Pág 40

62 7 54
                                    

♡~~~~~~~~~~~~
Hazel Farrell
~~~~~~~~~~~~♡

Novamente olhei para a janela. A cortina branca balançava suavemente, e ao ver o prédio próximo dali, o coração apertou com o medo e ansiedade que brotaram em mim. Aquele andar alto despertou uma sensação de vulnerabilidade que nunca havia experimentado antes, e ali, naquele momento, percebi que a partir daquele dia em diante, eu teria medo de altura.

— Onde ele está? — perguntei, meus olhos ainda fixos no edifício ao lado.

— Quando cheguei na sua casa, apenas você estava lá — mamãe explicou. — Eu sempre soube que o Thomas não era o cara certo pra você, mas nunca imaginei que ele pudesse ser capaz de fazer esse tipo de coisa. Dominic me contou tudo.

Olhei para ele, buscando respostas em seu olhar.

— Tudo? — indaguei.

— Não tudo — respondeu ele.

— O que ainda há para eu saber, meu Deus? — Mamãe estava ansiosa e confusa, mas eu não queria que ela soubesse que o único motivo para ter me casado com Thomas era ela. Sabia que ela jamais se perdoaria pela morte da minha filha, mesmo que não tivesse qualquer culpa.

— Eu não quero mais falar sobre nada que envolva o Thomas, se não se importam. Ele destruiu a minha vida.

— Tudo bem, eu entendo, meu Raio de Sol — ela acariciava minha cabeça.

— Temos que decidir quem de nós dois vai passar a noite aqui com ela — o loiro dizia.

— Eu posso ficar hoje, e amanhã você fica. Tudo bem assim?

— É claro, é a sua filha — ele curvou um sorriso triste. Era possível ver o quanto tudo aquilo havia acabado com todo o brilho que restava no Dominic.

Nesse momento, o celular de Dominic tocou no bolso. Ele o pegou e olhou o nome na tela, o cenho franzido e uma preocupação estampada no olhar.

— É a Jhenny. É a segunda vez que ela me liga, preciso saber se é importante.

Nós duas assentimos e ele saiu do quarto para atender.

— Quem é Jhenny? — mamãe perguntou num cochicho.

— Uma garotinha, amiga dele — respondi melancólica. Não queria conversar sobre nenhum assunto que envolvesse crianças, principalmente menininhas.

Pouco tempo depois, ele voltou para o quarto, seus olhos demonstravam a mesma preocupação de antes, com um misto de desespero.

— Eu tenho que ir até ela — disse ele, como se sair de perto de mim fosse o pior erro que ele pudesse cometer.

— Tudo bem. Vou estar bem aqui quando você voltar — sorri para tranquilizá-lo.

[...]

Na manhã seguinte, vi minha mãe dormindo na poltrona quando acordei. Sua cabeça estava caída em cima do ombro, ela parecia estar bem desconfortável.

No silêncio do quarto, meus pensamentos gritavam e me torturavam. Não conseguia ficar em paz nem longe do Thomas, ele me acompanhava em meus pesadelos. Eu tinha medo de nunca superar o que vivi com ele, medo de que meus traumas me acompanhassem para a vida toda. Assim, eu nunca poderia ser feliz com Dominic.

Alguém bateu na porta, rompendo meus pensamentos tortuosos.

— Entre — permiti.

Nesse momento, minha mãe acordava.

— Oi... — era a Danúbia, junto com todas as garotas, inclusive minha sogra.

— Trouxemos comida de verdade pra você — Amanda colocava uma bandeja de comida sobre meu colo.

O filho do pastorWhere stories live. Discover now