Butter

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Quarta-feira II

-Night apple is poison apple, but I'm OK... because I'm JK. - Ele fala com os olhos levemente arregalados fixados em suas cartas. Ele lança a última carta e ganha absolutamente tudo.

De alguma forma, vinhemos parar no cassino do hotel. O soju começou a fazer efeito para ambos, mas ao lado de JK, eu era a mais consciente. Ele inventou de jogar poker e perdeu 3 rodadas, eu não sei o que aconteceu, mas ele ficou com sangue nos olhos e se recusou a desistir até que começou a ganhar. Ele é um cara muito competitivo, para piorar está bêbado e zombando de todos.

Eu o puxo fora da cadeira e o arrastado para outro lado.

-Ei! Eu preciso pegar a minha herança. - ele protesta.

-Estou te impedindo de ganhar um olho roxo, vai me agradecer amanhã.

-Por falar em amanhã, o que vamos fazer essa noite, em? - ele se aproxima e me olha de forma maliciosa.

-O que isso tem haver? - resmungo fazendo uma careta. - Você está tão bêbado, devemos voltar para o quarto, agora.

-Você também está, não seja estraga prazeres, são apenas... - Ele olha no relógio - 07:00 p.m, está muito cedo. - Nós passamos o dia inteiro juntos, explorando Las Vegas.

Conheci muito pouco dele, JK é um homem tão misterioso, isso só me faz ter mais curiosidade sobre ele. De qualquer forma, tem sido divertido... pelo pouco que o conheço, acho que ele é um homem bom, e bobalhão.

-Está bem, o que quer fazer agora?

-Quero sorvete de milho. - ele faz um biquinho fofo. Que bebezão.

-Onde diabos vamos encontrar isso?

-Eu não sei, mas vamos encontrar. - ele me puxa pela mão e então deixamos o cassino e voltamos para as ruas.

JK nos faz andar alguns quarteirões até encontrarmos uma barraquinha de sorvete. Ele faz festa quando o vendedor informa que tem o sabor desejado e sim, eu também vou no embalo.

Sorvete de milho não é a minha praia, mas eu não falo nada. Prefiro assisti-lo se deliciar com o sorvete feito criança, os olhinhos levemente arregalados e a carinha de bravo.

Eu já entendi, quando o JK está comendo algo, se ele fizer cara "feia", é porque está muito bom.

Enquanto caminhávamos de volta para o hotel, percebi que ele estava muito quieto.

-Ei, está tudo bem? - questiono.

-Acho que eu... - Ele não terminou a frase, JK correu para uma lata de lixo e vomitou. Ele ficou alguns minutos na mesma posição até se certificar de que não ia vomitar mais, então ele levantou. Eu estendi de prontidão uma garrafa d'água que comprei no meio do caminho, ele fez gargarejo e cuspiu, logo, eu busquei alguma bala, ou chiclete na minha bolsa e encontrei um halls de cereja, estendi para ele que não recusou. - Arruinei o nosso encontro, não é? - ele me olhou com olhinhos receosos, neguei com a cabeça.

-Eu estava mesmo me perguntando até que ponto o seu corpo aguentaria tanto álcool. Você tomou 6 garrafas de soju.

-Você me ajudou. - ele aponta.

-Eu tomei um shot de cada, JK. Anda, vamos para casa. - saio puxando ele pela gola da camisa.

-Casa? - ele ri.

-Hein?

-Você.

-O que?

-O que o que?

-JK! - eu paro de andar bruscamente, ele esbarra em mim.

-Você falou "vamos para casa". - ele diz óbvio, um sorriso enorme estampado no rosto.

-Não falei não. - franzo a testa.

-Falou sim, eu estou bêbado, não louco.

-Eu falei? - faço uma careta. Ele concorda. - Oh... eu quis dizer hotel.

Continuamos o nosso caminho, quando finalmente chegamos no mesmo, o JK simplesmente não foi para o seu quarto. Naturalmente ele veio para o meu, não o convidei, ele não pediu. Apenas adentrou no mesmo. Eu tomei um bom e demorado banho e depois ele fez o mesmo.

