prólogo

338 12 17
                                    

Bárbara

Sua presença era um calor ardente atrás de mim quando entramos no bar. Ele estava perto, muito perto. Eu podia senti-lo. Eu podia sentir seu cheiro. Ele estava tão perto, mas tão fora de alcance. Uma tentação perigosa balançando bem à minha frente. Eu queria me virar e envolver meus braços em torno dele, desfrutar de seu calor. Nós nos abraçamos e nos acariciamos muitas vezes antes, mas desde a festa de caridade, tudo tem sido diferente.

Ele tem estado diferente.

De alguma forma, há um muro entre nós agora. Eu não poderia quebrá-lo ou atravessá-lo. Era exaustivo e assustador assistir a mudança nele, vê-lo tão... frio e se afastando de mim.

Às vezes, parecia que ele estava lutando contra algo dentro de sua cabeça. Eu esperei silenciosamente que ele viesse até mim para falar de suas preocupações, para que eu pudesse encontrar uma maneira de acalmá-lo.

Como sempre.

Exceto... que começou a parecer que eu era o problema. Como se ele estivesse se escondendo de mim. Uma semana em Paris. Era para ser divertido e emocionante. Uma aventura para nós. Era o primeiro dia e isso já estava indo ladeira abaixo.

Mordi o lábio inferior, enquanto caminhávamos mais para dentro da sala escura. Não estava muito cheio, mas todo mundo aqui parecia elegante. Afinal, este era um dos famosos hotéis de Paris; pessoas ricas e importantes vinham aqui frequentemente.

— Não achei que o hotel tivesse seu próprio bar. Sofisticado. Eu gosto disso.

— É legal! — Ele respondeu. Havia uma aspereza em sua voz, exceto que seu tom era robótico. Sem emoções.

O que você tem? O que eu fiz?

Parei de caminhar, esperando que ele esbarrasse em mim.

Ele não fez. Em vez disso, senti seu braço deslizar em volta da minha cintura, enquanto ele o enrolava ao meu redor. Nossos corpos colidiram suavemente, e respirei fundo. Seu peito duro como pedra estava em minhas costas, pressionando contra mim, e eu podia sentir cada respiração que ele dava. Seu toque era uma doce tortura.

Foda-se. Foda-se por me fazer sentir assim. Foda-se por me tentar e me ignorar. Foda-se por me fazer me apaixonar por você...

— Por aqui. — Seus lábios demoraram perto do meu ouvido, enquanto sussurrava as palavras. Ele me guiou em direção aos bancos do bar.

Sentamos lado a lado. Pelo canto do olho eu o observei, enquanto ele pedia nossas bebidas. Sua voz era suave e deslizou sobre minha pele como seda. Macia e gentil.
Perdida em meus pensamentos, não notei o homem parado ao meu lado até que sua mão tocou meu ombro.

Girei para a esquerda, meus olhos pegando o intruso. Sim, intruso. Ele estava interrompendo meu tempo com ele. Victor Coulter – o bálsamo para a minha alma, mas também a dor ardente em meu peito. Ele era o doce céu e a desgraça da minha existência.

— Lembra de mim? — O homem de terno perguntou com um pequeno sorriso.

Sim, eu lembrava. Ele era o dono do hotel. Nós o conhecemos quando fizemos o check-in ontem.

— Eu a vi do outro lado do bar e soube instantaneamente que você tinha que ser a garota bonita que conheci ontem à noite. — Seu inglês era perfeito, mas tinha um sotaque francês rouco.

Eu tinha que admitir, era meio sexy. O Sr. Francês estava entre nossos bancos, separando Victor e eu. Ele bloqueou minha visão de Victor. E eu não gostei disso.

— Obrigada por nos ajudar ontem. — Respondi docemente, mascarando minha irritação.

Seus olhos esmeralda brilharam, e seu sorriso se arregalou. O Sr. Francês era aquele típico colírio para os olhos, alto, moreno e bonito. E ele usava um terno caro que moldava seu corpo muito bem.

Do you dare 🖤Where stories live. Discover now