Capítulo 33

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LARA BRACHMANN

Fiquei dois dias com os meus pais na casa principal. Meu tio chegou ontem e praticamente me analisou como um médico para assegurar que eu estava bem, além de colocar Lucy, a governanta, como minha sombra, temendo que eu pudesse ter alguma reação e passar mal.

Eu entendo que eles estejam preocupados, mas me sinto sufocada pelo excesso de cuidado. Foi por isso que decidi retornar para a minha casa. Apesar de todos os protestos ante a minha saída, minha avó permaneceu ao meu lado e enfrentou a todos dizendo que eles estavam me tratando como uma criança frágil.

Eu amo a minha avó!

Não falei com Sebastian nesse período. Sempre que eu perguntava por ele, recebia a resposta de que ele está "cuidando da bagunça". De certa forma foi melhor. Meu tio não teve uma reação muito feliz quando soube que eu me casarei com o Executor. Por sorte, meu pai conseguiu acalmá-lo e usou argumentos muito convicentes, como:

1- Meu tio não pode acusar a diferença de idade sendo ele casado com a tia Melissa.

2- Nosso relacionado é aprovado pelo meu pai.

3- Sebastian não escondeu nosso envolvimento. Ao contrário de um certo alguém que se envolveu com a irmã do melhor amigo.

Então meu tio e meu pai engataram uma típica discussão de irmãos e eu aproveitei o momento para fugir da biblioteca e comunicar que estava retornando para a casa. Eu preciso da calma e da tranquilidade que a minha residência me proporciona enquanto meu irmão está viajando. Mal posso esperar para ver a reação de Simon quando ele souber que me casarei e sairei de casa.

É estranho que eu esteja pensando em sair de casa depois do casamento se nem mesmo um pedido de casamento eu recebi. Sebastian e eu nunca conversamos sobre uma residência, eu nunca visitei sua casa ou algo do tipo. Ele tem a permissão do meu pai para me pedir em casamento, mas nenhuma proposta foi feita!

E se eu estou apressando as coisas? Temos a permissão do meu pai, mas não significa que devemos marcar um casamento tão depressa. Talvez Sebastian prefira uma fase de namoro ou um noivado longo. Claro, minha família faria perguntas, mas se nós nos gostamos e sabemos o que queremos, não há nada de errado.

Ainda não conversei com Sebastian sobre as lutas, mas eu gostaria muito de acompanhá-lo aos combates quando esse período de "afastamento" acabar. Se é algo que ele gosta de fazer eu quero apoiá-lo, como namorada, noiva ou esposa. Não importa.

Quando o carro para na frente da casa, Fagner é rápido em abrir a porta para mim e me ajudar a descer do veículo. Após duas longas noites de sono, eu me sinto renovada. Nenhuma marca restante da tentativa de sequestro, exceto as feridas de unha em processo de cicatrização no meu braço.

— Obrigada, Fagner! — O agradeço.

— Por nada, senhorita Brachmann.

Dou-lhe um sorriso tímido e subo as escadarias até a porta da casa. As luzes estão acesas e eu não ficaria surpresa se descobrir que a minha família enviou uma equipe inteira de limpeza para garantir que tudo estivesse adequado para me receber. Entretanto, não é uma casa com cheiro de limpeza que encontro com abro a porta. Me abaixo para pegar um dos objetos no chão, é uma pétala de rosa, mas a cor é verde. 

Uma trilha inteira delas.

Fecho a porta e sigo a trilha de pétalas verdes pelas escadas e andar superior. Me sinto intrigada ao notar que elas percorrem todo o trajeto até o meu estúdio, que está com a luz acesa, e continuam até dentro do cômodo.

A passos cautelosos, me aproximo do meu estúdio e me surpreendo com o que encontro ali. Todo o lugar foi enfeitado com rosas verdes e tulipas laranjas. É como se uma uma floricultura de cores complementares explodisse no meu ateliê com Sebastian no meio do cômodo, ajoelhado e segurando uma caixinha aberta para mim.

Meus olhos saltam com o entendimento do que está acontecendo e minhas mãos automaticamente vão para a minha boca, tentando conter a expressão de surpresa.

— Sebastian...

— Você queria algo mais tradicional. — Dá de ombros. — Um pedido romântico é tradicional.

— Não acredito que fez tudo isso. — Me aproximo dele e consigo ver o anel melhor.

Um anel de ouro com uma esmeralda obscena de grande no meio e rodeada com pequenos diamentes. É a joia mais linda que eu já vi. Eu não posso acreditar que ele a comprou para mim.

— Esmeralda combina com seus olhos. 

— Eu não posso acreditar. — Repito completamente extasiada e ouço sua pequena risada.

Sebastian retira o anel da caixa e o segura entre os dedos, sua outra mão segura a minha e ele me olha tão intensamente que posso jurar que ele vê a minha alma. Ele se atém tanto aos detalhes que escolheu as flores que combinassem com meus olhos e meu cabelo. Eu achei que não poderia me apaixonar mais por ele, mas estava enganada.

— Lara, princesa, não posso prometer que serei o marido perfeito, mas posso me esforçar para te fazer uma mulher muito feliz. Nunca pensei em me casar ou ter uma família até ter você em minha vida e não consigo me imaginar sem você nela. Aceita se casar comigo?

— É claro que eu aceito! — Dou pequenos pulinhos de felicidade enquanto Sebastian desliza o anel por meu dedo.

Sebastian se levanta, rodeia seus braços em minha cintura e me gira. Eu sorrio, seguro seu rosto em minhas mãos e o beijo. Meu coração bate descontroladamente em meu peito e sinto como se estivesse à beira da combustão.

— Fiquei com tanto medo de te perder. — Fala ao me colocar no chão e beijar a minha testa. — Eu também tenho isso.

Olho para as chaves que ele segura.

— O que é?

— A chave da nossa casa. Tem um jardim espaçoso e a casa é grande o suficiente para que você monte um estúdio maior. Ainda não tem um chafariz, mas posso encomendar um com urgência para você.

— Eu te amo. — Declaro com os olhos cheios de lágrimas.

— Eu te amo, princesa. — Ele fala e captura meus lábios novamente.

A Artista - Série Mafiosos 0.5Where stories live. Discover now