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Hazel

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Hazel.

—Cheguei, amor —anunciei, colocando as chaves em cima da mesa e sentindo o cheiro de molho apimentado que vinha da cozinha. Frank estava fazendo o jantar. Não que isso fosse uma surpresa, ele quase sempre fazia, mas hoje, no nosso caledário, era o meu dia.

Não que eu estivesse reclamando, claro. eu estava realmente exausta depois de passar o dia pra lá e pra cá, enfiando agulhas em tecidos, opinando a respeito de vestidos já prontos e possíveis ajustes, ajudando garotas a experimentá-los, tirando medidas. A rotina habitual.

Aprendi a lidar com isso com o tempo, e realmente amo o meu trabalho, mas alguns dias são simplesmente mais cansativos que outros, e hoje era um deles.

Entro na cozinha, encontrando-o de costas para mim. Veste uma camiseta branca de manga longa e jeans preto. Os pés estão descalços, uma mania que ele tem graças aos antigos costumes da avó asiática. Também deixei os sapatos na porta antes de entrar.

—Você está cozinhando. —falei, me aproximando para abraçá-lo por trás e ficando na ponta dos pés para apoiar o queixo no seu ombro. Frank é alto, forte, musculoso. Já eu sou praticamente um cisco perto dele. —No meu dia.

Ele olha para mim por cima do ombro, me examinando brevemente e dando um sorriso de lado.

—Você não está parecendo alguém que está com vontade de cozinhar. —ele volta sua atenção para a panela de molho. —Toma um banho, coloca o vestido que eu te dei. Imagina isso como se fosse um encontro.

—Um encontro em casa? —ele assentiu e deixei um beijo em sua bochecha antes de me afastar. —Gostei da ideia, Zhang.

Tomei um banho demorado, cuidando dos cachos e finalizando um por um, o que foi trabalhoso, mas valeu a pena. Coloquei o vestido que Frank havia comprado para mim no final da semana passada, era vermelho e justo, mal chegava aos joelhos e deixava minhas pernas quase totalmente expostas. Era um pouco formal demais, mas foi um pedido dele então não protestei.

Quando cheguei na copa, Frank havia estendido uma toalha branca sobre a mesa e a enfeitado com rosas e velas. Ele sai da cozinha com duas taças gordas em uma mão e uma garrafa de vinho.

—O que é tudo isso? —pergunto enquanto o observo encher as taças com o líquido vermelho.

—O que você merece. —ele posiciona a garrafa na mesa, vindo em minha direção e me beijando calmamente na boca. —Esse vestido em você é algo que deveria ser considerado criminoso.

Sorrio para ele, que se afasta para voltar para a cozinha.

—Precisa de ajuda? —ofereço, mesmo já sabendo a resposta.

—Não. Pode sentar, vou buscar os pratos.

E é o que faço, bebendo um gole da taça de vinho. Frank coloca um prato lindo na minha frente, ocupando a cadeira na outra extremidade da mesa redonda.

—Fiz sobremesa também. —contou

—Você é o máximo. —analisei o prato com mais cautela. —Isso é parmegiana?

—A sua favorita. —confirmou, e eu sorri de novo.

Frank perguntou sobre o meu dia no trabalho, ouvindo com atenção todas as minhas queixas à uma das clientes ricaças que era exigente demais. É uma das coisas que amo nele, o cuidado e a paciência que tem comigo, apesar do humor afiado.

Ele recolhe os pratos depois que terminamos, mas ainda estou bebendo vinho. Não bebo muito pois não posso me dar a esse luxo, mas o suficiente para querer começar a ficar "solta".

Meu namorado voltou com uma tábua cheia de frutas. Uvas verdes, morangos, banana cortada e até marshmallows. Então voltou para cozinha e trouxe a panela de fondue de chocolate com os pequenos espetos.

—Você não existe, Zhang.

Ele apenas sorri antes de espetar uma banana.

—Eu estive pensando sobre a tatuagem que eu te falei. —ergui as sobrancelhas, esperando. —Seria algo bem discreto, sabe? Uma frase em algum lugar que fique mais escondido, tipo as costas.

Mergulhei uma uva na calda de chocolate.

—Se for assim, menos mal. —dei de ombros, levando a fruta até a boca. —O que você fez hoje, além de preparar esse jantar?

Ele forma uma expressão pensativa.

—Fui pra aula de manhã, mercado à tarde e depois só fiz o jantar.

—Produtivo.

Frank ri.

—Só porque fiz por você.

Sorrio enquanto o observo beber outro gole de vinho e desvio o olhar por alguns segundos para espetar um morango.

Tenho um sobressalto ao voltar a encarar a mesa.

—Frank, o quê...?

—Eu te amo desde que te conheço —ele fala, abrindo a caixinha de veludo vermelho que havia colocado em minha frente. A aliança dourada cintilou sob a luz do ambiente. —Você tem sido minha única certeza. Minha maior estabilidade, desde então. Não consigo imaginar minha vida sem você. Agora não mais.

Estou completamente perplexa, mas não o deixo continuar:

—Sim. —é o que falo, a voz fraca. —Sim. —repito com mais firmeza.

A boca dele se abre e volta a fechar várias vezes e demora até que consiga voltar a falar:

—Mas você nem me deixou perguntar! —e começa a rir.

Sorrio também.

—Pra você a minha resposta é sempre sim.

Mas Frank não parece satisfeito. Ele se levanta da cadeira, pega a caixinha e se ajoelha na minha frente.

—Hazel Marie Levesque, —meu sorriso se alarga tanto que meu rosto dói. — você quer casar comigo?

—Pelos deuses, sim! —e estou rindo enquanto me coloco de pé, lágrimas começando a escorrer pelo meu rosto. —Mil vezes sim!

Quando ele me abraça e coloca o anel no meu dedo, sinto que estou em um conto de fadas.

Vou me casar com Frank Zhang, o meu primeiro amor.

Red - (au percabeth)Where stories live. Discover now