CAPÍTULO XXII

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"Vencemos na nossa terra. Dedico essa vitória a você minha princesa, espero que esteja ainda sorridente, e que seus lindos olhos sejam meu paraíso. Meu amor sempre será seu e, eu penso que, se morrer nesse instante, morreria feliz, pois saberia que você esta bem e segura."

(Carta do capitão para sua princesa).

Jungkook se retirou após a promotora cair em sono profundo, aquilo era ainda mais estranho. O advogado estava intrigado em como eles puderam entregar aquela caixa ali, e o pior de tudo era que, aquele conteúdo configurava como uma ameaça. Deixou ali, na mesa de cabeceira dela, um copo com água e um bilhete dizendo que ela ligasse qualquer coisa. Preferiu ir para casa, havia muita coisa ainda a ser pensada sobre aquele incidente. Como diabos poderia sanar aquela problemática? Eis a questão que ainda assolava o Jeon, não conseguia discernir quem havia enviado, apenas sabia que as ameaças eram algo concreto!

O Jeon decidiu que era hora de uma nova abordagem, precisava saber mais a fundo sobre aquele assunto, e havia apenas alguém que ele poderia contar, e esse não seria Taehyung, ao menos, não ainda. Seu celular estava em mãos e ele o encarou por longos segundos, até que a voz mais grossa de Seokjin se tornou evidenciada do outro lado da linha.

— Qual o motivo de você acordar o homem mais bonito do mundo, em um sábado as... — Tinha uma pausa. — As 7:48 da manhã, Jungkook?

— Por favor, não seja tão egocêntrico. Ainda nem acordou direito e está assim? — Jungkook riu para irritá-lo, mas logo se tornou sério. — Preciso de um favor!

— Isso é inveja porque sou bonito até quando acordo? Fala sério, esse favor não poderia esperar até um pouco mais tarde?

— Não, podemos nos encontrar em algum lugar agora?

— Necessita ser agora?

— Jin, é sério. Por favor!

— Certo! No mesmo lugar de sempre?

— Uhm.

Jungkook odiava incomodar Jin, especialmente nos fins de semana, mas não se sentia bem e precisava dele para tentar sanar aquela problemática que lhe atormentava a mente. O Jeon se quer estacionou e seguiu diretamente a um café próximo ao prédio da Brönte. O Kim chegou um pouco depois, os olhos inchados pelo sono não ocultavam a beleza dele, o Jeon sabia disso.

— Espero que realmente seja importante para me tirar da cama em um sábado antes das 10!

— Bom dia para você também. — O Jeon sorriu. — Eun recebeu um presente esquisito!

— Qual é, tá brincando com minha cara. Me chamou aqui porque tá com ciúmes da promotora? — Jin estava incrédulo. — Quer morrer?

— Não. Não é um presente de admirador. Não te incomodaria por trivialidades, hyung. Mas, ela recebeu um quadro de uma foto dela com Lee Yeon na promotoria, ou entrando no fórum, só sei que era os dois.

— Hm... isso é um pouco mais sério. Prossiga!

— A parte de Lee Yeon estava normal, nada de diferente. Mas, na foto que tinha ela, estava pintado de vermelho, como se fosse sangue! — Jungkook suspirou. — Não sei, Jin. Isso tem me perturbado muito! É como se ela tivesse um alvo nas costas e eu não pudesse fazer nada.

— Sinto muito por isso, mas acredito que ela realmente tenha um alvo nas costas, Jungkook. — Seokjin parou por alguns longos segundos e suspirou mais uma vez. — E o que exatamente você precisa de mim?

— Queria ver se consegue hackear as câmeras na ruas dela, para obter as imagens. Ou sei lá, tentar identificar placa do veículo, seja a merda que for!

— Posso tentar, depois me manda a localização específica de lá. E, Jungkook, se acontecer de novo, recomendo que oriente a ela que busque a polícia!

Jungkook e Seokjin continuaram aquela conversa por longos minutos, o Jeon entendia tudo o que Jin queria dizer, mas havia uma parte dele que ainda estava incrédulo que tudo aquilo poderia acontecer em um espaço de tempo tão curto.

Eun-Ha, por sua vez, ainda dormia tranquilamente com poucos raios solares atravessando a pesada cortina que cobria a janela do quarto dela, seu corpo se mexia suavemente sob a cama, enquanto suas mãos pareciam suar frio. Toda a pele dela se arrepiava e sua mente era tomada por imagens que pareciam desconexas. Ela sentia um frio por toda sua coluna vertebral enquanto era perseguida por aquela rua escura.

Ela tentava gritar, mas sua voz era apenas uma ausencia em todo aquele vazio. De que adiantaria gritar se ninguém pudesse ouvir? A feição do homem se tornou eminente, e ela reconheceu: Lee Yeon.

— NÃO! — Acordou assustada, seu coração estava acelerado e sua testa tinha suor frio. — Que diabos foi isso?

A Jeong olhou ao redor, todo seu corpo tentava captar algum sinal de perigo, mas era apenas seu quarto com uma das janelas abertas e uma brisa mais suave adentrando e, consequentemente, balançando a cortina ali. Eun contou até 10, lentamente e observou tudo o que tinha ao redor, até mesmo a água deixada ali. Seus dedos trêmulos tocaram o copo e suavemente o levou aos lábios, sorvendo um gole longo. A mulher inalou o ar suavemente e voltou a se deitar, aquilo não era normal. No fim, todo o estresse com a eminente soltura de Lee Yeon e a foto, deveria tê-la perturbado, não havia outra explicação.

O sono havia também se esvaido, era como se não tivesse mais presente e ela permitiu por longos instantes reparar os padrões que acontecia. Aquilo era extremamente estranho, será se havia deixado algo passar no julgamento da morte? Queria revisar todos os papéis daquele dia, precisava no fundo, ler tudo e impedir que ele ficasse a solta. Mas, antes que o fizesse, o celular tocou ao longe.

— Pro-Jeong? — A voz do chefe da promotoria se tornou mais eminente. — Desculpe incomodá-la em seu dia de folga.

— Senhor, incômodo algum. Em que posso lhe ajudar?

— Mandarei que entregue a você uns papéis de um caso de assédio sexual. — Uma longa pausa. — A vítima está se recusando a receber visitas masculinas. Talvez, seja mais viável que uma mulher, que tenha mais sensibilidade nestes temas a atenda. Se sente capaz?

— Assédio? — Eun-Ha suspirou. — Claro, me envie por favor, farei o possível para auxiliá-la.

— Antes que me esqueça, ela está hospitalizada.

— Foi agredida fisicamente, senhor?

— A vítima é uma suicida, promotora! Confio em você para sanar essa situação!

— Certo, obrigada.

Fez-se novamente um longo silêncio, se ela fora designada para um caso de abuso sexual, claramente ela estava a ser afastada do caso de Lee Yeon. Havia mais coisas nas entrelinhas que a promotora podia imaginar, e aquilo, no seu mais íntimo, doeu! 

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