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Quando entrei na casa dos meus amigos, o lugar estava cheio, como de costume, igual todas as vezes que eles davam festas. James não sabia de nada dessa vez, Max manteve ele ocupado o dia todo para que Amanda preparasse tudo em segredo.

Danúbia e Grace estavam de mãos dadas, cumprimentando o pessoal. Eu estava feliz por elas. Tanto minha amiga quanto Danúbia mereciam ser feliz, mereciam a reciprocidade.

Depois de um conflito desgastante entre Danúbia e a mãe, ela foi morar com a gente no apartamento, porque sua mãe lhe virou as costas e a expulsou de casa quando descobriu o namoro. Isso era o que ela já imaginava que ia acontecer, mas pelo menos, decidiu encarar tudo de uma vez e parar de esconder quem ela realmente amava.

Julie entrava comigo, ela encantava todo mundo por onde passava e arrancava olhares de inveja de algumas garotas. Ela era linda, muito linda. Impossível passar sem ser notada. Lembrei que da última vez que fui numa festa na casa do James, estava acompanhado da Hazel. E naquele mesmo dia, vivi uma experiência intensa e única. Não imaginava que tudo iria desabar depois daquele dia.

— Dominic! — Amanda vinha nos cumprimentar. — Estava com saudade de você. Que bom que veio! — Seu olhar pousou sobre a loira ao meu lado. — Oi, Julie.

— Olá. — Se cumprimentaram com um beijo no rosto. — A decoração está incrível.

— Ah, obrigada! Olha, fiquem a vontade, tá? O James está quase chegando, acabei de falar com o Max.

Fui direto para a cozinha pegar uma bebida do isopor. Julie me seguia, provavelmente estava desconfortável por não conhecer quase ninguém ali.

— Vai entrar na piscina com a gente? — ela perguntou.

Mudei a direção do meu olhar para a piscina e então uma memória dolorosa invadiu meus pensamentos, machucando tudo dentro de mim.

— Você é lindo, sabia?

— Queria poder dizer o mesmo, mas acho que te chamar de linda seria pouco demais...

— Eu não sou perfeita, Dominic.

— Bom, quando eu estou com você, quando eu toco sua pele, quando eu beijo seus lábios, quando ouço o som da sua voz, ou quando sinto seu gosto em minha língua, me sinto num paraíso que jamais foi alcançado por qualquer ser humano. Pra mim, isso se assemelha a perfeição. Acho que o paraíso não é um lugar, e sim uma pessoa.

— Você é meu paraíso então.

— E você é o meu.

— Não estou a fim. Mas pode ir. Acho que se você entrar no banheiro agora, a Grace e a Danúbia estarão lá, se trocando para ir dar um mergulho.

— E o que você vai ficar fazendo? — me olhou desconfiada.

Eu não queria deixar aparente que ainda estava em pedaços por dentro, tentando me reerguer e falhando miseravelmente, mas com certeza elas já tinham conhecimento disso. Eu não sabia fingir muito bem.

— Vou beber — ergui a garrafa de cerveja diante de nossos olhos.

— Se beber muito, não vai poder voltar pra casa pilotando.

— Não vou beber muito. — Aquilo obviamente era uma mentira.

— Tudo bem, eu vou lá com as meninas.

Assenti e voltei para sala. Tinha muitas pessoas ali, e o sofá estava ocupado, então fui até o jardim e me sentei num lugar escuro e afastado. Fiquei sentado ali até que a cerveja acabasse, voltei para pegar outra e me sentei no mesmo lugar. E foi um loop até eu chegar na terceira garrafa.

O filho do pastorWo Geschichten leben. Entdecke jetzt