CAPÍTULO XV

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"Talvez te escrever seja o momento em que mais posso estar feliz, apesar de toda a dor que assola aqui, ainda assim, sinto você. Sei que a distância nos impede de estarmos juntos, minha doce e amada princesa, mas também sei que o que faço aqui, onde os deuses necessitam de meus trabalhos, é a mais sublime forma de lhe amar, pois se necessário for, por ti morrerei."

(Carta do Capitão Yoo para a princesa Jeong)

O chamado fio vermelho do amor, pelo que reza a lenda, ele pode se embolar, esticar, ficar embaraçado, mas nunca se quebrar. Almas gêmeas estão destinadas a se encontrar, seja como for, em dado momento, seus caminhos se cruzam. Jeon Jungkook permanecia sentado ali, de acordo com o passar do dia, as horas corriam tão rápido. Ele a observou mais uma vez, a Jeong tinha os olhos fechados e seu corpo ainda parecia quente demais.

Ele testemunhou, ainda que silencioso a sua fragilidade ser escancarada contra sua fina e delicada pele. Ele se sentia estranho enquanto a observava frágil e inerte a qualquer anseio que seu corpo pudesse querer, ele fizera a questão de ligar a uma farmácia, necessitava de medicamentos para febre e enquanto ela ainda dormia, ele se dirigiu pela casa até a cozinha, já tinha vislumbrado aquela casa nas câmeras algumas vezes e então se prontificou a fazer tteokguk*. Estava preocupado que ela permanecesse ainda muito tempo naquele estado e sem comer, também não tinha contato com Hye-Soo, sabia que ela largaria tudo para ficar com a amiga, então, fizera menção de enviar uma mensagem a Taehyung para que ele avisasse a garota, mas que ele estaria cuidando dela.

Não demorou para que finalmente a campainha tocasse e o advogado se prontificasse a abrí-la, agradecendo e pagando pelos medicamentos, seus passos agora voltavam para perto da mulher. Ele novamente a observou, ela parecia levemente desperta, como se batalhasse contra seu próprio corpo para se erguer. Sutilmente o Jeon tocou-lhe a face rosada da garota.

— Senhorita Jeong. — Sua voz saiu como um sussurro e ele a notou resmungar um pouco. — Acorde, Eun...

— O que faz aqui? — Suas primeiras palavras, ainda que sonolenta foram perguntar o que ele fazia ali, o sorriso do homem se tornou evidente.

— Estou cuidando de uma jovem senhorita que está não muito bem de saúde. Podemos brigar depois, se quiser. — Ele sorriu novamente e a ajudou a se sentar. — Mas, primeiro tome esse remédio e vou lhe trazer tteokguk para que coma um pouco e permaneça forte.

— Você não precisa fazer isso.

— Sei disso, mas acho que a senhorita não ficaria bem sozinha, fique tranquila! — Jungkook entregou a ela o medicamento e serviu-a com água, na qual fora ingerida. O homem também seguiu para a cozinha, servindo em duas tigelas a sopa e por fim voltou a servindo. — Minha mãe diz que quando estamos doentes, o melhor que podemos ter chama-se sopa. Por favor, coma para melhorar rápido.

— Obrigada.

Ele notou o leve sorriso que ela dera, e algo nele pareceu se acender, ela havia sorrido e seu sorriso fora direcionado a ele. Naquele momento, era como uma adolescente que havia descoberto um novo sentimento, era como se todas as suas sensações estivessem afloradas. Estava pronto para dizer algumas coisas a ela, mas novamente a campainha tocou, o Jeon mentalmente praguejou. Queria aquele momento com ela, mas algo ousou interromper. O homem se levantou e guiou-se até a porta, encarando do lado oposto Suh Tae-Ho.

— Que merda é essa que está acontecendo, Eun-Ha? — Ele parecia quase sucumbido pelo sentimento de traição. — O que esse paspalho faz aqui?

— Você não deveria estar adentrando aqui, está com medida restrititva em relação a ela. —O Jeon disse com pouca paciência, mas notou que o homem já havia adentrado e segurava os braços dela.

SOULMATEDove le storie prendono vita. Scoprilo ora