Quando ele saiu do banheiro vestindo apenas a calça moletom de hoje cedo, algo se acendeu em meu corpo e precisei usar todo o meu alto controle para fingir estar distraída no celular. Ele parou no pé da cama e ficou me olhando como se pedisse permissão para se juntar à mim. Eu dei batidinhas ao meu lado e ele entendeu que era bem vindo.

-Você está melhor? - pergunto sem nunca deixar o olhar do aparelho em minhas mãos.

Meus dedos digitavam freneticamente "hs7sgnwusfussibsyeiehsjsosusuhshwq", enquanto eu fingia fazer algo importante, mas na verdade, a minha atenção queria estar 100% voltada para o homem deitado ao meu lado.

O aparelho foi retirado gentilmente de minhas mãos e ele colocou debaixo do meu travesseiro.

-Pergunta de novo. - ele pediu. - Direito. - suspirei forte soltando a respiração que nem sabia que estava segurando, então eu virei o corpo para o lado para finalmente o olhar. O meu coração acelerou no meu peito enquanto trocávamos olhares, ele parecia mais lúcido agora, tal como eu. Estamos exatamente na mesma posição, à centímetros de distância, tão perto que eu posso avistar novamente a cicatriz na maçã da sua bochecha.

-Você está melhor, JK? - pergunto novamente, um pequeno sorriso nasce no canto dos seus lábios.

-Muito melhor. - ele responde. Sem desviar o olhar, ele alcança uma de minhas mãos que não paravam de mexer como se para testar a circulação dos meus dados. A sua mão quente sobre a minha, muito maior. - Obrigado por hoje, por... topar a minha loucura. Não faz idéia do quanto estava precisando disso.

-Disso o que? - pergunto tentando não perder o foco, os seus dedos estão brincando com os meus.

-Disso. - ele aponta para nós - Me sentir normal outra vez. - a sua voz soa quase como que num sussurro.

Eu tenho tantas perguntas, mas tenho a sensação de que ele não vai responder. Por hora, eu apenas concordo com a cabeça. - Ele solta um suspiro como se de fato, esperasse que eu o questionasse. Um suspiro aliviado.

-Somos loucos.

-Somos. - ele se aproxima mais, de repente estamos dividindo o mesmo travesseiro.

Eu não conseguia desgrudar os meus olhos dos dele, lindos olhos de jabuticaba. Poderia facilmente passar uma vida inteira o observando, observando cada detalhe desse homem desconhecido.

Começo a prender a respiração quando percebo que o JK está se aproximando mais e mais. Desvio o olhar para os seus lábios e neste momento o desejo como o inferno, aguardo impacientemente até que acontece. Ele cola nossos lábios suavemente, imediatamente sinto uma eletricidade percorrer pelo meu corpo. Sinto ele se separando, mas não posso deixá-lo ir, não quando percebo que tenho desejado isso provavelmente desde que ele chegou à mim na noite passada.

Eu agarro seu pescoço e colo nossos lábios novamente e dessa vez tomo a iniciativa de aprofundar o beijo. Meus dedos sobem pela sua nuca e entrelaçam em seus cabelos e eu derreto com o quão macios são assim como os seus lábios. O calor começa a se fazer presente e o JK já está em cima de mim, tenho certeza que ele não está depositando todo o seu peso, embora eu adoraria que o fizesse. As suas mãos descem pelas laterais do meu corpo, me apalpando, ele encontra as minhas coxas e faz com que eu entrelaçe as minhas pernas em sua cintura, deste modo ele consegue mais acesso às minhas nádegas. Passo minhas mãos pelos seus fortes braços e movo para as suas costas, os músculos são rígidos o que me dá a entender que ele faz algum esporte.

O ar infelizmente começa a fazer falta e então finalizamos o beijo com vários selinhos no final.

Não quero que acabe.

Não quero que acabe!

Mas acaba, ele volta a deitar ao meu lado, ainda no meu travesseiro, ele me molda de forma que um de seus braços fica em baixo de mim, e minha cabeça em seu ombro, afundo meu rosto em seu pescoço e exalo o cheirinho de sabonete.

-Boa noite, amor.

Minha barriga imediatamente: 🦋🦋🦋🦋🦋

sᴛɪʟʟ ᴡɪᴛʜ ʏᴏᴜ - ᴊᴇᴏɴ ᴊᴜɴɢᴋᴏᴏᴋ Where stories live. Discover now