Capitulo 021 pt.1🤍

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Bárbara

Dois meses depois

Fiquei no meu armário depois que o último sinal tocou, mantendo um olhar atento sobre Lara e Gustavo. Ela se aproximou dele, corando e gaguejando enquanto perguntava sobre o dever de casa de ontem. Era uma desculpa para falar com ele.

Eles conversaram por menos de cinco minutos antes de Lara dar um sorriso caloroso a Gustavo e se afastar.

Foi tão rápido; qualquer um teria perdido. Mas eu estava olhando e peguei Gustavo a observando sair, seu olhar intenso e seus lábios torcendo com um sorriso divertido.

Gustavo raramente sorria.

Pelo canto dos meus olhos, notei alguém assistindo o encontro.

Arthur tinha as mãos enfiadas nos bolsos da calça bege, enquanto se apoiava no armário. Sua mandíbula apertou, e jurei que os cantos dos seus olhos se contraíam.

Não, deve ter sido minha imaginação.

Mas algo estava acontecendo com ele, e isso despertou minha curiosidade.
Eu olhei de relance para o meu telefone, meio que esperando um texto aparecer, mas... nada. Droga, eu estava começando a me preocupar agora.

— Arthur. — Chamei quando ele passou por mim.

Ele parou e apontou o queixo para mim em saudação.

— E aí, Babi?

— Você viu o Victor hoje? Ele não está respondendo às minhas mensagens ou atendendo minhas ligações. — Perguntei cautelosamente.

Uma expressão ilegível passou pelo rosto de Arthur, e ele coçou o queixo antes de olhar para o próprio telefone, como se esperasse que aparecesse um texto também.

— Não. Ele também não está respondendo às minhas.

Aquilo era estranho. Victor nunca ficava sem responder nossas mensagens, bem... antes de hoje. Na verdade, ele sempre era o primeiro a me incomodar no início da manhã e até tarde da noite com suas piadas horríveis e tolas.

Victor: O que é preto, vermelho, preto, vermelho, preto, vermelho?

Eu: Não sei... deixe-me dormir.

Victor: Uma zebra com queimadura de sol.

Ele sempre achava uma piada aleatória para me contar à noite; esse era o nosso boa noite. No começo, eu não sabia se era estranho, irritante ou... doce. Mas depois de algumas semanas, me acostumei com isso e passei a esperar todas as noites depois que subia na cama.

Victor: O que é verde e fica chorando no canto?

Eu: Tchau.

Victor: O Incrível drámahulk. Vamos, admita. Essa é engraçada.

Eu: Ha. Ha. Ha. Boa noite.

O rosto de Victor desapareceu no fundo da minha mente quando concentrei minha atenção em Arthur novamente.

— Algo está errado? E a festa surpresa que vamos dar a ele hoje mais tarde?

Dois meses após nossa trégua e o começo de nossa amizade, Victor havia passado com sucesso o semestre com notas boas o suficiente para manter sua bolsa de estudos em Harvard.

Eu sabia que Victor nunca desistiria de um desafio, porque ele não era perdedor. Mas Victor Coulter esqueceu de mencionar que era um gênio. Não o gênio tipo Einstein, mas todos pensamos que ele nunca estava prestando atenção em suas aulas.

Aparentemente, estava, e não era um vegetal como eu acreditava. De fato, Victor provavelmente era mais esperto que eu, e isso era algo que admiti de má vontade. Seu cérebro estava trabalhando horas extras para acompanhar suas aulas, e ele fez isso.

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