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Will.

"As artérias de maior diâmetro possuem paredes elásticas e espessas que se ramificam em outras de menor diâmetro e assim progressivamente até formar as arteríolas. Essas últimas são vasos bem finos que levam o sangue até os capilares.

As artérias podem ser divididas em três tipos de acordo com o seu calibre..."

—Com licença? —uma voz que não reconheço me faz erguer os olhos do livro.

O garoto parado na minha frente se destaca completamente dentro do ambiente vivo e cheio de cores que é a sorveteria da sra. Jackson, já que se veste de preto dos pés à cabeça e tem a pele pálida feito papel. Os cabelos, também pretos, formavam cachos lindos que quase lhe cobriam as orelhas.

Era o garoto do sorvete, reconheci imediatamente.

—Sim? —me ajeitei na cadeira de modo a ficar ereto, erguendo as sobrancelhas e encarando-o de maneira confusa.

Ele limpa a garganta, então estende a mão onde segura uma caneta.

—Desculpa interromper, mas você deixou isso cair.

Percebi que o garoto estava muito vermelho, tão vermelho quanto na vez em que derrubou sorvete em mim. Isso me fez franzir o cenho, ainda mais confuso, mas estendi a mão para pegar a caneta.

—Obrigado.

Ele abriu um sorrisinho discreto. Tinha uma covinha do lado direito do rosto e por algum motivo meu olhar se deteve ali.

Fez menção de se virar e ir embora, mas perguntei antes:

—Qual o seu verdadeiro nome, garoto do sorvete?

Novamente, ele parece embaraçado. Mexe no cabelo, voltando a sorrir timidamente.

—Nico. Nico di Angelo. —seus olhos castanhos encaram diretamente os meus por um período mais longo e pela primeira vez reparo no quanto são escuros.

Estendo a mão por sobre a mesa para apertar a dele.

—Eu sou o Will. —Nico aperta a minha mão e percebo o quanto a dele está quente e suada. Por que ele está tão nervoso? —Foi bom te conhecer, Nico. Quem sabe agora você pode me compensar pela camisa que tive que jogar fora?

Pisquei para ele, que, se não foi só impressão minha, ficou ainda mais vermelho.

Ah, deuses, seria muito divertido provocar Nico di Angelo.

—Eu posso tentar. —ele ri um pouco pelo nariz. —Também foi bom te conhecer, Will.

Ele enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta e me deu as costas, meu olhar acompanhando-o até deixar a sorveteria.

Quando voltei a ler sobre artérias, tinha um sorriso no rosto.

Red - (au percabeth)Место, где живут истории. Откройте их для себя