tudo o que precisava, às vezes caminhava até lá, às vezes ia na scooter para pegar a ferramenta de que precisava. Mas o sorriso dele...
Fez tudo valer a pena.
Quando suas piscadas começaram a ficar mais lentas, eu fui até lá.

"Como você está indo?"

"Bem." Disse ele, olhando para mim. Ele estava feliz, mas parecia cansado. "Fiz muito."

Era verdade. Ele estava fazendo um grande progresso.

"Está quase na hora do almoço." Eu disse. "E você parece exausto."

Ele deu um pequeno aceno de cabeça.
"Queria não estar cansado."

"Eu sei. Mas a melhor parte é que você poderá fazer isso novamente amanhã."

"Amanhã?"

"Sim. A enfermeira Megan disse que você deve fazer isso apenas por algumas horas todas as manhãs. Só para começar."

Ok, isso não era inteiramente verdade, mas a opinião de uma profissional continha mais valor que a minha. Ela sugeriu apenas algumas horas, mas era eu quem não queria que ele exagerasse. Além disso, eu tinha certeza que, uma vez que se sentasse no sofá, ele cochilaria por um bom tempo.

"Ok." Ele murmurou. "Eu posso terminar amanhã, certo?"

"Certamente você pode. Se quiser."

Ele sorriu de novo.
"Eu quero."

"Vamos lá, vou levá-lo para cima."

Fomos para o último degrau, mas ele não conseguiria subir sozinho, não se considerasse quão cansado ele estava. Ele se levantou da scooter e segurou o corrimão.

"Ei, gatinho." Sussurrei. "Coloque seu braço em volta do meu pescoço. Eu ajudo você."

Ele me lançou um olhar divertido.
"Só porque você me chamou de gatinho."

Agarrei-o, tomando cuidado com sua perna e braço, e o ajudei a subir, apoiando a maior parte do seu peso em mim. Entramos em casa, e quando ele firmou seus pés no chão, ele manteve o braço em volta do meu pescoço. Estávamos incrivelmente próximos, nossos rostos a poucos centímetros de distância. Seus olhos foram para a minha boca, depois para os meus olhos.
Eu conhecia aquele olhar.

"Me beija." Ele murmurou.

Eu juntei nossos lábios, mas foi ele quem aprofundou o beijo. Como se alguém tivesse apertado um botão e de repente ele se lembrasse como eram os beijos mais intensos, ele inclinou a cabeça e abriu a boca para a minha língua. Deslizei meus braços ao redor dele, puxando seu corpo para mais perto, com todas as células do meu corpo ligadas.
Ele gemeu e o senti se apoiar em meus braços. Ele estava cansado, e seus beijos eram como os beijos sonolentos das manhãs de domingo que havíamos compartilhado tantas vezes. Eu rompi o beijo e ele sorriu antes de deixar sua cabeça cair no meu peito.

"Ok, bela adormecida." Eu disse sorrindo. "Vamos colocá-lo no sofá."

Eu o ajudei a sentar e ele reclinou o assento, os olhos já se fechando.

"Cansado."

Eu gentilmente escovei meus dedos pelos cabelos em sua têmpora.

"Vá dormir. Vou colocar o seu almoço ao seu lado para quando você acordar."

Pedaços de nós dois Where stories live. Discover now