Capítulo 012🤍

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Bárbara

Entrei pela porta da casa dos meus avós e tropecei no sofá. Vovó se inclinou contra a porta da cozinha, depois de ouvir a porta se abrir. Ela me observou de perto.

— O que há de errado, querida?

— Nada! — Eu resmunguei, esfregando a mão no meu rosto.

— Esse suspiro me diz que é definitivamente alguma coisa. — Ela se sentou no sofá oposto, esperando minha resposta.

Eu sabia que ela não iria descansar até que eu dissesse o que realmente estava me incomodando.

— Alguém está incomodando você?

Alguém? Sim, seu precioso ajudante, vulgo Victor, meu inimigo.

Eu gemi em derrota.

— Há uma pessoa...

Ela me deu um olhar conhecedor.

— Um rapaz.

— Sim, um rapaz.

— Que rapaz? — Vovô desceu as escadas e sentou ao meu lado com uma carranca dura no rosto.

Ele era um pouco superprotetor.

O último namorado que tive foi há dois anos. Namoramos por cerca de quatro meses antes de eu perder minha virgindade na traseira da caminhonete de seu pai, no escuro. Da próxima vez que dormimos juntos, ele notou minha cicatriz e o olhar de nojo em seu rosto ainda queimava em minha memória. Leo terminou comigo no dia seguinte. Quando Pops descobriu, sem nenhum detalhe desagradável sobre sexo, ele perdeu a cabeça. Desde então, desconfiava de qualquer garoto que aparecesse.

— É alguém da escola. — Finalmente admiti, deixando de fora o nome do Victor já que ambos gostavam muito dele e partiria o coração da minha avó se descobrisse quem era o verdadeiro Victor.

Ok, sim, ele era o ajudante perfeito aos domingos, e realmente trabalhava duro, então não poderia arruinar sua imagem só porque ele era um idiota comigo na escola. Certo?

— Ele está sendo rude com você? Preciso registrar uma reclamação ao diretor? Molly, onde está meu rifle? — Ele se levantou, as costas retas e a mandíbula dura como granito.

Meu doce avô, mesmo na velhice, era feroz.
Agarrei seu braço e o puxei de volta ao sofá novamente.

— Não, não. Ele é apenas... um pouco chato.

— Um valentão? — Vovô perguntou.

Seu olhar intenso queimou buracos ao lado do meu rosto. Este era o seu olhar se-você-mentir-para-mim-eu-vou-descobrir.

— Não exatamente. Eu não o deixo me intimidar. Você poderia dizer que também sou uma dor no seu traseiro. Pintei seu cabelo de rosa.

Vovó riu.

— Você sabia que foi assim que a nossa história de amor começou?

— Você pintou o cabelo de Pops de rosa? — Ofeguei, minha mandíbula caída.

— Não exatamente. Foi durante o acampamento de verão. Seu avô era um amor, mas os seus amigos eram irritantes. Veja bem, não quis pintar o seu cabelo. Era para o seu amigo, que enfiou chiclete no meu cabelo.

— Ela teve que cortar seus lindos cachos. — O olhar triste em seu rosto, enquanto olhava para vovó, como se estivesse lembrando muito claramente daquele dia, fez meu coração romântico cantar.

— Sim. Mas Sven entrou no chuveiro primeiro e... saiu com cabelos brancos.

— Jack Frost. — Pops murmurou baixinho.

Do you dare 🖤Where stories live. Discover now