Capitulo 041🤍

65 4 0
                                    

Bárbara

Acordei, meu corpo dolorido, deliciosamente dolorido. Era uma dor boa, e meus lábios tremeram. E então me lembrei, a noite anterior brilhando diante dos meus olhos como fotos Polaroid em preto e branco.

Clique, clique, clique.

Minha cabeça virou e meus olhos pousaram em um Victor adormecido ao meu lado, nós dois completamente nus. Fodemos várias vezes durante a noite, uma e outra vez. Desmaiamos muitas vezes, acordamos, procuramos um ao outro no escuro e fizemos tudo de novo.

Eu me sentei, meu coração batendo forte no peito.

A noite passada tinha sido imunda... linda... e tudo que sempre quis e não sabia que precisava. Mas cruzamos uma linha e não havia como voltar atrás. Meu estômago revirou com náusea e de repente me senti enjoada.

Ontem à noite, embora eu estivesse embriagada e Victor estivesse bebendo, nós dois estávamos plenamente conscientes do que estávamos fazendo. Agora que era na manhã seguinte e minha mente estava limpa da frustração e a necessidade que vinha percorrendo meu corpo na noite passada, não sabia o que fazer comigo mesma.

O que acontece agora?

E se o Victor...

E se ele não quisesse que isso durasse, e se isso fosse algo único para ele?

Eu nem sabia o que queria, pois minha mente se encheu de confusão. Meu coração estava pesado com emoções misturadas. Meu corpo dolorido da noite passada, mas meu coração doía. Lágrimas queimaram o fundo dos meus olhos, e segurei meu rosto, me sentindo estúpida. Por um momento na noite passada,Victor era meu e eu era dele.

Mas foi isso. Apenas uma noite.

Victor não era do tipo que se comprometia, e eu precisava mais dele do que apenas uma sessão única de foda. Não havia motivo para arriscar nossos corações quando o fio fino entre nós já havia quebrado.

Não era possível desfazer o que foi feito. Eu tinha que ir embora; eu tinha que sair, embora apreciaria a noite passada pelo resto da minha vida.

Afastei-me da cama e rapidamente enrolei meu roupão ao meu redor antes de caminhar em direção à porta. Girei a maçaneta, mas nunca tive a chance de sair. A porta foi subitamente fechada e fui arrancada dela. O mundo girou e minhas costas bateram contra a parede.

Victor pairava sobre mim, seus olhos escuros, seu cabelo castanho despenteado, e ele ainda estava... nu. Eu olhei para ele através dos meus cílios, meu coração disparado. Seus lábios se curvaram e ele pareceu enfurecido.

Comigo? Por que eu estava saindo? Por causa da noite passada?

— Onde você pensa que vai? — Ele perguntou, sua voz pingando algo parecido com... possessividade? Sua mandíbula se apertou e meu estômago deu um pulo.

— De volta a Lucien, para que você possa transar com ele também? A noite passada não foi suficiente? — Victor rosnou.

Que porra é essa?

Bati minhas mãos em seu peito, o empurrando para trás. Mas ele era muito mais forte e se amontoou no meu espaço com um rosnado baixo. Victor levantou minhas pernas e empurrou o joelho entre as minhas coxas, me segurando em cativeiro.

A palma da sua mão deslizou pela minha garganta, e eu senti a força em seu toque. Eu engoli, minha garganta balançando na palma da sua mão, e seu aperto no meu pescoço. Uma pequena pressão e meu clitóris pulsou. Sua mão subiu, segurando minha mandíbula.
Seus olhos eram duas poças escuras, desequilibradas.

— Sua doce boceta é tão gananciosa,Babi?

Puta merda. De novo. Que merda é essa?

— Solte-me! O que há de errado com você?!— Eu cuspi; minha mão levantou para dar um tapa nele. Ele apertou meu pulso e puxou minha mão para baixo, pressionando minha palma sobre seu peito.

Minha respiração ficou presa na garganta. Seu coração estava batendo tão forte. Thud, thud, thud.

Houve um momento, entre nosso olhar acalorado e nosso beijo volátil, em que o tempo parou e depois... Seus lábios bateram nos meus e ele tirou meu fôlego. Ele não apenas me beijou. Victor  me possuiu, enfiando a língua na minha boca e lambendo cada centímetro meu. Punindo. Com força. Imperdoável.

Minhas unhas cravaram na pele sobre seu coração. Ele assobiou contra os meus lábios e, para minha total surpresa, seu beijo foi gentil. Victor  se afastou, apenas um pouco. Sua respiração ficou nos meus lábios, antes que Victor pressionasse sua boca contra a minha novamente.

Doce. Terno. Suave.

— Eu te desafio a me beijar. — Nós já estávamos nos beijando, mas eu sabia o que ele queria dizer.

Ele queria que eu o beijasse como ele me beijou; queria que eu o beijasse como nos beijamos na noite passada... E queria que eu repetisse as palavras que eu joguei para ele.

— Eu te desafio a ficar. — Seus lábios tocaram os meus novamente. Beijo. Meu coração gaguejou.

— Eu te desafio a nos dar uma chance. — Beijo.

Eu esqueci como respirar.

— Eu te desafio, Bárbara.

Então seus lábios encontraram os meus novamente, e ele selou seu desafio com um longo beijo ardente, beijando toda a dor e dúvida.

Do you dare 🖤Onde histórias criam vida. Descubra agora