Série dos Irmãos De'Lucca - Livro 2
Jackson recebeu um pedido inusitado de uma mulher bêbada que estava vomitando tudo que tinha no estômago dentro do banheiro masculino.
O que ele não imaginou era que aquela proposta absurda iria voltar e cair...
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8 meses de gestação = 36 semanas
Olhei a ficha da paciente, 13 anos, reclamação de dores abdominais, quem fez a triagem, deixou um recado que tinha suspeitas de que poderia ser apendicite, meus olhos passam rápido por todas as palavras e infelizmente essa é a resposta mais plausível para ela está sentindo essa dor repentina.
Arrumo meu estetoscópio no pescoço e ainda com a ficha em minhas mãos, eu vou para a emergência pediátrica, os pequenos pacientes ficavam divididos por cortinas de pano, caminhei até o leito seis.
Assim que eu chego, dou de cara com uma mulher mais velha, seus olhos castanhos estão focados na filha, que é uma cópia sua, os mesmos olhos, a mesma cor de cabelo castanho, e o mesmo tom de pele.
As duas notam a minha presença, a mais nova me encara, até arregalar seus olhos um pouco, mas a mais velha, só me olha com impaciência.
— Poderia chamar o médico? — A mulher mais velha diz em minha direção — Estou sem tempo para ficar aqui o dia todo.
Ergui minha sobrancelha em sua direção, eu entendi que as pessoas costumam me achar muito novo para ser médico, mas eu me formei mais novo que a maioria.
— Sorte sua então, que eu sou o médico — A mulher se calou, seu olhar pousou no meu jaleco.
Me aproximo da garota, ela está ainda me encarando, então sorri para mim.
— Doutor De'Lucca? — A mãe da menina questionou, me olhando chocada — Achei que o doutor De'Lucca estivesse na casa dos quarenta.
— Meu pai não está de plantão — Respondi seco, enquanto começava a aferir os sinais vitais da menina — Então, eu sou o único De'Lucca que pode atender ela.
A mulher não respondeu mais nada. Eu sempre odiei como todos veem um médico novo e acha que somos inconsequentes, e estamos aqui, é porque somos bons o suficiente, gênios o suficiente para não precisarmos de anos de experiência para atender os pacientes.
Principalmente que não dá para ter anos de experiência e todos julgam você 24 horas por dia.
— Você é bonito — A menina disse, e eu dei um sorriso de lado.
— Obrigado, mas me diga, sua dor é constante?
— No começo era mais de vez em quando, achei que poderia ser colica, mas minha menstruação não chegava. — Ela olhou para longe, como se estivesse com vergonha — Só que agora está mais constante, eu sinto por horas seguidas, só diminui quando eu tomo remédio. Mas dessa vez, nem com remédio.
Balancei a cabeça concordando,então, eu deixei a minha prancheta com a ficha dela de lado.
— Me diga se doer, certo? — Puxei sua coberta e por cima da blusa fui apertando seuabdomen.
