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Percy.

Eu já estava nervoso, mas quando Annabeth saiu do quarto vestindo um biquíni azul, quase morri do coração.

Que mulher é essa, deuses.

Meu queixo deveria estar no chão, pois a loira sorriu.

—Você faz de propósito, certo? —perguntei, olhando para qualquer parte do corpo dela que não fossem os olhos.

Ela ergue os ombros.

—Azul é definitivamente a minha cor. —seu tom era divertido.

Passou por mim, indo até a bolsa que deixei em cima da mesa redonda de jantar e pegando duas toalhas. Entregou uma para mim e jogou a outra por sobre o ombro.

—Vamos antes que escureça. —indicou com o queixo a direção da porta e a segui por ela, visualizando o pôr do sol que já começava na praia deserta. Não costuma ter muita gente nesse pedaço específico de areia.

Annabeth jogou a toalha no chão e correu para a água, me incentivando a fazer o mesmo. Deixei a camiseta no chão junto com as toalhas e fui até lá, sentindo a areia molhada nos pés. Ela já está mergulhada até os joelhos e observava cada movimento meu com atenção. Era linda, eu nunca me cansaria de reparar nisso. Cada curva do corpo de Annabeth Chase poderia ter sido esculpida por um deus. A indústria da moda perdeu muito ao perdê-la, acho que Atena sabia disso quando tudo aconteceu. Ela perdeu prestígio quando Annabeth desistiu da carreira. Até Afrodite, a mãe de Piper, foi prejudicada nessa história pois agenciava a família. Sei que foi um escândalo na época, Atena estava se divorciando de Frederick e saiu do país, obrigando Annabeth a passar um tempo com ele em São Francisco. Foi um período realmente horrível, mas assim que fez 18 anos, o pai mandou Annabeth de volta para Nova York, onde ela tinha passado na faculdade que queria. Ele faz de tudo por ela, mesmo estando longe, enquanto a mãe mora na mesma cidade e nem ao menos liga.

Ela diz que não se importa, mas sei que não é totalmente verdade. Talvez Annabeth não sinta tanto agora, mas sei que se importa.

—Por que está me olhando desse jeito? —ela pergunta, erguendo as sobrancelhas. —No que está pensando, Percy Jackson?

Desvio o olhar para o mar aos meus pés, caminhando contra a corrente até estar de frente para ela e voltando a erguer os olhos. Há um brilho curioso nos dela e sorrio de leve ao colocar seu cabelo atrás da orelha.

—Você não sente falta? Do lance de modelo e tudo mais.

Annabeth franziu o cenho, estranhando a pergunta por alguns segundos. Nunca falamos sobre isso. Quando absorve as palavras, sua expressão volta suavizar e a loira simplesmente balança a cabeça.

—Às vezes, quando olho para as fotos. Estou realmente muito gostosa na maioria delas. —brinca, me fazendo rir pelo nariz. Ela continua: —Lembro também da sensação de estar em uma passarela, sendo admirada. É um sentimento que não consigo explicar. Quando minha mãe me colocou na New York Fashion Week pela primeira vez eu fiquei tão nervosa e com medo de tropeçar naquele salto, mas quando comecei a desfilar foi tão... mágico. Como se eu fosse a única no mundo digna de ser vista por aquelas pessoas. —ela respira fundo, tombando um pouco a cabeça para trás. —Mas eu era tão jovem. Tão imatura. Eu não entendia a profundidade daquilo. Quando um executivo de uns quarenta anos me abordou nos bastidores e tentou me convencer a vender meu corpo, comecei a questionar as coisas. Não vi mais glória nenhuma naquilo. Será que os homens nunca vão conseguir olhar para uma mulher sem pensar nela como um objeto sexual? Uma mulher é tão mais do que isso, mesmo no mundo da moda, onde tudo é sobre imagem e perfeição. —então Annabeth finalmente voltou a me encarar. —Eu nunca fui perfeita, Percy. Eu era artificial, moldada para agradar os olhos dos outros. Os olhos dos homens. Existe uma lenda na indústria de que nenhuma modelo consegue subir na carreira sem transar com alguém importante. Minha mãe fez isso antes de casar com meu pai, e mais de uma vez. Eu não estava disposta a isso na época, e estou muito menos agora que tenho você. —por fim, ela forçou um sorriso. —Então sua resposta é: existem sim coisas das quais sinto falta, mas eu jamais voltaria atrás por elas. Simplesmente não faria sentido abrir mão de quem eu sou por algo que não amo.

Red - (au percabeth)Where stories live. Discover now