CAPÍTULO XI

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"Se compadecer com a dor de amor é a chave para conhecer o paraíso, padeço-me sem suas notícias, Capitão."

(Trecho de uma carta da princesa Jeong para capitão Yoo).

A notícia se espalhava rapidamente por toda a capital, todos os veículos de mídia mostravam as imagens e refletia, claramente as feições de Tae-Ho, enquanto arrastava uma mulher pelos cabelos, como se fosse ainda um neandertal. Eun-Ha no dia seguinte arrumou-se o melhor que pode, não abaixaria a cabeça e faria o que era correto e desta forma, ela garantiu a primeira notícia à sua melhor pessoa, sabia que nenhum fato seria distorcido.

— A NTV Seoul, teve acesso direto ao ocorrido. — He-Soo estava em frente ao prédio da promotoria de Seoul. — As fortes imagens que circulam nas redes sociais desde a última noite. O agressor, agora identificado como Suh Tae-Ho, filho único de Suh Dong-Yul, das companhias Suh. — A mulher dera uma longa pausa e suspirou. — O incidente ocorreu na última noite, após os dois conversarem em um café. Apenas se sabe que o agressor parece não ter aceitado o término do noivado de longa data. A situação poderia ter ficado ainda pior se o advogado Jeon Jungkook que passava pelo local, não tivesse interferido na ação do senhor Suh. Procurado por nossa equipe de jornalismo, o senhor Suh não quis se pronunciar a respeito de sua atitude, mas a família Suh, amiga de longa data da família Jeong publicou uma nota em repúdio às atitudes de Suh Tae-Ho e se desculparam tanto com a família Jeong quanto com a promotora Jeong Eun-Ha. Aguardamos o pronunciamento da promotora, voltamos a qualquer momento.

A transmissão saiu do ar naquele momento e He-Soo parecia ainda mais preocupada. Se sentia tão cansada e furiosa com Tae-Ho que poderia matá-lo se o vesse naquele momento, sabia que ele não prestava mas nunca pensou que ele poderia a atacar daquela forma, os vídeos que circulavam também eram repletos de comentários que o atacavam de diferentes formas.

Jungkook observava a NTV Seoul ao lado de Taehyung em um café ali próximo, todas as vezes que via aquele vídeo, aquelas imagens, algo em si parecia queimar, e ele era corroído por uma coisa ruim, que não era apenas ódio. Havia algo a mais.

— Eu deveria ter o espancado até a morte.

— Não deveria não. Fez o certo, ele ainda é o agressor, você é o herói que salvou a mocinha. Isso é muito ao seu favor. Se você o tivesse espancado até a morte, você seria o réu. Então, depois podemos fazer o correto em relação a ele.

Tae observou o amigo por alguns instantes e logo riu, mas decidiu guardar as palavras em sua boca. Foi então que o Kim observou longamente He-Soo que estava a falar, para Taehyung ela era uma mulher incrível e ele notou um padrão, ela sempre era a responsável por cobrir as matérias associada à Eun-Ha, e aquilo era ótimo. Antes que pudesse falar qualquer coisa, ouviu o burburinho ali próximo: "a promotora vai falar.". Jungkook ergueu os olhos de imediato, fitando fixamente a tela.

— Promotora Jeong, o que a senhora tem a dizer sobre as agressões sofridas?

— A senhora perdoou o senhor Suh?

— Bom dia. As imagens serão usadas como provas. Apesar do longo relacionamento entre nossas famílias, eu farei o que se diz ser certo. — A promotora observou atentamente os presentes ali. — Eu fiz a denúncia e aguardo que a justiça seja feita, a partir deste momento, não quero mais saber de perguntas sobre o ocorrido, a justiça responderá por mim e, espero que a próxima vez, seja relacionado a meu trabalho, não sobre a agressão sofrida. Sem mais perguntas.

He-Soo sabia que sua melhor amiga não falaria mais nada sobre aquilo, então, mesmo que ela soubesse, ela tentou não transparecer tal ligação, afinal, todos poderiam achar que ela era a preferida. O que não era verdade, Eun e eu poderíamos ser as melhores amigas do mundo, mas no fim, nenhuma de nós éramos levadas ao lado da corrupção. Segui de volta para a sede da NTV, afinal aquela história da agressão ainda iria render, e muito.

Eun-Ha, por sua vez, agora lia cada um dos laudos referentes à última investigação que ela e o senhor Lim fizeram, e então, pouco a pouco os laudos se encaixavam como um grande quebra-cabeças. A promotora ainda permanecia inquieta, havia algo que não se encaixava e se resumia em um nome Lee Yeon.

— Alguma notícia sobre o DNA encontrado na cena de crime?

— Taeyang foi verificar isso, pro-Jeong. Acho que a senhorita deveria descansar, na atual situação.

— Não. Eu estou bem. — A mulher ergueu apenas os olhos para ele antes de voltar a ler os papéis. — Eu fui vítima de agressão, mas isso não quer dizer que minha vida precise acabar, senhor Lim. Existem pessoas piores do que Tae-Ho lá fora e, acima disso, existem pessoas que querem justiça por seus filhos, não há tempo para ficar me lamentando por essa situação, então, por favor, não me trate de forma condescendente ou tenha pena de mim, investigador Lim.

Antes que qualquer palavra pudesse ser dita, Taeyang adentrou a sala praticamente tropeçando nos pés e com alguns papéis em mãos. Ele parecia ter corrido uma maratona, mas como sabia bem, aquilo poderia ser a chave para a resposta que eles tanto precisavam.

— Está sendo perseguido por alguma mulher louca? — Jaebeom perguntou enfim.

— Não. Conseguimos o DNA da cena do crime, pro-Jeong.

O clima de tensão parecia ter tomado conta da sala. Eun-Ha olhou ansiosamente aqueles papéis, mas quando colocado sobre a mesa, tanto Jaebeom quanto Taeyang estavam ali, ansiosos. O laudo vinha lacrado, e os demais papéis que o perito carregava eram fotografias e últimas conversas da vítima.

— O DNA se confere aos bancos de dados com Lee Yeon. — Eun-Ha disse finalmente. — Está na hora de ter uma longa conversa com esse homem. Senhor Lim, procure a ficha criminal dele, assim como local de residência, trabalho. E Taeyang, você analise as fitas de segurança que o delegado da delegacia de polícia enviou. Não deixe nada em branco passar, não podemos deixar que ele se safe, se ele for inocente, ele não irá temer, mas se não for, e ele escapar, poderemos ter um crime ainda maior em nossas mãos, não foi apenas tráfico de drogas. Há algo a mais, e creio que seja algo ainda maior. Vou expedir o mandato para interrogá-lo.

Eun-Ha parecia feliz, aquilo era uma boa notícia, mas significava mais trabalho ainda. E, dependendo de quem fosse os suspeitos por trás daquilo, os perigos também se tornavam mais evidentes. 

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