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Dominic Blackwell
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Desci do carro e acompanhei James até a casa dele para pegar meu capacete. A raiva fervia em minha pele o tempo todo, e o arrependimento de tê-la deixado sozinha me corroía. Era como se meu coração estivesse em alerta constante, pressentindo que algo terrível estava prestes a acontecer.

Ao entrarmos, Amanda nos olhou com um semblante triste e preocupado. Eu tinha certeza de que aquele assunto trazia gatilhos para ela, e também despertava sua mais profunda empatia ao se colocar no lugar de Hazel.

— Como foi? — perguntou Amanda, com a voz embargada. Eu sabia que ela sentia a dor de Hazel como se fosse sua própria.

— Ela ficou em choque, é óbvio — expliquei, lutando para conter a angústia em minha voz. — Mas ela nos mandou ir embora. Droga, eu não devia ter vindo.

— Não devia mesmo — acrescentou Amanda, com um misto de frustração e tristeza.

— Por que acha isso? — indagou James, buscando justificar nossa decisão.

— Fala sério! Por que não trouxeram ela com vocês? Por que a deixaram lá?

As palavras de Amanda ecoaram em minha mente, como um acorde triste em uma melodia desesperançada. Ela estava certa.

— Hazel disse que queria conversar a sós com o Thomas, e que chamaria a mãe e a polícia — meu amigo tentou explicar.

— E vocês simplesmente aceitaram? — perguntou Amanda, com uma expressão de incredulidade. Era como se ela tentasse nos fazer enxergar o quão ingênuos e burros tínhamos sido. — Poderiam ter levado ela de uma vez para a delegacia, seria muito menos arriscado do que continuar deixando a pobre garota naquela casa com aquele homem asqueroso.

Eu estava em meio ao peso da culpa, que se tornou ainda mais árduo depois de suas palavras.

— Porra, eu devia ter pensado nisso. É melhor a gente voltar lá e fazer exatamente o que a Amanda disse.

Peguei meu celular do bolso, minhas mãos tremendo enquanto procurava pelo nome "Moranguinho" na lista de contatos.

— O que vai fazer? — James perguntou, compartilhando minha angústia.

— Vou ligar para avisar que estamos voltando e pedir para que ela se troque para irmos à delegacia.

Liguei e coloquei o celular na orelha. A ansiedade e o medo se misturavam dentro de mim.

— Dominic? — era a voz da Tessa, o que me fez sentir extremamente aliviado por saber que ela já estava com as minhas garotas.

— Oi, posso falar com a Hazel? — pedi, e logo depois ouvi um soluço do outro lado da ligação. — Tessa?

— Dominic... A Hazel... Eu... Quando eu cheguei na casa dela a encontrei caída no chão. A-acho que ela caiu da escada — ela chorava enquanto contava.

Naquele momento, meu coração pareceu parar. A sensação de impotência me invadiu como um tsunami avassalador.

— O quê? — minha voz ecoou pela sala do meu amigo, que rapidamente olhou para mim, confuso. — Tessa, por favor, não me diga isso, não me diga essa merda — grunhi, as lágrimas escorrendo dos meus olhos sem pudor. — Onde ela está agora?

— Estamos no mesmo hospital em que eu fiquei — respondeu, chorando junto comigo.

Minhas pernas tremiam, e meu corpo implorava para se mover, mas eu me sentia paralisado.

— Eu estou indo aí agora mesmo — desliguei o telefone, as palavras mal saindo de minha boca. — James, preciso que me leve até o hospital. Hazel caiu da escada.

O filho do pastorWhere stories live. Discover now