Minho odiava cigarros e, principalmente, Jisung, o garoto que vivia fumando nos fundos da faculdade. No entanto, Lee se vê indo contra seus próprios princípios quando percebe que está apaixonado pelo menino de cabelos azuis.
❝Eu odeio cigarros, mas...
Jisung suspirou, logo se dirigindo à porta e a fechando, já do lado de fora. O vento frio soprava os seus fios e o barulho da água era forte. Sem se importar muito, ele seguiu o seu caminho debaixo da água, tentando, inutilmente, limpar o seu rosto encharcado.
Ao mesmo tempo que o mais novo saía da residência de Minho, este conseguiu escutar a porta da entrada se fechando, fazendo com que o garoto acordasse.
O Lee se levantou rapidamente do sofá confuso com toda a situação.
Jisung simplesmente tinha ido embora?
O acastanhado pegou um guarda-chuva que se encontrava ao lado da porta e logo foi atrás do Han. Ele corria pelas as ruas, estas ainda escuras, em busca do mais novo.
Não sabia muito bem o porquê estava correndo desesperado atrás do azulado, mas só fazia.
Haviam muitas coisas que Lee Minho não entendia em si, e, continuaria assim: a ignorância diminui o sofrimento ao seu redor.
O garoto conseguiu observar o corpo magro andando entre os pingos d'água calmamente. Iria pegar um resfriado daquele jeito.
— Han Jisung!
Na mesma hora o coração do Han parou e ele se virou, dando de cara com o mais velho à sua frente e um guarda-chuva acima de suas cabeças.
— Você é maluco de sair nessa chuva? O que estava pensando? Nem amanheceu ainda seu doido! — O Lee falava de uma forma afobada e ao mesmo tempo preocupada.
— Eu só... Já causei muita coisa, Minho. — O azulado respondeu enquanto encontrava os olhos do outro. — Prometo parar de te incomodar, me desculpe por tudo, mesmo, eu vou parar.
A cada frase dita pelo o mais novo algo se quebrava dentro de Minho.
— Tchau, Lee.
Jisung iria embora se não fosse uma mão em seu pulso o impedindo.
O sol já dava pequenos sinais de vida no imenso céu ao mesmo tempo em que a chuva caía descontroladamente.
Jisung se virou quando sentiu o Lee se aproximar de si.
— O que foi, Minho? Qual o problema?
— O meu problema é você, Han Jisung, sempre foi. — Lee falava enquanto sua mão livre se direcionava ao rosto molhado do azulado.
O Han direcionou seu olhar para o rosto do mais velho.
Os cabelos macios.
A pinta no nariz.
Os lábios... que lhe pareciam tão macios.
Jisung estava absorto nos pequenos detalhes do mais alto quando viu o mesmo se aproximar, ainda mais, do seu rosto bochechudo.
A chuva caía, os raios ecoavam alto e os dois estavam parados como dois idiotas no meio da pista.
Mas nada disso importava.
Nada disso importava, porque quando o acastanhado juntou os seus lábios com os do mais novo, tudo em volta sumiu.
O tempo estava frio, mas os dois corpos estavam quentes. O beijo era calmo e lento, mas os corações dentro do peito batiam freneticamente. As sensações se misturavam junto das bocas e línguas, causando um frio na barriga.
O mundo parou.
A vizinhança barulhenta fez silêncio.
E, a única coisa que havia restado, era o gosto de nicotina e canela se misturando e os estalos molhados dos lábios dos dois garotos.
Lee Minho não se importou muito quando soltou o guarda-chuva, fazendo com que a chuva penetrasse as vestes dos dois meninos. O que isso importava agora? Levou sua mão livre até a cintura do mais baixo enquanto depositava um leve carinho por aquela área.
Jisung tinha certeza que os lábios de Minho eram muito mais macios do que aparentavam ser. Já o Lee, bom, ele nunca tinha gostado tanto de nicotina como naquele momento.
O amanhecer iluminava a cena junto da água que caía e molhava tudo ao redor.
Nada era mais importante naquele momento do que sentir as línguas se enrolando e as mãos bobas.
Se sentiam poesia.
Se sentiam poetas.
Ficar.
Ficar, com toda a certeza do mundo, era a melhor opção.
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