Capítulo 24: Vozes

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  Ao mesmo tempo que Kayn e Barbara adentram o quarto covil, os demais patrulheiros vão investigar os desaparecimentos similares, em um pacato e distante vilarejo, há um homem extremamente musculoso, suas roupas não chamam atenção, mas são levemen...

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  Ao mesmo tempo que Kayn e Barbara adentram o quarto covil, os demais patrulheiros vão investigar os desaparecimentos similares, em um pacato e distante vilarejo, há um homem extremamente musculoso, suas roupas não chamam atenção, mas são levemente armaduradas, seu enorme corpo tem cicatrizes distribuidas, por fim, pressionando seus ombros, carrega uma enorme espada, grossa e pesada.

  O patrulheiro se espreme entre becos, começa a descer degraus, como um bunker suspeito e despercebido, ele chega com confiança, não se importa muito em ser discreto ou cauteloso, afinal é o guerreiro mais forte de Enas, ele é o comandante, conforme seus passos fortes o levam para dentro, seu olhar simpático se transforma em seriedade, alguém está cometendo atos odiosos em seu reino, é pra isso que ele está aqui.

  Um corredor feito de curvas, mas diferente do anterior, esse covil parece ser mais antigo, a sustentação das paredes são rígidas, no mínimo estão alí por alguns anos, parte dessa base é decorada, o sangue seco aumenta conforme percorre esse túnel, essa entrada dá acesso para um grande salão circular mobilhado nas paredes, estantes, mesas e cadeiras; Há portas nas direções cardinais, duas simples e uma imponente que fica oposta à entrada, no centro desse lugar tem uma estrutura bizarra, círculos de sangue com velas apagadas e derretidas, possui dois pilares que se assemelham à ossos, existem correntes dentre ambos.

 Inúmeras figuras caminham, cultistas, todos idênticos, capuz completo manchado por um sorriso vermelho, parecem organizar caixotes, empilhadas nos móveis, como uma leva de encomendas, e espalhados aleatoriamente pelo chão, alguns humanos distorcidos e acolhidos, agem como cães, são bestas, errantes dormindo; Vendo isso, inesperadamente Ormeo pisa forte no solo, impondo sua presença, e segura o cabo de sua arma com firmeza.

Ormeo: -"Já chega! Eu estou aqui! Se entreguem para não conhecerem a Raya, e eu garanto que não querem vê-la irritada!"

  Em menos de um segundo, aquele lugar medonho, até que organizado, começa a se tornar caótico, parte dos cultistas correm para as laterais, e a maioria avança trazendo adagas, junto aos errantes que saltam para destruir o invasor, o salão virou uma zona de combate; Primeiramente Ormeo desce um corte devastador, os errantes mais ágeis são partidos ao meio, e quando sua arma toca o solo, um forte tremor desestabiliza os demais que o contornam.

  Os monstros que o cercam pulam com as garras preparadas para fatiá-lo, porém, parece inútil, os arranhões não marcam sua pele, seu corpo é rigoroso, essas bestas nem merecem sua atenção enquanto ele dizima os encapuzados, tudo parece simples como um treino, Ormeo tinha motivos para carregar arrogância, realmente um guerreiro de Classe A está em outro patamar.

Voz feminina: -"Essa vai ser molezinha Ormeo!"

Ormeo: -"Quieta, está me atrapalhando."(Sussura)

Voz feminina: -"Não precisa ser grosso comigo."

Ormeo: -"Raya, você não é real, me deixe em paz."

Raya?: -"Tudo bem, lute sozinho."

  No meio desse combate descomplicado, Ormeo parece cochichar para sí mesmo, consequentemente seus ataques com a arma se mostram menos eficazes, os tremores não acontecem mais, o guerreiro bufa, cravando seu equipamento no chão, e arma seus punhos, seus socos são destrutivos, mesmo sem usar sua espada, ele dizima todos os dispostos com certa facilidade, porém, teve algumas adagas cravadas em seus músculos.

Ormeo: -"Não aguento mais cicatrizes de facada."(Carrega seu armamento e se dirige ao centro)

Raya: -"Parabéns."(Entonação de ironia)

Ormeo: -"Para de me atrapalhar, que merda é essa?"(Observa o círculo de ritual)

???: -"É lindo, não é?"(Uma voz sarcástica toma conta da gruta)

  Saindo de maneira luxuosa, uma figura vêm da porta decorada, uma pessoa com uma fantasia que chama atenção, um homem magrelo, levemente definhado, usa roupas coloridas, em grande parte azuis, com guizos espalhados, se assemelhando à um bobo da corte ou palhaço, tem um chápeu com duas pontas, cor branca em contraste com a azulada, sua voz é fina e debochada, ele caminha com pequenos saltos, como se tudo fosse engraçado.

Ormeo: -"Aqui virou um circo agora?"

???: -"Talvez sempre tenha sido, principalmente com sua chegada."

  O arlequim se aproxima de Ormeo, e reparando melhor com a distância, seu rosto é completamente pintado de branco, com traços e desenhos, chegando perto do guerreiro, ele repara nos músculos, forte para carregar tal armamento, o herói se afasta, segura o cabo com rigidez novamente, se preparando para um possível confronto.

???: -"Olha esses braços, o que acha de se tornar meu?"

Ormeo: -"Vou deixar passar, sou comprometido, palhaço."

???: -"Palhaço não, me chame de apóstolo, ou H."

Ormeo: -"Se estiver sem a cabeça, ainda que ser tratado com todo esse respeito?"

Senhor H: -"Veremos."

  O histrião circula o guerreiro com saltos acrobáticos, muito veloz, difícil definir o melhor momento para acertá-lo, mas provavelmente um golpe em cheio seria suficiente para derrubá-lo, para contradizer sua velocidade, seu corpo tem uma aparência frágil, num piscar de olhos, o número de palhaços rodando aumentam, dois...Três...Quatro... Completamente confuso, Ormeo se vê perdido, olhando para os lados, procurando qualquer diferença entre eles, qualquer brecha.

Raya: -"Ormeo! Me ouça!"

Ormeo: -"Cala a boca, me deixa lutar!"

Senhor H: -"Tá conversando com quem?!"

Ormeo: -"Sai da minha cabeça!"(grita descontroladamente)

Senhor H: -"Hm, acho que pifou, HaHaHaha!"(O salão é preenchido com risos)

  As travessias do apóstolo cessam, as quatro figuras param de girar e estalam os dedos, consequentemente, algo transparente se retorce e emerge do chão, são como correntes, que pressionam o corpo do guerreiro, prendendo seus braços, a sensação é de ser queimado, em milésimos, o herói sente uma picada em seu pescoço, uma fúria se intensifica, mas suas forças desaparecem, tudo fica preto, apenas ouve vozes distorcidas.

Senhor H: -"Levem ele para as celas, ele é bom, quero pra mim."


Blood With DustWhere stories live. Discover now