Pensei que pudéssemos ser amigos, mas percebi que não sou bom nisso também. Sei que é infeliz aqui, então cumprirei o seu pedido de deixá-la mais sozinha. Aparecerei apenas durante as noites, depois que estiver dormindo, para não incomodá-la, e voltarei a dormir na sala.

Tudo isso acabará logo, eu te prometo, e garanto que devolverei o seu dote de volta para que seja entregue ao seu futuro marido. Se precisar de qualquer coisa, me escreva e coloque debaixo do vaso de flores.

Harry.

Engoli em seco, ainda decepcionada

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Engoli em seco, ainda decepcionada. Dobrei a carta e coloquei em cima da cômoda, tentando não pensar sobre ela. Assim, permaneci durante a semana inteira.

Eu não podia pensar em Harry, porque isso significava admitir que a cabana parecia bem maior do que era sem a presença dele.

Passamos a nos comunicamos por cartas. Eu escrevia para pedir lenha, quando acabava, e evitava sair no bosque nos dias em que ele ia cortar, já que, nessas ocasiões, ele não usava camisa.

A primeira vez que vi suas costas machucadas, com hematomas arroxeados, pensei no que ele tinha dito. O quanto ele tinha tentado ganhar a aposta para me deixar ir. De qualquer forma, não era um caminho pelo qual eu deveria
seguir. Ele não se preocupava comigo. Apenas queria voltar à vida que tinha.

Em uma manhã, quando alguém bateu na porta e eu abri, pensando que era ele, me surpreendi ao encontrar três pares de olhos brilhantes. Reconheci as meninas que Tiana ajudava.

— Princesa Arabella? — as três adolescentes perguntaram juntas, e se curvaram.

— Olá. — sorri, abrindo mais a porta. — Não precisam se curvar. Por favor, entrem.

— Não queremos dar trabalho. — a mais velha disse, segurando o braço da pequena que já tinha dado um passo à frente. — Só viemos te agradecer. Pelos vestidos.

— Não foi nada, eu tinha muito mais do que precisava. Por favor, entrem, não é incômodo algum.

As duas menores olharam para a mais velha, como se pedissem permissão. A maior suspirou, percebendo que seria falta de educação recusar.

— Tudo bem.

As três entraram, se sentando nas cadeiras ao redor da mesinha.

— Como vocês se chamam? — perguntei, enquanto ia para a cozinha e quebrava a cabeça pensando no que ofereceria a elas.

— Eu sou a Beth. — disse a menor, levantando os bracinhos magros.

— Eu sou a Marianne, e essa é a minha irmã Lizzie. — disse a mais velha, sorrindo em minha direção.

Comecei a suar frio. Não tinha nada a oferecer a elas além de frutas e chá, e eu ainda não cozinhava bem. Não era educado servir frutas e chá, e elas moravam longe. Deveriam estar com fome.

Insensato AmorWhere stories live. Discover now