Seven

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Segunda-feira

Desperto do meu refúgio caótico por mera obrigação, consciente de que a vida não se resume apenas a lamen e álcool. Adorno-me em verdadeira desordem, cabelo preso, envolta em moletom e óculos escuros, sem fazer esforço algum para parecer apresentável. O anseio por um Iced Caramel Macchiato do Starbucks guia minha manhã, levando-me a chamar um Uber.

Escolho meticulosamente a mesa mais reservada, sedenta pela primeira golada quando, de repente, alguém ousa ocupar a cadeira à minha frente. Ergo o olhar preguiçosamente, e uma tensão imediata toma conta de mim.

"Pensei que nunca mais deixaria aquele bendito quarto."

"Você só pode estar brincando", resmungo, abaixando o copo. Diante de mim está JK, um sorriso cativante, café em mãos, e dois donuts na mesa. Ele empurra o de chocolate para mim, e eu o rejeito. "Você está me seguindo?"

"Seguindo é um termo forte; diria que o destino quis nos reunir novamente", comenta de forma natural, ignorando a suspeita óbvia.

"O que você quer? Pensei que fosse me dar um tempo."

"Estou te dando um tempo. Isso não impede que passemos um tempo juntos." Morde o donut de morango e insiste com o de chocolate, criando um estranho jogo. "Comprei para você. Coma."

"Não quero o maldito donut. Quero que me deixe em paz." Levanto-me abruptamente, pego meu café e deixo o estabelecimento, arruinando qualquer esperança de um dia tranquilo. Deveria ter permanecido no quarto, se soubesse que esse cara me seguiria como um psicopata.

"Espera, meu amor. Sem pressa", ele apela.

"Não sou sua maldita amor!", rosno.

"Então, me diz seu nome."

"Não."

"Posso descobrir com uma ligação, mas sou paciente o bastante para ouvir de sua boca", comenta, acompanhando-me.

"Por favor, pare de me seguir", peço, parando e chamando um Uber de volta ao hotel.

"Não precisa de Uber. Posso te levar para onde quiser", oferece.

"Me deixe em paz", digo, passando por ele e entrando no carro. "Toca pro inferno, motorista."

Terça-feira

Apesar da relutância em abandonar meu refúgio no quarto, decidi não desperdiçar meus dias. Combinei um encontro com alguns colegas de trabalho que estavam na cidade para descanso. Encontramo-nos no local marcado por volta das 14 horas e exploramos as redondezas de Vegas. O passeio foi uma distração bem-vinda, finalizando em um jantar em um restaurante italiano, onde a ingestão de massa e vinho foi um tanto exagerada. A percepção do excesso de álcool surgiu quando minha cabeça começou a girar.

Educadamente, pedi licença para retocar a maquiagem no banheiro. Ao sair, prestes a reunir-me com meus colegas, uma mão agarrou meu braço. Virei-me rapidamente e, para minha surpresa, dei de cara com Jungkook. Meu coração acelerou, e pisquei algumas vezes para confirmar que não estava alucinando.

"Devo estar muito bêbada mesmo", comentei comigo mesma.

"Sim, amor, você está", ele respondeu, agarrando minha cintura e me conduzindo para fora do restaurante.

"Me solta", empurrei-o bruscamente. "Que diabos você está fazendo aqui?"

"Certificando-me de que você chegue no hotel em segurança", respondeu ele naturalmente.

"Ah, meu Deus, Jungkook", murmurei, agarrando meus cabelos enquanto negava freneticamente. "Você é louco."

Caminhei de volta para o hotel, e ele me seguiu como minha sombra. Parei no meio do caminho e rosnei: "Por que você está me seguindo?" Ele ficou à minha frente, oferecendo uma garrafa d'água que recusei.

sᴛɪʟʟ ᴡɪᴛʜ ʏᴏᴜ - ᴊᴇᴏɴ ᴊᴜɴɢᴋᴏᴏᴋ Onde histórias criam vida. Descubra agora