CAPÍTULO IX

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"E então, eu sabia que em algum momento, nos afastaríamos, e eu me perguntaria para onde ele havia ido e em quanto tempo estávamos separados. Mas, também me pergunto como posso amá-lo se nunca o toquei."

(Princesa Jeong sobre Capitão Yoo)

O ar parecia mais pesado na porta do escritório, ele poderia ser cortado com uma espada, se o ar tivesse uma forma palpável. Tae-Ho bufou irritado, todos pareciam perceber o intenso clima que se instaurava no cômodo. Eun-Ha se afastou e seguiu até o então noivo, seus olhos pareciam enevoados, como se estivesse ludibriado por algo a mais, assim como suas pupilas apresentavam-se dilatadas. Jungkook por outro lado, encarou os olhos do "rival" e sorriu, o tipo de sorriso que claramente dizia: "ei idiota, eu beijei tua mulher", e ele soube quando o punho do outro fora serrado rente ao corpo, ele havia descoberto que sua vitória, ao menos na primeira batalha, estava garantida!

— Vejo você depois, Eun. — Jungkook sorriu malicioso e ela e, por fim, dera uma piscadela antes que a última fresta do elevador pudesse ser fechada.

— Eun?!

Tae-Ho parecia indignado com tamanha intimidade, e caminhou a passos nervosos até a sala da promotora, a raiva parecia correr em frênesi por seu corpo, como se não conseguisse se dissipar de um modo fácil. Era agora um embate diferente, algo que poderia se aproximar da insanidade.

— Que diabos foi aquilo? — Tae-Ho a olhou quando a porta finalmente se fechou. — Venho ver minha noiva para sairmos para almoçar e vejo ela me traindo no elevador do trabalho!

— Eu não estava te traindo. Ou por obséquio seus olhos paranoicos enxergaram algo além de duas pessoas dialogando?

— Me trata como idiota, Eun-Ha? — Tae-Ho tocou o braço da garota e a empurrou contra a parede mais próxima, fazendo-a arfar de dor. — Quem diabos é aquele homem?

— Ai. — A garota olhou. — Não lhe devo satisfações sobre quem me relaciono no meu ambiente de trabalho, então abaixe esse seu tom comigo, eu não sou sua noiva aqui, sou a promotora e você está desrespeitando minha autoridade.

— Você está me intimidando?! — Ele riu. — Você é só a promotora porque... — A porta abriu e Yuna suspirou.

— Pro-Jeong, ligação do senhor Lim! — A mulher falou sem jeito. — Posso passar?

— Sim. — A promotora se afastou do homem próximo e foi ao telefone. — Preciso trabalhar, vá embora.

— Nos encontraremos amanhã, naquele shopping perto daqui, apenas um café, para ser mais exato. Essa conversa não terminou, pró-jeong.

Tae-Ho saiu e Eun-Ha voltou seu foco ao telefone, ouviu tudo o que havia sido dito, seus passos foram rápidos, não havia tempo a perder. Jungkook, por sua vez, se deliciava com as memórias do pequeno interlúdio que havia tido no elevador, quando Taehyung enviara algumas mensagens.

"Parece que a Pro-Jeong e o advogado Jeon tem um caso."

"Eles são rivais, ela tem um noivo. Ele estava até esperando-a na sala dela!"

"Mas, eles vão ter um encontro amanhã no shopping perto daqui. Ele parecia com ciúme dela com o advogado Jeon."

Jungkook sorriu e sabia o que precisava fazer, sua mente traquinava diversas coisas, mas seus lábios se ansiavam para sentir o gosto dos lábios dela mais uma vez. Sua mente se divagou para aquele dia, enquanto ela estava por baixo dele, era a primeira vez dela, era como se eles dançassem uma mesma sincronia, mas ao mesmo tempo, era como se fossem a tentativa de um dominar o outro. Sua mente recordou o momento que a sentiu, tão apertada em torno de si, mas como ela parecia se deliciar com os toques dele e como aquele torpor incessante e indecente o cegou mediante tudo. Tê-la devorado, não apenas de modo carnal, mas com os lábios, com os olhos era tão deliciosamente tentador que o fazia se perder em seus próprios pensamentos.

SOULMATEWhere stories live. Discover now