capítulo 014🤍

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Bárbara

— Mesa oito. — Disse Kelly, me entregando uma bandeja de comida quente. Eu balancei a cabeça, saindo da cozinha e indo direto para a mesa entregar o pedido.

As solas dos meus pés estavam queimando e os saltos altos não estavam ajudando. O restaurante no qual trabalhava era agradável, o ambiente era bonito e acolhedor, e como éramos o único restaurante Grill e Bar por quilômetros, esse lugar podia ficar agitado.

Eu não tinha permissão para trabalhar no bar porque ainda era menor de idade. Fui contratada há dois meses e só servia mesas. As gorjetas eram boas o suficiente para me manter aqui, mesmo que o trabalho fosse cansativo, e algumas noites podia sentir a exaustão em meus ossos.

Xinguei baixinho quando outro cliente tentou chamar minha atenção, agitando o braço com irritação.

Era uma noite movimentada, devia estar mais movimentada do que nos últimos dias, e estávamos com falta de dois funcionários. Os dois haviam telefonado para dizer que estavam doentes no último minuto.

— Chegando. — Disse para ele.

Servi o jantar da mesa oito, um sorriso tenso no rosto.

— Deixe-me saber se vocês precisarem de mais alguma coisa. Aproveitem! — Eu disse, alegre. Era falso, estava me sentindo tudo, menos animada.

Voltei para o homem que estava acenando, pegando meu pequeno bloco de notas no bolso do meu avental. Ao me aproximar de sua mesa, notei que já havia pedido e terminado sua comida. Os pratos estavam vazios à sua frente. Ah, então precisava da conta então.

Entreguei à mesa cinco sua conta e fui para a mesa seguinte. O pico veio e se foi. Horas depois, estava de pé e desejando estar na cama. Kelly, minha colega de trabalho, que também estava atarefada, me deu um olhar cansativo quando passou por mim.

— Mesa onze. Você pode pegar para mim? Eu preciso ir ao banheiro.

Eu assenti.

— Deixa comigo.

Ajeitei o avental, dei uma última mordida no sanduíche, limpei os cantos da boca e fui até a mesa que aguardava. Vi que já havia sido servido.

— Olá, você gostaria de mais alguma coisa?

Meu sorriso congelou no meu rosto e engasguei com um suspiro. Você está brincando comigo?

O Sr. Perseguidor, vulgo Senhor-Dor-Em-Minha-Bunda, também conhecido como Victor, sorriu para mim, um olhar quase infantil em seu rosto e travessura em seu olhar.

A segunda coisa que notei foi que seu cabelo de poodle tinha sumido. Puta merda, ele cortou? Os longos e desgrenhados cabelos castanhoa e sujos de Victor foram cortados. Não há mais cabelo desgrenhado, nem mais arrogância de surfistas. Ele cortou porque o chamei de Poodle? Não acho que ele se sentiu tão ofendido que decidira cortar, mas imagino que tenha machucado seu ego.

— Sim, você. — Victor disse.

Eu me recuperei do choque, peguei minha mandíbula do chão e fechei a boca.

— Desculpe-me? — Eu perguntei, ainda cambaleando pela descrença.

Ele empurrou a cadeira para trás, estendeu as pernas à sua frente e cruzou os braços sobre o peito largo.

— Você perguntou se queria mais alguma coisa, lhe dei minha resposta, você. — Seus dentes roçaram seus lábios inferiores e me olhou de cima a baixo em minha roupa de garçonete.

— Eu tenho me perguntado se sua boceta também tem gosto de cereja.

Oh, pelo amor de Deus.

— Victor. — Assobiei.

Do you dare 🖤Where stories live. Discover now