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Percy.

Eu e meus amigos ajudamos minha mãe a fechar a sorveteria antes de todos subirem junto com ela para o apartamento, que ficava no prédio do outro lado da rua. Paul tinha subido mais cedo para dar banho em Estelle. Annabeth caminhava ao lado de Piper, Hazel ao lado de Frank e eu, como Jason não estava presente, fiquei com a própria Sally.

Chegamos a falar brevemente sobre minha relação com Annabeth antes da minha viagem de duas semanas para três cidades diferentes, mas não aprofundamos e ela também não comenta nada agora. Sei que está feliz por mim, apesar de eu estar ciente de que também há certa preocupação. Não expressei nenhuma das minhas paranoias para ela e nem para ninguém, afinal era tudo besteira, certo? Annabeth e eu ficaríamos sérios muito em breve.

Nos esprememos no elevador e a loira ficou bem de frente para mim. Ela não estava brava comigo pelo lance com Andreas, eu sabia disso, mas estava agindo diferente. Mais cautelosa, isso desde quando cheguei na sorveteria.

Estelle estava sentada no sofá vendo desenho dentro do seu pijama de unicórnio cor de rosa. Quando nos viu entrando, rapidamente se levantou para buscar Annabeth, agarrando-a pelo pulso e a arrastando para o sofá, onde a loira sentou com a cabeça da pequena no colo. Não pude evitar sentir uma pontada de ciúme quando a mão da minha (quase) namorada foi para o cabelo da minha irmã. Não sei de qual das duas exatamente eu estava com ciúmes, mas de qualquer forma, eu estava.

—Podemos te ajudar na cozinha, tia Sally. —oferece Hazel. —Não queremos ser inconvenientes demais.

—Haz faz gastronomia e cozinha muito bem. —Piper pontua.

Sally concorda com a cabeça. 

—Claro. Toda ajuda é bem-vinda. —se volta para mim. —Você pode ajudar Annabeth a cuidar de Estelle. Eu chamo se precisar de mais um par de mãos na cozinha. 

Ergui as sobrancelhas, vendo Frank sorrir maliciosamente na minha direção. Quase revirei os olhos. Minha mãe está me ajudando a ficar sozinho com Annabeth e não sei o que pensar sobre isso.

Bom, na verdade, mais ou menos sozinho.

—Tudo bem. —concordei.

Piper me dá um beliscão quando segue minha mãe e o casal para a cozinha.

Annabeth está muito concentrada no filme que passa na TV quando me sento ao seu lado.

—O que vocês estão vendo? —pergunto, mesmo tendo reconhecido o desenho.

—Cinderela. —Estelle respondeu, sem desviar os olhos da tela.

Estico o braço sob o encosto do sofá, atrás dos ombros de Annabeth. O filme está na parte em que os animais da casa vestem Cinderela com um belíssimo vestido azul.

—Você ficaria linda com um vestido desses. —comento para Annabeth, vendo-a desviar os olhos da TV.

—Acha que eu deveria usar um desses no meu casamento com a Piper?

A loira sorri quando reviro os olhos, voltando a prestar atenção no filme.

Demoram poucos minutos até eu começar a tentar distraí-la.

Começo colocando a mão livre em sua coxa, fazendo carinho com o polegar. Annabeth olha brevemente para minha mão, mas não a tira dali. Resolvo avançar mais um passo, inclinando a cabeça e fazendo uma trilha de beijos pelo seu ombro até a base do pescoço. Ela não reage ou protesta, então entendo que está gostando. Dou uma olhada em Estelle, que permanece concentrada no filme enquanto ganha um cafuné da minha namorada, então subi os beijos para o pescoço de Annabeth. A reação dela é segurar a mão que estava em sua coxa e suspirar involuntariamente quando a mordo de leve. Tenho plena consciência de que meus amigos e minha mãe estão na cozinha e podem aparecer a qualquer momento, mas não ligo.

Quero apertá-la, quero beijá-la, quero possuí-la. A quero inteira. Pela forma como Annabeth recebe meus toques, sei que quer isso também. Ela me provocou durante todo o tempo que estive fora, e não foi uma boa ideia ter nos colocado juntos no escuro. Devíamos ter pulado o jantar e ido direto para o apartamento dela, mas senti o clima meio pesado depois que saímos da cafeteria e tenho tentado amenizá-lo enchendo-a de beijinhos e abraços. Agora não é mais tão com esse objetivo. Apenas quero demonstrar o quanto a desejo.

Minha mão sobe de sua coxa para a barriga, onde a toca por baixo da blusa. Annabeth se arrepia e se mexe para olhar Estelle. Será que ela está dormindo? Eu não julgaria. O colo da loira é um ótimo lugar para dormir.

Mas acho que Estelle deveria estar bem acordada.

—Percy. —seu tom de voz é baixo, mas identifico a advertência. Limite ultrapassado, é hora de parar. 

Mas não quero parar.

Com certa relutância, ergui o rosto e deixei um beijo na bochecha dela antes de ir até o seu ouvido:

—Eu quero você. —sussurrei, mordendo seu lóbulo para dar ênfase nas palavras. —Eu quero muito você.

Annabeth aperta minha mão em resposta. O filme está no final, onde o príncipe chega a casa de Cinderela e as irmãs experimentam o sapato de cristal. Sei que a loira não vai me dizer nada agora, mas quando me afasto, ela deita a cabeça no meu ombro.

O filme acaba e Estelle se vira de bruços, apoiando o queixo na perna de Annabeth.

—O que vamos assistir agora? —pergunta. Os grandes olhos castanhos brilham no escuro.

Annabeth se desencostou de mim e senti falta do calor de seu corpo quase imediatamente.

—Por que você não escolhe? — sorriu para a minha irmã. —Percy pode te ajudar enquanto vou pegar um copo de água.

Estelle não parece muito feliz quando a loira se levanta e caminha até a cozinha, mas não demora muito para se voltar em minha direção:

—Por que você estava abraçando a Annabeth?

Sorrio involuntariamente, tendo um leve dèja vu.

—Porque eu gosto dela. —respondi, simples. —E abraçamos as pessoas que gostamos.

Ela me encara de um jeito engraçado, mas não diz mais nada sobre isso, só muda de assunto:

—Vamos ver Ratatouille? —minha irmã se embola na pronúncia do nome do filme, o que me faz rir.

—Acho que é uma ótima ideia.

Nota da autora:
E aí? O que acharam? Percyto está impaciente.
O próximo capítulo tem hot, hein? 👀
Até lá!

Red - (au percabeth)Where stories live. Discover now