CAPÍTULO 10

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- ANTHONY-

Talvez Anthony não fosse um cara romântico, nem tão carinhoso como o homem dos sonhos de qualquer mulher. Mas ele sabia que algo em si mesmo havia mudado. A vontade de estar com ela era maior do que qualquer sentimento. Precisava cuida-la, protege-la de qualquer coisa no mundo que a pudesse atingir.

No caminho para casa compro um dos clássicos de Shakespeare porque queria poder entende-la melhor, conhece-la melhor. 

Sair dos seus padrões de livros clínicos e pular direto para romances ou tragédias Shakesperianas seria um grande desafio.

Sonho de uma noite de verão  era uma das histórias de Shakespeare que não se tratava de uma tragédia e sim algo que além de ter um final feliz, mostrava de certa forma como olhar a vida por um lado mais doce.

Leu uma frase que dizia: "Há quem diga que todas as noites são de sonhos. 

Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. 

O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado." 

Talvez nem fosse tão difícil assim compreender oque existia nas entrelinhas do que Sr. Shake escrevia. O que realmente tem importância não é o lugar que você vive, ou onde você está no momento, mas sim aquilo que você deseja para sí.

Anthony marcou o livro onde parou e colocou sobre o criado mudo, tirou os óculos e apagou a luz do abajur. Fechou os olhos e lembrou-se dela, do calor que sentiu na noite passada por sentir seu corpo no dela, de como era esconder o rosto em seu pescoço para sentir eu cheiro. E então adormeceu.

PARTE 21

Acordou indisposto e ligou para o hospital pedindo que sua secretária desmarcasse as consultas da agenda nos próximos dois dias. 

Levantou da cama ainda cambaleando de sono e ouviu a campainha tocar. Passou a mão no cabelo ajeitando-o , andou até a porta e ficou surpreso ao abri-la.

— Sarah ? como você sabe onde eu moro ? — a viu analisar seu corpo e se sentiu constrangido ao lembrar que não havia se vestido.

— Bom, talvez eu não tenha vindo em uma boa  hora. Mas eu estava passando e resolvi te trazer um café. Seu nome está na lista telefônica Dr. Anthony Leroy Johnson. —  ela ergueu a mão com um copo de café que tinha a embalagem da cafeteria da esquina.

— Por favor não conte a ninguém sobre o 'Leroy', não gosto, entra. E me desculpe por estar quase sem roupa. —  se afastou da porta para que ela entrasse.

— Okay, será nosso segredo, Leroy. — A ouviu rir e andou pro quarto, abriu o guarda roupas, encontrou uma bermuda e vestiu

— Me desculpe, mesmo. Eu juro que não costumo abrir a porta de cueca. Acabei de acordar, tirei o dia de folga hoje. — disse voltando para a sala

— Sem problemas, você esta bem ? Parece exausto. — Sarah estendeu a mão para que ele sentasse junto dela 

— Acordei um pouco indisposto mas estou bem, acho que ando trabalhando muito, e estudando muito também. Inclusive preciso ir a biblioteca nos próximos dias. — sentou-se e pegou o café que ela lhe havia comprado

— Ótimo, eu já voltei a trabalhar e a ir para a faculdade, passei aqui só pra te ver, ainda é cedo você deveria voltar a dormir já que não vai trabalhar. — sentiu a mão dela ir de encontro a sua e prendeu a respiração involuntariamente por alguns segundos antes de responder.

— Eu vou tentar descansar sim, obrigado pelo café e pela visita.

— Eu estava te devendo uma Sr. Leroy, — os lábios dela tocaram suavemente seu rosto e ela logo se levantou e andou em direção a porta abrindo-a.

— A gente se vê? — levanto e andou até ela

— Claro... a gente se vê, Doutor. — esboçou um sorriso de canto e saiu.

Café, insônia, mistério e... anatomia?Where stories live. Discover now