Pág 13

116 7 112
                                    

Com o olhar estagnado e preso ao meu, Dominic permanecia congelado no mesmo lugar desde o momento em que havia feito aquele pedido.
Talvez eu o tivesse desconfigurado novamente.

— Para de brincar com a minha mente, garota — grunhiu, saindo de seu transe.

— Eu não estou brincando, Dominic — ainda deitada sobre sua cama, me coloquei sobre os cotovelos para o observar — não quero parar agora, quero que tire minha virgindade.

— O que? — soltou uma leve risada num misto de vergonha e surpresa, e suas bochechas ficaram ainda mais coradas. — Eu não vou transar com você, Hazel.

— Por que não? — ao ouvir sua resposta, senti toda minha coragem ser substituída por vergonha.

— Está dizendo isso porque te deixei excitada. Isso é o que seu tesão quer, não está tomando essa decisão de cabeça fria, e eu não quero que se arrependa de nada depois — explicava pacientemente — se quiser se entregar pra alguém, tem que decidir isso num momento onde está apenas você e sua consciência conversando juntas para chegar numa decisão, e não no calor do momento. As vezes, por impulso, fazemos coisas sem pensar, e nos arrependemos na maioria dessas vezes. E eu sei que sua virgindade é uma coisa muito sagrada pra você.

— Eu não vou me arrepender — rebati.

— Sinto muito — ergueu e abaixou os ombros, com a boca curvada para o lado — não posso confiar na sua palavra, nada pode me garantir isso agora. Você é muito mais do que alguém que desperta desejos sexuais intensos em mim, você é um ser humano e tem sentimentos, não posso ceder ao desejo que também percorre por todo meu ser, não sem ter certeza de que é o melhor pra você, sem ter certeza de que isso te deixará bem no futuro. Entende? — me olhou no fundo dos olhos, era como se dizer aquelas palavras estivesse o machucando profundamente, mas por ser a coisa certa, ele teve que dizer.

Naquela noite eu percebi o tipo de homem que ele era, ele não me via como um mero pedaço de carne. Para ele, eu era alguém com sentimentos, alguém que merecia respeito.
Ali eu tive a certeza de que Dominic não era nada parecido com seu irmão, e pela primeira vez eu não via aquilo como algo ruim.

Ainda bem que Dominic não se parecia com Thomas.

— Eu entendo, desculpe.

— Não tem que se desculpar — acariciou minha bochecha com os dedos gelados, automaticamente fechei meus olhos e apreciei sei toque suave — você é maravilhosa. Se fosse mais esperta, iria embora daqui.

— Você também — sussurrei, ainda com os olhos fechados.

— Eu estou preso aqui, Hazel, você não — seu tom de voz transmitia sua dor.

— Você é muito bondoso, mas as vezes tem que pensar em si primeiro.

— O mundo já está cheio de pessoas que pensam em si mesmo em primeiro lugar, restam poucos pra fazer a mínima diferença — abri os olhos e o vi curvar um meio sorriso triste.

Sua bondade realmente parecia não ter fim.

— Eu adorei passar a noite aqui com você, e adorei o que fez com a língua — falei sentindo meu rosto arder, minha timidez já estava voltando a habitar meu corpo.

— Eu nem sei se existe alguma palavra que possa descrever como isso foi pra mim, porque "eu adorei" não me parece ser o suficiente — havia um brilho estrelado em seu olhar oceânico.

Me coloquei de pé, recolhi minha calcinha que estava jogada sobre o carpete preto, e a vesti, sentindo os olhos dele sobre meu corpo, e aquilo fazia minha pele arder.

— Boa noite, Dominic — sorri meiga.

— Boa noite, anjo — retribuiu com o mesmo sorriso.

[...]

O filho do pastorOnde histórias criam vida. Descubra agora