6 - Volta para casa

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Win

Quando eu cheguei na manhã seguinte, Bright estava sentado na beira da cama, banhado e vestido. Eu tinha escolhido uma calça larga para ele, pensando que seria melhor para a perna dele e uma de suas camisas favoritas. Ele parecia tão diferente em roupas normais do que nas roupas do hospital em que esteve nas últimas três semanas e meia.

"Bom dia." Eu disse, incapaz de esconder minha emoção. "Como você está se sentindo?"

Ele sorriu. "Bem. E nervoso."

"Eu também estou nervoso." Admiti.

"Você está?"

"Claro. Estou com medo de não ser a melhor pessoa em cuidado domiciliar e que você se machuque porque fiz algo errado."

"Tipo?"

"Não sei. Tipo deixar o tapete no chão e você tropece nele e bata sua cabeça na banheira. Ou que as escadas serão demais para você. Esse tipo de coisa."
Ou que você perceberá que não quer mais morar comigo...

"Então somos dois." Ele murmurou.

"Você está preocupado que eu seja um péssimo cuidador?"

Ele bufou.
"Oh não. Estou preocupado que você sendo meu cuidador, fique cansado de ter que tomar conta de mim."

Fui até ele e fiquei na frente dele, colocando minha mão em seu ombro.

"Eu nunca vou me cansar de você. Você não é um fardo, e tampouco um aborrecimento. Nós vamos superar isso. Você apenas terá que aturar minha comida terrível por um tempo."

Ele quase sorriu.
"Obrigado." Mas então ele respirou fundo e encontrou meu olhar. "De verdade. Obrigado. Você não precisava fazer isso, poderia apenas ter me deixado, mas não o fez. Eu poderia não ter nenhuma lembrança da minha vida antes do acidente e estar sem-teto. Mas você ficou comigo."

Minha mão queimava para tocar seu rosto, para segurar sua bochecha para que eu pudesse beijá-lo suavemente. Claro que eu não podia, então afastei minha mão.

"Eu não estaria em nenhum outro lugar." Ele sorriu, mas desviou o olhar. Uma linha se formou entre suas sobrancelhas. "Como está seu braço? Essa camisa é confortável?"

Eu tinha escolhido uma com mangas curtas soltas.
Ele olhou para baixo e levantou um pouco o braço.

"Sim, obrigado. Está ótima. Eles fizeram um curativo. A doutora ficou feliz com isso."

"Certo. Disseram quando você pode sair?"

"Estou apenas esperando a médica aparecer. Ela tem papéis e pílulas para me dar, essas coisas."

"Ok. Você já comeu? Coloquei seu café gelado na geladeira em casa."

Ele sorriu mais genuinamente então.
"Obrigado. Sim, eu comi."

Apontei meu queixo para o assento da scooter.

"Quer dar uma volta? Quero dizer, precisamos nos acostumar com isso. Apenas eu, ajudando você."

O sorriso dele aumentou.
"Ok. Sim, tudo bem."

Eu girei para que ficasse na frente dele e pisasse no freio, depois fui para o lado esquerdo e peguei o braço dele. Então eu disse:

"Coloque todo o seu peso no seu pé bom. Pronto?"

Ele assentiu, com o rosto sério em concentração.
"Sim."

Ele se levantou e, segurando-o com uma mão, eu manobrei a scooter para que ele pudesse se sentar no banco. Nós cambaleamos um pouco, mas nos mantivemos firmes e eu levantei o pé direito dele sobre o apoio para os pés. Eu olhei para ele e o encontrei sorrindo.

Pedaços de nós dois Onde as histórias ganham vida. Descobre agora