— Nós podíamos levar um pouco disso tudo aqui para casa. Não trouxe nada que possa ser usado como bolsa?
— Harry! — o repreendi, vendo ele juntar diversos pedaços de frango enrolados em algum tipo de massa em um lenço e guardar nos bolsos do casaco.
Como aquele homem havia se portado como um Duque, um dia?
— Não vou lhe dar quando chegarmos em casa. A sua comida não é muito boa, meu bem.
Franzi os olhos, querendo matá-lo.
Ao perceber que era isso que ele desejava, decidi o ignorar e peguei o que parecia ser um pedaço de bolo. Me surpreendi quando senti um gosto amargo e salgado junto.
— Escolha errada, minha estrela flamejante. — ele disse no meu ouvido. — Isso se chama Tondol. É o pior doce inventado na cultura de Sírios.
— Concordo. — cuspi em um lenço, jogando em um lixo atrás da mesa.
— Isso sim é algo digno de ser chamado de doce. — ele colocou algo em minha boca, antes que eu pudesse ver o que era.
Antes que eu reclamasse, fechei os olhos apreciando o sabor. Era realmente muito bom.
— Achou gostoso? — ele sorriu.
Assenti, terminando de mastigar. Ele se aproximou e levou os lábios ao meu ouvido.
— É feito com cereja.
Tossi, sentindo o alimento engasgar em minha garganta.
— Ah, que belo casal! — uma mulher se aproximou, com uma gigante peruca cinza coberta por flores. Formei o melhor sorriso falso que consegui.
— Condessa Charlotte! — tentei não revirar os olhos quando ela me abraçou. Como essa mulher havia vindo parar aqui? Ela estava em todo lugar!
— Esse é o seu belo marido? — ela tocou no peitoral de Harry, me fazendo arregalar os olhos. — Oh, que belo Duque você fisgou, querida.
— É uma prazer conhecê-la, madame. — Harry afastou as mãos dela, com gentileza.
— E então, quais são as novidades? — ela abriu o leque. — Arabella, minha amiga, percebo que ganhaste alguns quilos... têm comido muito?
Abri a boca, em estado de choque. Eu não havia engordado!
— Devo discordar da vossa opinião, madame. O corpo de Arabella certamente me agrada aos olhos e creio que qualquer homem concordaria com isso, mas eu jamais perguntaria, já que ela é a minha esposa. — Harry disse, antes que as minhas palavras raivosas saíssem. Senti meu rosto arder. — A senhora, no entanto, perdoe-me mas devo perguntar... está se sentindo bem? Imagino que seja difícil comparecer aos bailes com essa idade.
O queixo dela foi ao chão.
— Idade? — ela parou de sorrir, percebendo, logo depois, que estava conversando com um Duque. Pelo menos, um que ela pensasse que ainda possuía terras. Se acalmando, ela voltou a sorrir. — Não sou tão velha como pensa, Vossa Graça.
— De fato. — ele assentiu. Ela soltou a respiração, parecendo aliviada. — Eu estava sendo modesto.
Segurei uma risada, ao ver os olhos dela se arregalarem. Ela fechou o leque, parecendo nervosa.
— Estou atrasada, devo encontrar uma amiga agora, ela está no salão.
— Fique à vontade, Condessa. — dei tchau a ela, que se irou ainda mais ao perceber que estava sendo expulsa.
— Está ficando tão amável quanto a sua irmã que acabei de cumprimentar. — ela saiu, com um sorriso forçado e postura altiva.
Sorri para Harry.
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Insensato Amor
Historical FictionSérie irmãs Beaumont - Livro 3 Arabella é a filha mais nova das três princesas do reino de Beaumont, sendo considerada a próxima a se casar. Após ver as duas irmãs se casarem por amor e sonhar, por tantos anos, com o mesmo, Bella se vê obrigada a se...
Capítulo X
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