Capitulo 027🤍

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Bárbara

Eu assisti vovô soltar uma risada de algo que Victor disse. Vovô disse algo mais que o Victor sacudiu a cabeça e sorriu. Claro, Victor trabalhava para meus avós, mas apenas vovó o recebia de braços abertos.

Meu avô estava um pouco apreensivo; ele sempre esteve com qualquer garoto pendurado ao meu redor.

Ele disse que não confiava neles e estava certo.

Mas Victor e eu éramos amigos há meses, e vovô lentamente começava a se acostumar com ele. De fato, se eu não estivesse enganada, eles estavam no mesmo time agora.

Projeto: Não deixe a Babi namorar e a proteja a todo custo.

Levou apenas duas semanas para eu perceber que meu melhor amigo estava certo sobre o Bruno.  O Idiota, como o Victor  gostava de chamá-lo, era de fato um imbecil que só estava interessado em dormir comigo.

Vovô era um homem difícil de conquistar, mas não fiquei surpresa que Victor havia conseguido.

Ele era... genuíno, e até vovô podia ver isso. Fiquei feliz por os dois homens da minha vida finalmente estarem se dando bem, o suficiente para compartilhar uma cerveja e assistir a um jogo de futebol juntos enquanto discutiam esportes.

Ah, você sabe. Um habitual domingo à noite.
Victor passou o dia conosco. Vovó até o arrastou para a igreja, e ele foi sem reclamar.

Eu nunca imaginei Victor como alguém religioso, e nem eu era, mas eu a satisfazia todos os domingos e deixava que ela me arrastasse para a igreja.

Claro, eu acreditava em Deus, mas se Ele realmente me amasse, meus pais ainda estariam vivos. Então, sim, Deus e eu não compartilhávamos um relacionamento amigável.

Almoçamos juntos e depois fomos ao supermercado para o dia do inventário.

Depois que fechamos a noite, vovô convidou Victor para jantar e assistir futebol. Se eu tivesse que adivinhar, ele estava sentindo-se um pouco sozinho, sentindo falta de um amigo para conversar e estava fazendo uma trégua com o Victor.

— Eu acho que eles são melhores amigos agora.

Minhas sobrancelhas se levantaram, virando-se para vovó quando ela me ajudou a arrumar a louça.

— Eles são?

— Seu avô não ri assim com ninguém. — Ela sorriu, olhando de volta para eles.

— Confie em mim, eu o conheço há muito tempo e estou casada com ele há décadas.

Bem, sim, era o Victor, afinal. Ele poderia facilmente conquistar alguém. Esse era meu melhor amigo, senhoras e senhores.

Os homens gritaram da sala de estar, e eu estava imaginando que provavelmente era ponto para o time deles. Eu sorri, assistindo os dois homens mais importantes da minha vida finalmente se unindo. Talvez se meu pai estivesse aqui também...

Meu peito doeu e esfreguei o local, tentando aliviar a dor.

Alguns dias, a pele ao redor das minhas cicatrizes coçava e a própria cicatriz doía, como se eu estivesse derramando querosene na pele já queimada. O médico disse que estava tudo em minha cabeça. A dor não era mais física, mas meu cérebro e corpo estavam acostumados, e às vezes, eles gostavam de me lembrar da dor.

Pensei no dia em que mostrei minhas cicatrizes ao Victor.

Foi há semanas, embora parecesse como se tivesse sido ontem, a memória ainda fresca na cabeça e minha pele ainda queimando por seu toque.

Victor passou os dedos sobre as marcas deixadas no meu corpo, tocando meu passado, se demorando nas linhas irregulares e feias, traçando as marcas da minha alma e as bordas ásperas do meu coração.

Do you dare 🖤Where stories live. Discover now