CAPÍTULO 19

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PARTE 36

— Meu Deus, nós não podíamos estar aqui, anda logo se esconde em algum lugar. — Sarah disse isso depois de descer da mesa de pesquisas e andou até sua própria mesa situada em frente a porta da biblioteca.
— Quem pode ser a uma hora dessas ?. — Anthony correu atrás de Sarah e se escondeu em baixo da mesa.
— É sério ? Nenhum esconderijo melhor do que esse nesta enorme biblioteca. — Ela revirou os olhos e logo em seguida olhou para a porta que se abriu.
— Sarah? O que eu faz por aqui ainda ? Já deveria ter ido embora a horas. — Sarah ficou ligeiramente tranquila ao notar que era apenas o zelador da faculdade.
— Eu sei Marcos, mas fiquei estudando por aqui. É melhor quando tem silêncio, sei que me entende. — esboçou um sorriso meio forçado e logo sentiu Anthony começar a beijar levemente suas pernas a fazendo ficar desconcertada.
Sarah escorou as duas mãos na mesa e tentou manter a face inexpressiva mas sentia o corpo se arrepiar toda vez que Anthony lhe tocava com os lábios. — Eu, já vou embora, só mais alguns minutos. — desta vez a voz saiu nitidamente trêmula e um suspiro lhe escapou.
— Certo, você está mesmo bem Sarah ?

— Claro, estou ótima. Até amanha Marcos. — Felizmente ele não questionou logo saiu fechando a porta da biblioteca novamente. Sarah se afastou da mesa e olhou Anthony com um semblante fechado tentando mostrar estar brava, mas não estava, ao menos não conseguia estar.— Resolver fazer gracinhas agora, Doutor? Já imaginou se te pegam por aqui a essa hora ? É o meu emprego. — Anthony saiu debaixo da mesa e logo se aproximou.
— Desculpa, eu não pude resistir. — sorriu docemente e selou seus lábios nos dela demoradamente.

— Hum, tudo bem está perdoado, mas terá de sair pela janela. O marcos ainda está ai e não podem te ver. — Sarah viu Anthony ficar imediatamente sério.

— Você não está falando sério, Sarah.

— E eu pareço estar brincando, Doutor ? — sorriu quase que ironicamente e ergueu uma das sobrancelhas.

PARTE 37

Sarah saiu da biblioteca, trancou as portas e andou até a parte de trás da faculdade onde ficava a saída da janela da biblioteca.

— Minha nossa Anthony, você está... — pôs a mão na boca na tentativa de travar o riso.

Anthony estava com as calças completamente sujas de terra, a camisa metade para fora, metade para dentro e alguns pedaços de galho no cabelo e na barba. Passou a mão nas calças tentando limpa-las mas a tentativa foi falha.

— Todo sujo, obviamente. Eu sou médico, uso roupas brancas e aliás, não estou acostumado a pular janelas. Nunca fui do tipo Romeu, portanto não escalei varandas. — parecia estar bem bravo e usou um tom de voz extremamente sério.

— Tudo bem desculpa, mas foi necessário.

— Esta bem, vou deixar você se redimir indo tomar um café comigo, na cafeteria de perto do meu apartamento. — a olhou enquanto falava e deixou a expressão séria ir embora.

— Será um prazer acompanha-lo, Anthony.

No caminho ambos começaram a rir da falta de jeito que Anthony tinha para pular janelas e, foram ao café da esquina depois que ele passou em casa para mudar de roupa.

— Pronto, um pouco menos "Doutor" agora. Só não sei por qual motivo você não quis entrar. — falou enquanto fechava a porta do prédio e logo se aproximou de Sarah que esperava escorada na parede

— Assim é mais rápido, enfim já podemos ir.

Chegando lá, Anthony andou até a mesa que costumava sentar e fez o pedido de sempre, cappuccino. Sarah pediu um chá de limão.

— Gostei desta mesa, nunca sentei aqui, da pra ter uma visão ampla da rua pela janela.

— Eu sei, de uns tempos para cá este se tornou meu lugar favorito. ­ — levou sua mão até a dela sobre a mesa.

— E será que eu posso saber por qual motivo ? Se é que existe algum motivo especial.

Ele esboçou um sorriso doce, daqueles que nunca costumava mostrar em público e suspirou quando as lembranças daquele dia vieram em mente.

— Estava chovendo muito, eu vim aqui depois do plantão tomar um cappuccino como sempre. Era apenas mais um dia comum e de repente, você entrou por aquela porta, apressada, fez um pedido e saiu correndo. Foi a primeira vez que eu a vi. — logo depois de ter terminado de falar ficou a observando, inexpressiva por alguns instantes e então sentiu que havia falado mais do que deveria, ou talvez não.
— Como eu pude ?

— O quê ? — perguntou sem entender

— Deixar de nota-lo. Mal sabia eu, que sentado nesta mesa estava o Romeu que eu tanto procurei. — Anthony imediatamente voltou a sorrir e teve a certeza de que aquele lugar guardaria suas melhores lembranças.

Café, insônia, mistério e... anatomia?Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu