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Celine

Ok, eu não imaginava que essa história tomaria esse rumo, eu que tentei evitar o máximo que isso acontecesse, mas nessa missão eu falhei miseravelmente.

Eu não consigo imaginar como a Ana Luísa vai se sentir, e para falar a verdade, eu estou mal por ela.

O caminho todo voltando para a casa do Moscone, eu me perguntava se tinha sido uma boa escolha, trazer o lobo.

Moscone: não pense tanto, ela vai ficar bem.

Respirei fundo.

Celine: muito pouco provável. - olhei para o retrovisor. Lobo estava sentado no banco de trás do carro.

Me virei para olhar para ele.

Celine: ela vai querer saber o motivo, o que você vai dizer?

Ele me olhou e depois voltou a olhar para a estrada.

Lobo: eu não vou dizer.

Engolir seco.

Lobo: ela não vai saber, nunca.

Celine: por que não pode ou por que não quer?

Lobo: não pode, ninguém de vocês podem, esse foi o trato.

Olhei de relance para o Moscone que seguia com o olho na estrada.

Celine: que combinado? Você combinado isso com alguém?

Ele me olhou seriamente.

Lobo: mina, não é da tua conta, cuida da tua vida.

Celine: sabe lobo, eu ate queria muito, mas não dar, sabe por quê?... porquê você e Analu caiu de paraquedas na minha vida, ela, eu até aceito, mas você... - fiz uma cara de nojo. — eu não te suporto. Eu juro que não sei, talvez seja algum pecado que comete e agora estou tendo que pagar.

Moscone: chega, Sofia.

Celine: eu só vou calar a minha boca porquê estamos chegando.

Passamos pelo portão da casa.

Celine: quem vai preparar ela?

Moscone: vai você.

Celine: figlio di puttana! (Filho da puta!) - sair do carro e entrei na casa. — Ana Luiza? - chamei por ela.

Analu: tô na cozinha.

Fui até ela.

Celine: tá fazendo o que?

Analu: tô fazendo um sanduíche, cê que um?

Celine: não, obrigada. - cocei a cabeça.

Ela parou e me olhou.

Analu: o que foi? Aconteceu alguma coisa?

Celine: tem como você deixar esse sanduíche para depois, queria conversar com você um pouquinho.

Concordou.

Celine: vamos para a sala. - assentiu e saiu na frente. — me conta como você está em relação aquela ligação.

Analu: tá me matando. Tem hora que acho que to pirando, querendo ressuscitar alguém que tá morto... - passou a mão pelo cabelo. — sabe, as vezes tenho aquela sensação que ele tá vivo, eu sinto a presença dele de alguma forma, parece loucura, mas é o que eu sinto.

Celine: eu te garantir que eu ia descobrir o paradeiro dela ligação e eu descobrir. Você quer saber?

Analu: fala logo.

Escutei a porta da frente abrir. Ela se esquivou para olhar, continuei olhando firme para ela.

Analu: Lo... lobo?

Vi os olhos dela lacrimejar, logo em seguida veio um choro forte e depois ela caiu desfalecida no chão.

Analu 3Where stories live. Discover now