CAPÍTULO 6

264 20 0
                                    

Anthony ficou alguns longos segundos apenas olhando para a porta do apartamento que Sarah morava, depois de pensar muito, tocou a campainha.

Sarah estava com meias longas, quase até o joelho, o cabelo preso porem completamente bagunçado e uma camisa masculina que lhe servia como vestido.

A olhou de cima baixo involuntariamente e quase deixou escapar um "uou", mas se conteve.

— Você desligou o celular na minha cara. — Sarah parecia realmente chateada

— Não, eu evitei que me contrariasse, e aliás, eu trouxe sopa. — ergueu a mão que segurava uma sacola e sorriu

— Entra..

Deu uma boa olhada na sala enquanto andava ate a mesinha de centro e então largou a sacola com um pote de sopa dentro.

— Está quentinha, onde é a cozinha ? vou pegar um prato para você. — Sarah tentou convence-lo de que poderia se virar sozinha mas ele a fez deitar no sofá e se cobrir, pôs a sopa em um prato e levou em uma bandeja até a sala para que ela se alimentasse.

— Não precisava disso, eu sei me cuidar sozinha. — Anthony se aproximou e passou o polegar próximo ao lábio inferior dela limpando um pouco de sopa.

— Eu sei, mas eu precisava me certificar de que você estava realmente bem, e além do mais, senti sua falta.

— Por que você se importa assim comigo ? — o olhar confuso dela era visível.

— Me pergunto a mesma coisa desde que te conheci. — disse em um tom mais baixo e sério

— Bom, obrigada pela sopa, e pela preocupação mas já esta tarde, eu gostaria de dormir. — a viu afastar o edredom, levantar-se do sofá e andar ate a porta

Talvez fosse errado mas foi impossível para Anthony não reparar em seu corpo, na forma como se movia e em como o jeito que estava vestida a deixava atraente. Estar com ela era como observar o céu em noite de lua cheia. Havia tanto encanto que ele sentia como se nada pudesse ser melhor do que estar ali. Pensou então que as metáforas que Sarah usava para descrever as coisas pudessem fazer algum sentido.

O mais estranho de tudo era pensar que nunca havia se sentido assim com ninguém.

— Talvez eu possa ficar, e cuidar de você. — levantou, andou até ela e a fez voltar para o sofá

— O quê? Claro que não, mal nos conhecemos. — Anthony riu

— Bom, não sou um maníaco, nem um.. —  parou de falar quando percebeu que ela sorria de uma forma diferente

— O que foi? Disse algo errado? —  perguntou desconfiado

— Você riu.. — ela levou a mão em seu rosto ainda sorrindo

— Isso foi errado?

— Foi lindo, você nunca ri.. e eu gostei. — sentiu suas bochechas corarem momentaneamente e desviou o olhar

— Posso ficar? — falou baixinho e voltou a olha-la

— Não, você precisa ir agora Anthony. — notou que ela mordia o lábio

Ah quando ela fazia isso.. ouvi-la pronunciar sem nome naquele tom, e morder o lábio despertavam nele algo que nem mesmo a poesia poderia explicar

Deitou-se do seu lado no sofá e pôs o edredom de forma que cobrisse ambos

— Eu disse que você tem que.. — Tocou o dedo em seus lábios fazendo-a calar

— Shh... não fala nada não.. boa noite, Sarah. — fechou os olhos mas pode sentir que ela ainda o olhava

— Boa noite, Anthony.

Café, insônia, mistério e... anatomia?Où les histoires vivent. Découvrez maintenant