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— Aqui está, senhorita — paramos em outro corredor, e ele apontou para uma prateleira cheia de livros de todas as cores.

— Muito obrigada.

— De nada — sorriu e logo direcionou seu olhar de volta para o móvel, franziu o cenho e aproximou o rosto da prateleira, passou levemente dois dedos nela e concluiu que a mesma estava empoeirada — ah mas é claro que essa merda está suja! Eu disse pro Samuel limpar, obviamente que não limpou. Se não fosse por mim esse lugar nem estaria de pé mais, e advinha quem ganha um aumento? Isso mesmo, o desgraçado do Samuel — mesmo com raiva e indignação, sua fala continha uma pitada de humor, eu me segurava pra não rir.

— Pare de xingar, Dominic, que coisa feia! — o repreendi ainda segurando a risada.

— Garota, eu só preciso de 10 minutos com você pra te fazer cuspir pra fora da garganta todos os xingamentos que existem — dizia me olhando sério, naquele momento eu já não sabia se ele estava apenas brincando ou flertando comigo, a única coisa que eu sabia era que meu coração estaba ardendo inexplicavelmente e minhas pernas fraquejaram.

— O-o que? — minha voz falhou miserávelmente, em instantes eu senti meu rosto esquentar, lhe encarei séria e confusa, então ele riu.

— É brincadeira, sua boba! Longe de mim desviar a ovelhinha de seu rebanho — erguia as mãos em sinal de rendição, sua resposta deixou ainda mais em aberto a possibilidade daquilo ter sido um flerte — mudando de assunto, você já comeu o pudim?

— Sim, comi antes de sair de casa, estava maravilhoso como previsto — expressei tímida e vi seu olhar orgulhoso, ele sabia que era ótimo na cozinha.

[...]

Quando cheguei em casa, passei toda a tarde lendo um dos meus livros novos no meu quarto. Mas ao cair da noite eu me peguei pensando novamente no Dominic, pensando em seus lábios, em sua língua, na força de suas mãos me segurando, sua respiração ofegante.
Eu precisava sentir aquilo de novo, minha mente e meu coração não aceitavam de jeito nenhum deixar aquilo tudo pra trás e esquecer, eles pediam por mais, meu corpo implorava por mais.

E sem ter muita certeza do que estava fazendo, meu coração tomou o controle e me guiou até a porta do quarto do loiro, bati na madeira branca e esperei alguns segundos.

— Mas o que é que eu estou fazendo? — cochichei sozinha e revirei os olhos, e quando ia me virar para voltar pro meu quarto, a porta foi aberta.

— Hazel? — com um olhar confuso ele encostou o ombro no batente da porta, ainda segurando a maçaneta prateada com a outra mão. — Precisa de alguma coisa? — não consegui responder sua pergunta de imediato pois minha concentração foi desviada por seu abdômen despido e lisinho, sua calça de moletom preta e seus cabelos ondulados, molhados e com algumas mechas caídas sobre seu rosto.

Era notável que a luz de seu quarto estava apagada, mas a led vermelha que estava no alto das quatro paredes já clareava o suficiente, e também passava uma vibe muito sensual de tudo aquilo.

— Desculpa, eu só... Só queria conversar um pouco, ultimamente eu venho tendo alguns problemas pra dormir e como eu sei que você é o único acordado de madrugada, pensei em vim bater um papo. Posso entrar?  — eu não entendia como criei coragem e atrevimento para perguntar se podia entrar em seu quarto, eu mal fazia isso com o Thomas.

— Hmm — engoliu em seco, seu olhar estava nos meus olhos, mas sua mente parecia estar longe, vagando na incerteza — pode... — abriu passagem — só não repara na bagunça.

Seu quarto realmente passava uma vibe sensual e de alguém com a personalidade forte. Sua cama de solteiro estava coberta com um lençol preto e com muitos cobertores que pareciam ser muito macios e quentinhos, por um momento eu me deixei levar por uma imaginação onde estaria sendo jogada ali por Dominic e deixando suas mãos me tocarem onde ele quisesse, mas logo tomei de volta o controle da minha mente.

O filho do pastorWhere stories live. Discover now