17.

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"Eu ouço meu coração quebrar hoje a noite

Você também ouve isso?"

- pink in the night, Mitski


O silêncio.

O silêncio era tudo o que se podia ouvir naquela sala às quatro e meia da manhã.

Han Jisung se encontrava sentado no sofá, seus lábios tremiam de frio enquanto ele tinha uma toalha roxa em volta de seu corpo. O garoto observava tudo ao redor: as paredes brancas, o tapete branco felpudo abaixo de seus pés e as estrelas grudadas no teto.

Era tudo tão... Minho.

O azulado não tinha ideia do porquê havia parado na casa do acastanhado, parecia que sua mente só o tinha guiado até ali.

Enquanto Jisung se encontrava distraído com os seus pensamentos, Minho entrou na sua sala novamente, segurando uma xícara de gatinho e arrastando suas pantufas pelo chão.

O garoto deixou a xícara na pequena mesa que havia ali, logo se sentando e observando o azulado.

Eles ficaram assim por longos minutos, Minho observando Han, este que olhava para frente envergonhado por estar junto do acastanhado. O Lee deu um longo suspiro enquanto apoiava suas costas no sofá.

— Por que caralhos você veio na minha casa às três e meia no meio de uma chuva?

— Ah eu... — Vergonha. Han Jisung estava com muita vergonha. — É só que eu, sei lá.

— Nossa essa sua resposta ajudou demais. — Minho respondeu com deboche enquanto se virava para o mais novo.

Ah não.

Han Jisung estava chorando?

— Minho eu só... Me desculpe. — O azulado falava enquanto tentava enxugar as lágrimas de seu rosto, ação totalmente inútil, tendo em vista que elas continuavam caindo.

O garoto só se sentia cada vez mais vazio e confuso.

Nunca tinha sido uma pessoa de mostrar fraqueza para os outros, e ver que Minho o deixava fragilizado só piorava a sua situação. Buscar a aprovação de Minho a todo tempo era cansativo, e ver que o ódio do garoto por si nunca ia embora machucava.

As emoções de Jisung se misturavam junto de suas lágrimas salgadas. A falta de sua mãe, os sentimentos confusos pelo o acastanhado e o sentimento de culpa e insuficiência. Era demais. Estava cansado.

Quando as coisas ficam difíceis e as coisas apertam é preciso de um apoio para não cair, mas Jisung nunca teve um.

Quando sua mãe morreu, seu pai foi embora, deixando ele e sua irmã sozinhos, sem nada. Na maior parte do tempo Minjung ficava fora de casa, trabalhando para conseguir colocar comida dentro de casa e pagar as despesas. Acabava que Han ficava sozinho na maior parte do tempo, e, com o passar dele aprendeu a reprimir suas emoções e pensamentos para não preocupar as pessoas ao seu redor.

O garoto não queria ser um fardo.

— Han, tá tudo bem? — Mais que pergunta mais idiota, era obvio que ele não estava bem. Minho não sabia como reagir a tal situação, não estava acostumado a consolar os outros, para falar a verdade era péssimo nesse quesito.

Enquanto via o garoto a sua frente chorar alguma coisa dentro de si apertava e deixava um gosto amargo em sua boca.

Aquilo não era bom.

O Lee não pensou muito antes de envolver Jisung em seus braços e deixar um leve carinho em suas costas. O cheiro de chuva e nicotina exalavam do mais novo.

O azulado se encontrava atônito enquanto o acastanhado o apertava em um abraço quente e acolhedor. O Han retribuiu a ação enquanto apoiava a cabeça no ombro do mais velho.

Jisung simplesmente explodiu em lágrimas enquanto chorava no ombro de Minho, este que depois disso aumentou o aperto em torno do azulado.

— Tá tudo bem Han, pode chorar, eu não vou sair daqui.

— Tá tudo bem Han, pode chorar, eu não vou sair daqui

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MY ONLY EXCEPTION | minsungWhere stories live. Discover now