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Às 2:45 da madrugada meus olhos ainda estavam arregalados, encarando o teto, eu ainda não havia dormido ainda, e nem queria, minha mente estava sendo torturada com milhões de questionamentos sem respostas.
E se Dominic se tornasse de repente, o homem com quem eu desejasse me casar? E se eu estivesse começando a amá-lo? Poderia alguém começar a amar depois de apenas um beijo?

Afinal, o que eu estava sentindo de fato? E por que eu não conseguia decifrar toda aquela confusão na minha mente?

Comecei a pensar que talvez eu devesse aceitar o fato de que eu estava prestes a me casar com o Thomas, e tirar da cabeça a ideia maluca de beijar o Dominic de novo. Mas e se eu estivesse pensando dessa forma apenas por medo de descobrir o que eu realmente sentia quando nossos lábios se encontrassem novamente? Era tudo tão confuso.

Thomas tinha um lugar especial em meu coração, e eu sabia disso, mas aparentemente meu coração havia dado espaço para uma segunda pessoa, e eu nem sabia que aquilo era possível. E se eu estivesse apaixonada pelos dois? Isso seria tão errado.

Me levantei da cama, coloquei meus chinelos e fui até o armário onde eu tinha guardado uma antiga caixinha florida de sapatos, lá era onde eu guardava as cartas do Thomas, era ali que eu deixava todas suas promessas de amor.
E se pra tirar o Dominic da minha cabeça eu tivesse que reler tudo aquilo, então eu estava disposta a fazer isso.
Segurei a caixinha com as duas mãos e a levei para a cama, me sentei ao lado dela, a abri e deixei a tampa do lado. A primeira carta tinha um selo de coração, abri um sorriso ao me lembrar do dia em que ele havia me dado ela, eu sempre ficava encantada com seu romantismo e carinho.

Minha garganta estava seca, então antes de começar a ler tudo, saí do meu quarto silenciosamente para não acordar ninguém, desci até a cozinha para tomar água e Dominic já estava lá, mas é claro que estaria, era como se ele nunca dormisse. Agi naturalmente e passei por ele em silêncio, o mesmo estava preparando alguma coisa para comer.

— Eu preciso me desculpar com você — disse com sua voz grave e ao mesmo tempo mansa que de imediato me congelou por dentro, me virei para ele e o vi parado me encarando com um olhar envergonhado.

— Pelo que exatamente? Por me beijar ou por ter sido grosso hoje mais cedo? — respondi amarga, já estava cansada das suas mudanças de humor.

— Eu não queria ter sido grosso com você — continuou, ignorando totalmente a parte que falei sobre o beijo.

— Está tudo bem, já era de se esperar mesmo — balancei a cabeça em negação, revirei os olhos e me virei para pegar um copo no armário.

— Hazel... — ouvir meu nome sair da sua boca me causava calafrios internos e bem intensos, era confuso, eu não sentia isso quando ouvia o meu nome por outras pessoas, jamais — eu machuquei você? — perguntou preocupado.

— Quando me jogou contra a parede e deu um soco nela? Não, só me assustou um pouco — dei de ombros.

— Eu fui um idiota.

— Dominic, qual seu problema? — me virei para ele novamente e o encarei profundamente. — Por que me beijou? E por que sua mãe e sua namorada pensam que temos algo?

— O que? — engoliu seco um pouco surpreso.

— Ouvi as duas conversando hoje na igreja, elas acham que estamos juntos escondidos. Por que elas acham isso?

— E-eu não sei... — ele estava mentindo? Por que ele estava mentindo? O que ele escondia? — Olha, me perdoe por tudo isso, eu fui um grande babaca com você, te tratei mal sem motivos. Não era pra ser assim, não é? — sorriu amargo — Você é minha cunhada, deveríamos ser amigos e não inimigos... Tudo bem se começarmos de novo?

O filho do pastorWo Geschichten leben. Entdecke jetzt