Maicon?

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- Então? – perguntou Jessie assim que me viu entrando na sala. Eu ainda estava com o teste nas mãos.

- Eu estou grávida Jessie... deu positivo. – eu falei com as lágrimas invadindo meu rosto.

- Amiga eu... não sei se te dou parabéns ou se falo que sinto muito. – ela disse me abraçando.

- Eles podem estar errados né? Não é 100%. – eu disse a apertando mais.

- Você fez os 4? – ela perguntou mexendo no meu cabelo. Assenti me soltando dela. – E todos deram positivo?

- Sim. – falei em um sussurro. – DROGA! – eu gritei ainda chorando.

- Calma amiga, não é o fim do mundo. – ela disse tentando me acalmar.

- Me ajuda Jess. – eu pedi em um sussurro.

- Na hora de foder com o gostosão lá você não veio pedir ajuda né. – ela disse me fazendo dar um tapa de leve no braço dela.

- Idiota. – falei me sentando no sofá e ela começou a rir.

- Só estou falando a verdade. – ela disse rindo, me fazendo rir fraco pelo nariz.

- Estou muito confusa. – falei a encarando.

- Você vai contar pra ele? – ela perguntou depois de um tempo em silencio.

- Não sei. – falei suspirando.

Tantas coisas passavam pela minha cabeça agora. O celular da Jessie começou a tocar ela se levantou e foi até a mesinha de centro pegá-lo e atender.

- Alô? – ela disse atendendo. Jessie colocou o telefone no viva voz.

- A Kate está aí? – perguntou uma voz rouca do outro lado. Era o Justin, tinha certeza. Fiz que não com o dedo.

- Não, ela já foi embora. – ela disse me encarando, suspirei aliviada.

- Já foi embora? – ele perguntou desconfiado.

- Sim. – disse Jessie engolindo um seco.

- Kate para de ser infantil e pega a porra desse telefone logo. – Justin falou nervoso do outro lado da linha.

- Justin a Kate não está aqui. – Jessie disse depois de um tempo assustada.

- Querida Jessie, eu sei que você está mentindo. Agora faça o favor de passar o telefone pra Kate, antes que eu vá aí pessoalmente. – Justin disse frio do outro lado da linha. Jessie sem hesitar me passou o telefone murmurando um desculpa. Uma ótima amiga essa minha.

- O que você quer Justin? – perguntou tirando o celular do viva voz e colocando na orelha.

- Vai pra casa agora. – ele disse e desligou o telefone. Gelei, Justin realmente estava puto da vida, mas o que tinha acontecido?

- O que ele queria? – Jessie perguntou

- Falou pra mim ir para casa. – falei respirando fundo.

- Acho melhor você ir. – ela falou me olhando.

- Tudo bem. – disse me levantando e indo pegar minha bolsa. – Tchau. – falei quando já estava na porta.

- Boa sorte. – ela disse sorrindo. Sai do seu apartamento e fui para o carro, entrei e dei partida.

No caminho fiquei pensando se contava ou não para o Justin sobre essa gravidez. Eu estava muito confusa, nunca tive uma mãe para me auxiliar com essas coisas. Cheguei na casa do Justin e logo os seguranças abriram o portão. Nem me dei o trabalho de guardar o carro na garagem, apenas sai do carro entrando em casa.

- Menina Kate, o senhor Bieber está te esperando no escritório. – Guadalupe disse quando entrei em casa.

- Obrigada Lupe. – falei dando um sorriso fraco. Deixei minha bolsa em cima do sofá e fui para o escritório dele.

Não bati na porta, como Guadalupe disse, ele já estava me esperando. Abri a porta e entrei, Justin estava com a cabeça baixa, nem levantou quando fechei a porta.

- Até quando pretendia me enganar? – ele perguntou com o tom de voz irritado. Engoli o seco.

- Do que você está falando? – perguntei meio nervosa. Como ele tinha descoberto?

- Kate, eu estou com uma vontade enorme de te matar agora, então é melhor você parar de joguinhos. – ele disse me encarando pela primeira vez.

- Justin eu... – tentei falar, mas logo fechei a boca, nada ia sair dela agora.

- VOCÊ O QUE PORRA? – ele gritou se levantando e me encarando. Pela primeira vez eu senti medo dele.

- Eu não te enganei. – falei baixo.

- NÃO? – ele perguntou rindo sem humor. - Sabe quem foi hoje no galpão? – ele perguntou vindo em minha direção. Neguei abaixando a cabeça. – Seu querido pai. – ele disse com desgosto. – Só você e os meninos sabiam onde esse galpão ficava.

- Justin eu nunca dei nenhuma informação sua para ele. – eu disse sem o encarar.

- Ele sabia de coisas demais Kate. – Justin me segurou pelo braço. – Fala a verdade porra. – ele disse se alterando.

- EU NUNCA DISSE NADA. – gritei tentando me soltar dele. Senti meu rosto formigar. Ele tinha me batido? Olhei para Justin incrédula.

- NÃO GRITA COMIGO SUA VAGABUNDA. –ele disse me dando outro tapa, fazendo com que meu corpo desse impulso para trás encostando-se à porta. – AGORA VOU TE ENSINAR A NUNCA MAIS MENTIR PRA MIM. – ele disse me segurando pelo braço e abrindo a porta do escritório.

- Justin me solta. – eu falei tentando me soltar, o que fez ele apertar ainda mais o meu braço me fazendo soltar um grito de dor.

- CALA A PORRA DA BOCA. – ele gritou. Eu nunca tinha visto Justin assim. Eu nunca tinha sentido tanto medo de alguém como eu estava sentindo dele agora.

Justin estava me arrastando até o quarto, eu tentava me soltar dele, mas estava impossível. Justin era forte e quando estava com raiva sua força parecia que se triplicava. Tentei bater nele, sem sucesso nenhum. Quando eu ia conseguir dar um soco no rosto dele, ele se virou e segurou minha mão.

- Não tenta fazer isso de novo. – ele falou entre dentes. Engoli o seco.

- Me solta. – eu falei um pouco mais baixo agora.

Justin me soltou e abriu a porta do quarto, não falei nada apenas entrei e ele entrou logo depois fechando a porta.

- Justin, eu nunca disse nada dos seus esquemas e nem de você. – falei olhando ele nos olhos.

- E porque nunca me contou que o Maicon é o seu verdadeiro pai? – ele disse entre dentes.

Paralisei na hora. O que ele tinha falado? Maicon é meu pai? Isso só pode ser brincadeira. Adam nunca tinha me falado isso.

- O... o que você disse? – perguntei com a voz tremula.

- Vai me dizer que não sabia. – ele disse debochado. – Aposto que você leva informação minha pra ele também. – ele disse me encarando.

Não vi a hora que minha mão foi direto para o rosto dele, Justin virou o rosto com o impulso do tapa que eu tinha acabado de dar nele.

- Aquele monstro não é e nunca foi meu pai. – eu disse entre dentes. – Se ele realmente fosse meu pai não tinha matado minha irmã. - Sai correndo daquele quarto sem nem esperar a resposta de Justin, escutei ele me gritar quando já estava saindo de casa.

Entrei no carro e acelerei saindo dali. Eu precisava ficar em um lugar sozinha, precisava tirar essa história a limpo sobre Maicon. Ele não podia ser meu pai, não podia.

Continua...

Life Of Crime [J.B]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora