° 𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 99 °

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JÉSSICA

Olhei pra ele ainda sem acreditar. O pai da Sabrina vivo, depois de sei lá quantos anos, eu tinha uns oito ou nove quando ele morreu, eu sei lá se morreu, como assim?

Ele soltou a mão da Sabrina e se virou completamente para mim, era inacreditável ver como ele e a Sabrina eram parecidos, tirando a barba para fazer do Beto e o cabelo grande encima e curto dos lados que ele usava, ela era idêntica a ele.

— Como assim? - abri e fechei a boca, ele sorriu e eu quase chorei, era o sorriso da Sabrina - Você morreu não morreu?

— O Gomes morreu, o Beto tá protegendo a família de uns filhos da puta aí - ele deu de ombro e eu caminhei até ele, dei um tapa no braço dele e ele se afastou - Tudo me respeitava mais pô.

— Eu não acredito que você fez isso tio Beto - cruzei os braços - meu pai sabia? A Elizângela?

— Ninguém sabia Jéssica, fiz tudo sozinho com uma ajuda de um amigo aí da polícia - estranhei e ele riu me olhando de cima a baixo - Tu grávida pô, do meu segundo neto?

— Sim - ele olhou para Sabrina e depois pra mim - a gente está tão feliz.

— Quem diria que ela ia conseguir o que queria - ele sorriu, eu caminhei até o sofá e ele veio até mim sentando do meu lado.

— Como assim? Oque ela conseguiu que queria?

— Quando vocês eram mais nova a Sabrina sempre deu um jeitinho de ficar perto de tu, eu sempre olhava de longe vendo ela te encarando toda boba - mordi a boca sorrindo, ela fazia isso? - Ela me falou uma vez uma parada que eu nuca esqueço.  Pai, eu acho que tô viajando de tanto senti o cheiro da tua maconha - ele riu e eu também - aí eu falei porque garota, não fala isso perto da tua mãe não pô  aí ela disse  sei lá pai, tô sentindo umas paradas pela Jéssica, ela é tão linda.

— Aí que fofo - dei risada e ele concondou - ela já era toda apaixonada por mim?

— Era pô, gamadinha - nós dois olhamos para ela encima daquela cama, dormindo como um anjinho - Eu sofri para caralho deixar minha família Jéssica, mais eu preferi isso do que vez meus filhos morrendo por uma merda que eu fiz, não contei nem pro teu pai pô.

— E agora tá tudo bem por isso você voltou? - ele ficou um tempo em silêncio, abaixo a cabeça respirando fundo, não ainda não estava nada bem.

— Não tive um dia de sucego Jéssica, fiquei pulando de Rio de janeiro para vários outros estados. Mais sempre tive notícias deles. Nada tá resolvido mais eu não podia deixa minha filha confiando no cara errado.

— Como assim Beto, o que eu não tô sabendo.

— Deixa isso pra ela te contar Jessica, Agora já era. Os caras nunca tiveram a certeza que eu tava vivo, mais também nunca acreditavam que é tava morto, por isso eu pulava de estado pra estado, sem deixa pista. Eu não sei o que eu fiz de errado, mais ele se aproximou da Sabrina e eu não ia deixa essa porra acontecer, só consegui voltar agora e quando eu chego aqui fiquei sabendo que ela estava assim.

Eu não estava entendendo merda nenhuma do que ele dizia, o pai da Sabrina tá vivo e provavelmente ela fez alguma coisa que eu não tô sabendo, ou melhor que ela não me contou, eu não tava acreditando nisso.

— Quando ela acordar ela vai me explicar isso direitinho - me encostei no sofá e cruzei os braços em cima da barriga - Você tá aqui agora Beto, pode ajudar ela com isso, eles encontram um doador mais ele tá em Recife, você aqui diminui o tempo que ela tem.

— Eu faço pô, tudo que tiver ao meu alcance que faço Jéssica - concondei, me aproximei dele e abracei seu pescoço, ela me abraçou também.

—  Brigada Beto de verdade. A Sabrina vai ficar muito feliz em ter você com ela de novo, ela te ama tanto, nunca esqueceu de você. Ela sempre fala sobre você, sempre se compara com você, eu sei que ela sofreu muito mas, ela te amo acima de tudo.

—  Eu espero menina, tô morrendo de saudades da minha família do teu pai, tua mãe, você - dei risada e me afastei um pouco dele.

— Mais vamo com calma por favor, quando ela acordar ela não pode morrer do coração - ele riu - eu preciso dela Beto, muito.

— Eu tô feliz pra caralho de ver vocês duas juntas, de família e tudo e pô, minha porrinha estava tão feliz, eu sabia que ela estava feliz - concondei - brigadão menina, por cuidar dela, por fazer minha porrinha feliz, eu sei que a vida dela não é as melhores, mas independente disso, agente tenta sem melhor para quem a gente ama - concordei, a Sabrina me mostra isso todos os dias.

Dei risada, eles era muito parecidos, inclusive no jeito de falar e eu estava ficando doida. Tio Beto saiu do quarto dizendo que amanhã voltava, eu dei meu número pra ele e ele prometeu não sumir mais. Deitei no sofá e fiquei olhando a Sabrina até dormir.

Somando - 𝕴𝖓𝖙𝖊𝖗𝖘𝖊𝖝𝖚𝖆𝖑/𝕷𝖊𝖘𝖇𝖎𝖈𝖆Onde as histórias ganham vida. Descobre agora