CAPÍTULO XVIII

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 "Tive notícias hoje dos avanços do exército. Por que não consigo ter notícias suas? Temo que minhas cartas estejam sendo desviadas. Sinto sua falta e anseio o fim desta guerra para que assim, possamos ficar juntos."

(Carta da Princesa Jeong para o capitão Yoo).

Insônia é um tipo de mal que se não for cortado ainda no início, se torna uma constante na vida de qualquer pessoa, e permite que um constante estado de cansaço tome conta do indivíduo por ela acometida. Jungkook parecia não conseguir pregar os olhos durante aquela noite, seu corpo parecia em uma constante letargia, apesar de cansado, sua mente não queria se desligar dos fatos.

Ele experienciou uma sensação que há muito tempo não sentia: medo. A ultima vez que sentira tanto medo fora quando Taehyung fora brutalmente espancado na porta da universidade por uma piadinha sem graça. Ele era seu melhor amigo, e aquele dia especialmente, ele sentira o pânico de perder a pessoa que sempre esteve ao seu lado. E agora aquela mesma sensação lhe tomava por completo. Um tremor que ia das pontas dos pés até o último dos fios de cabelo.

Seul brilhava lá fora e ele pegou encarando o movimento de carros que constantemente transitavam por ali, como se pudesse enxergar qualquer coisa além dos veículos, como aquela van. O homem suspirou. Ficar naquele estado de tensão intensa não faria bem a ele, e obviamente, sua mente ficaria ainda pior. Quando sua cabeça fora contra seu travesseiro, apenas imagens ruins viera a sua mente, o carro dela poderia vir a explodir, ela ser alvejada como um animal quando caçado. Droga!

Tal como seus pensamentos frenéticos, a noite passou rapidamente, e ele sabia que aquele dia teria outra reunião na Brönte, e também sabia que a segurança delas seria uma pauta que iriam traçar. O Jeon terminou de se vestir e seguiu para o prédio em que se reuniam, para a surpresa de todos, Taehyung já estava ali.

— Que diabos está acontecendo? Você aqui tão cedo? — Seokjin deu sua típica risada. — O inferno deve estar congelando!

— Fui deixar He-Soo na casa dela pela manhã e aproveitei para tomar café com ela e com a promotora Jeong! — Ao citar o nome dela, os olhos do Kim mais novo se direcionaram ao Jeon e uma sensação de alívio pareceu tomar conta do corpo alheio. — Tenho algo para comentar, mas na reunião. — Ele sorriu, com o típico sorriso quadrangular tomando conta da face. — Vamos!?

O Jeon pareceu querer estrangular o Kim, ele parecia sentir a necessidade de saber como ela estava, se havia algo de diferente nas feições dela ou se tinha algum carro desconhecido rondando o prédio em Itaewon.

— Temos alguns tópicos importantes para tratarmos hoje. — Yoongi disse calmo como sempre, mas a voz aguda dele pareceu tomar conta do lugar. — Primeiramente, Taehyung o que tem a nos dizer?

— Descobri que o julgamento do caso de assassinato será iniciado após o almoço. O ministério público aceitou o pedido de indiciamento da promotora Jeong. E, pelo que vi Eun-Há comentando com He-Soo, obtiveram uma nova autópsia do corpo de Park Seung.

— E o que deu? — Hoseok perguntou finalmente.

— Não sei, ela apenas disse isso. Aquela mulher é uma verdadeira muralha quando se pergunta algo sobre o trabalho dela. — Taehyung novamente explicou. — Conversando com He-Soo, ela chegou a me dizer que raramente a promotora se abre sobre seus casos, especialmente com ela. Acho que seja um tipo de cuidado que elas têm uma com a outra! Mas, ela disse que já tem algumas noites que a promotora passa horas noturnas estudando, lendo e fazendo fichamento deste caso. — Ele suspirou e terminou de servir seu café. — Ao que parece, ela realmente tem um arsenal que pode derrubar Lee Yeon no julgamento.

SOULMATEWhere stories live. Discover now