Your eyes tell

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Um leve sorriso despontou em meus lábios.

"Olá, meu amor", saudei a minha mulher desconhecida.

Embora pouco tenha mudado nela, seus cabelos outrora castanhos escuros agora tingiam-se de preto, mais curtos acima dos ombros. Sua pele, antes parda, exibia agora um bronzeado incrível, destacado pela marca do biquíni sob a roupa de academia. Seus olhos castanhos me fitavam com um brilho indecifrável.

"JK?" Ela repetiu, como se visse uma miragem, recuando quando avancei. "Por que diabos você está aqui? O que está fazendo em Las Vegas, neste hotel, justo hoje?"

"Estou de férias e decidi passar uns dias na cidade; este é um dos meus hotéis favoritos," menti parcialmente. "E você?"

"O mesmo que você..." respondeu, desconfiada. "Isso é estranho pra caramba."

"Eu não acho. O destino decidiu que nossos caminhos deveriam se cruzar novamente," disse com confiança, mas ela não se deixou convencer.

"Destino ou você?" Ela cerrava os olhos, e por breves segundos, nos encaramos. Meu coração acelerava, sem acreditar que ela estava diante de mim.

Ela pegou a garrafa do chão, virou-se para sair, e o pânico tomou conta de mim ao imaginar perdê-la novamente. Involuntariamente, avancei, segurando gentilmente seu braço para impedi-la de partir. No contato com sua pele, meu corpo arrepiou-se, estávamos tão próximos que eu tinha a visão perfeita da mulher diante de mim.

No entanto, ela aparenta grande descontentamento; seus ombros estão tensos, e suas sobrancelhas franzidas denotam irritação. Olha para minha mão em seu braço com incredulidade e se desvencilha imediatamente. Tento ignorar a pontada no meu coração; de todas as reações que imaginei, não esperava por essa.

"Não vá, por favor. Vamos tomar um café juntos?"

"Não vou a lugar nenhum com você."

"Vai me rejeitar sem sequer me ouvir?"

"Por que eu deveria? Não entendo o que quer de mim. Fizemos um acordo e juramos que, depois que eu partisse, nunca mais nos encontraríamos."

"Não foi isso que juramos. Prometemos não nos identificar e acordamos para aquela semana. Nunca disse que não nos encontraríamos mais, embora a possibilidade fosse mínima."

"Você quebrou o acordo, seu imbecil."

"Pare de falar assim comigo."

"Certo, estou me retirando. Se ousar tocar em mim novamente, JK, vou garantir que nunca tenha filhos." Ela me encara ameaçadora, mas tudo o que faço é sorrir. "Por que está rindo?"

"Não imaginei que ficaria tão adorável brava," comento. Ela me olha incrédula e solta um riso nasal. "Por favor, estou te pedindo para tomarmos um café. Vou te explicar tudo, e se no final quiser que eu vá embora, irei." Meu pedido soa mais como uma súplica; minto em partes novamente. Não fiz tudo o que fiz para desistir dela tão facilmente.

Ela demora um tempo para responder, como se estivesse numa guerra interna para decidir se aceita ou não.

"Não quero café, prefiro uma cerveja bem gelada," ela finalmente fala, solto um suspiro aliviado e sorrio.

A conduzo para o restaurante do hotel, o lugar onde conversamos pela primeira vez. A memória é fresca na minha mente, como se tivesse acontecido ontem. Nos sentamos no bar, embora eu preferisse uma mesa reservada. Por um longo tempo, não trocamos sequer uma palavra.

Ela pede um chope, e eu a acompanho. Quando é servido, ela imediatamente bebe mais da metade do líquido da caneca.

"Como você passou nos últimos dois anos?" tento puxar assunto para quebrar o gelo, mas ela não está disposta a ceder. É como voltar no tempo e tentar chamar a atenção dela mais uma vez. "Meu amor..."

sᴛɪʟʟ ᴡɪᴛʜ ʏᴏᴜ - ᴊᴇᴏɴ ᴊᴜɴɢᴋᴏᴏᴋ Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora